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Monumenta Brasiliae, 1956. Serafim Soares Leite (1890-1969)
195605/04/2024 15:48:20

Monumenta Brasiliae
Data: 01/01/1956
Créditos: Serafim Soares Leite (1890-1969)
Página 41

São Vicente 14 de março de 1564. Permuta de terras, confirmação e registro da sesmaria de Geraibatiba (Piratininga)

Pedro Colaço, Capitão em esta Capitania de São Vicente pelo Senhor Martim Afonso de Souza, Senhor da Vila d´Alcantara e de Rio Maior, Capitão e Governador desta Capitania por El-Rey nosso Senhor, e do seu Conselho, etc.

Faço saber a quantos esta minha carta de dada de terra de Sesmaria virem como por o Reverendo Padre Manoel da Nóbrega da Companhia de Jesus, residente nas casas do colégio que esta em esta Capitania estão, me foi feita uma petição por escrito, em a qual dizia em como o Governador Martim Afonso de Souza deu à Companhia e Colégio desta Capitania duas léguas de terra em quadra junto de Piratininga; e por quanto isto era em muito dano dos moradores da Vila de São Paulo, e não lhe ficaram terras para fazerem suas roças ali perto da Vila, o Padre Luiz da Grã, Provincial, e os mais Padres foram contentes, por razão do bem comum e por fazerem boa obra aos ditos moradores, de alargarem ali, com lhes demarcarem em outra parte; e foram demarcadas por mandado do Capitão Francisco de Moraes, e dado posse delas, começando na borda do mato, no caminho, que vem de Piratininga para este mar, o novo, que este ano passado se abriu, caminho do Rio de Jerobatiba, e de largura lhe demarcarão uma légua, que poderá haver, entre mestre Bartholomeu e seus herdeiros da banda do leste, e entre Bartholomeu Carrasco da parte leste, que está para a tapera de Jerebatiba vindo da Borda do Campo, vila que foi de Santo Andre, para a Aldeia de Tabaratipi.

2. E, porquanto na dita légua, que assim foi demarcada, e nela agora ter ali Gabriel Martins meia légua dada por Francisco de Moraes primeiro que se desse e demarcasse à dita Casa, assim mesmo a terra dos herdeiros de Mestre Bartholomeu tem a maior parte do que fica, pelo que me pedia havendo respeito a serem já dadas as ditas duas léguas de terras à Companhia pelo dito Senhor Martim Afonso de Souza, Capitão e Governador desta Capitania, e serem para os Colégios da dita Capitania para nelas fabricarem seus mantimentos e criações, de que resulta o bem comum e tanto proveito público, que houvesse por bem de lhes dar para a dita Companhia para seus Colégios uma légua de terras partindo d´Aldeia que se chamam dos Pinheiros pelo Rio de Jerebatiba abaixo, caminho de (...), chegando até Jerabatiaçaba, que assim se chama pela língua dos nativos, até d´onde chegar a dita légua direita e de largura outro tanto, do rio, pelo mato, que vai para Piratininga, em o que "receberão" muita claridade; [Monumenta Brasiliae, 1956. Serafim Soares Leite (1890-1969). Páginas 42 e 43]

05.05.1554 Nesta terra coloquei-me numa casa de Nossa Senhora na qual sou a maior parte do tempo, uma das mais preparadas e mais devotas que vi, que se eu afirmasse que ela está muito mais preparada para isso do que uma das ermidas de Monsarrate acredite. [Página 149 do pdf]

Até agora não vi N. P. Manuel de Nóbrega, mas agora nestes movimentos do Sul para ele de São Vicente. N. Senhor traga você se for o seu serviço, se não for a sua vontade seja feita.

Padre Navarro lhe envia notícias de sua entrada pelo sertão; o que é mais proveitoso, N. Senhor, aumenta o anseio nos gentios como nos cristãos. Até agora não temos notícias dele, Deus os engole bem, que seria muito bom esses gentios virem algum tempo para serem bons, muitas pessoas virem para esta terra, que viriam aqui se aproveitassem os benefícios que os homens procuram (Minas de prata ou ouro a cuja descoberta ia a expedição). [Página 150 do pdf]

Carta escrita em São Vicente 18 de julho de 1554. Depois que esse Irmão entrou no sertão dentro de umas cinquenta ou sessenta lagunas (até Maniçoba ou caminho de lá), o Padre Nóbrega foi com um Irmão Maior (Antonio Rodrigues) com ele e com quatro ou cinco Irmãozinhos. [Página 162 do pdf]

Carta escrita de São Paulo de Piratininga, 1 de setembro de 1554: Para sustento destes meninos, a farinha de pau era trazida do interior, da distância de 30 milhas. Como era muito trabalhoso e difícil, por causa da grande aspereza do caminho, ao nosso Padre Nóbrega pareceu melhor no Senhor mudarmos-nos para esta povoação de nativos, por causa dos mantimentos; depois porque se fazia nos Portugueses menos fruto do que se devia, ainda que logo ao principio o trato do Padre Nóbrega lhes trouxe a maior vantagem, como será fácil entender do Padre Leonardo Nunes, que foi o primeiro da Companhia a vir para aqui; e especialmente se abriu por aqui a entrada para inúmeras nações, sujeitas ao jugo da razão. Por isso, alguns dos Irmãos, mandados para esta Aldeia no ano do Senhor de 1554, chegamos a ela a 25 de janeiro e celebramos a primeira missa numa casa pobrezinha e muito pequena no dia da Conversão de São Paulo, [Página 201]

Além destes índios, há ouro gentio espalhado ao longe e ao largo, a que chamam Carijós (Carijós os Guaranis, cuja menção se encontra já nas primeiras cartas de Nóbrega. Carta de 9 de agosto de 1549.), nada distinto destes quanto à alimentação, modo de viver e língua, mas muito mais manso e mais propenso às coisas de Deus, como ficámos sabendo claramente da experiência feita com alguns, que morreram aqui entre nós, bastante firmes e constantes na fé. Estes estão sob o domínio dos Castelhanos, a quem de boa vontade constróem as casas e de boa mente ajudam a obter as coisas necessárias à vida. [Monumenta Brasiliae, 1956. Serafim Soares Leite (1890-1969). Página 212 do pdf]

Foi agora (24 de agosto de 1554) enviado o Irmão Pero Correia, com dois outros Irmãos (José de Sousa e Fabiano de Lucena, segundo carta de Anchieta do fim de março de 1555), a umas aldeias de nativos, que estão ao longo do mar (À beira do mar, desde Cananéa para o Sul, pois ao Sul de Cananéa ficavam os nativos Carijós e os Ibirajaras que buscavam), para lhes pregar a palavra de Deus e sobretudo, se puder ser, para abrir caminho até certos povos que se chamam Ibirairas (Ibirajaras, "senhores do garrote", conhecido também por nativos "Bilreiros", que descreve Jácome Monteiro), os quais julgamos que se avantajam a todos estes no uso da razão, na inteligência e mansidão dos costumes. [Página 213 do pdf]

A isto acrescenta-se também que, tendo-se dirigido todas as orações e gemidos dos nossos Irmãos, desde que estão cá, a pedirem contínua e fervorosamente a Deus se dignasse mostrar claramente o caminho, pelo qual a estes gentios se haviam de levar à fé, agora acabou Ele por mostrar grandíssima abundância de ouro, prata, ferro e outros metais, antes bastante desconhecida, como todos dizem, e esta abundância julgamos que será ótimo e facílimo meio, como já nos ensinou a experiência. [Monumenta Brasiliae, 1956. Serafim Soares Leite (1890-1969). Página 214 do pdf]

Posse da Sesmaria de Geraibatiba no campo de PiratiningaCampo de Piratininga, 12 de agosto de 1560I. Autores: Leite, História I 257; Breve Itinerário I67.II. Texto: Câmara Municipal de São Paulo, Cartório da Tesouraria da Fazenda, maço 3 de Próprios Nacionais (segundo Azevedo Marques). Em português.III. Impressão: Azevedo Marques, Apontamentos II (Rio de Janeiro 1879) 145-146.1. Saibam quantos este estromento de posse de humas terras de dadas, mandada dar por autorydade de justiça com ho teor do auto da pose vyrem:
2. E loguo, por my tabalião, foy dado pose da dyta terra e mato, que parte de huma banda por huns punheiros perto de Bartolameu Carasco, parte com ha outra parte vyndo pelo camynho hao longo do mato, camynho da Borda do Campo [Monumenta Brasiliae, 1957. Serafim Soares Leite. Página 270]

Estes nossos catecúmenos, de que nos ocupamos, parecem apartar-se um pouco dos seus antigos costumes, e já raras vezes se ouvem os gritos desentoados que costumam fazer nas bebedeiras. Este é o seu maior mal, donde lhes vêm todos os outros. De fato, quando estão mais bêbados, renova-se a memória dos males passados, e começando a vangloriar-se deles logo ardem no desejo de matar inimigos e na fome de carne humana.

Mas que maravilha? Os cristãos nascidos de pai português (João Ramalho) e mãe brasílica (Isabel Dias) (de que fiz menção no último quadrimestre), estão tão duros e cegos, que crescem cada vez mais no ódio vivo que nos têm. Não o podendo exercer contra nós por obras, aplicam-no à ruína dos Índios de maneira que já destruíram completamente uma Aldeia (Maniçoba), em que morava o P. Francisco Pires com o P. Vicente Rodrigues, incitando os Índios a matar os contrários e a comer a sua carne.

Nem basta só isto aos instrumentos do diabo. Esforçaram-se quanto podem por corromper, com o veneno das palavras e o exemplo de pior vida, aqueles que já tínhamos sujeitos ao jugo de Cristo, procurando por todos os meios de afastá-los de nós. Estando-se a preparar uma guerra geral contra os contrários, de que falei noutro lugar, foram convocados todos os outros Índios de todas as Aldeias; só destes se não fez caso, como se já não fossem homens senão mulheres, por obedecerem a nós e quererem adotar os nossos costumes. Quando o soube o Principal (Martim Afonso Tibiriçá) desta Aldeia deu mostras de brilhar nele a admirável graça de Deus. [Carta de José de Anchieta ao Padré Inácio de Loyola, março de 1555. Monumenta Brasiliae, 1956. Serafim Soares Leite (1890-1969). Páginas 289, 290 e 291 do pdf]

Porque se conserva na terra esta peste, que contamina a todos com seu nelando contágio? Arranque-se, para que não se apague de todo nos próprios cristãos o nome de Cristo! Vamos sofrendo com paciência, que depois da tempestade vem a bonança e a grande paz. E especialmente agora que se encontrou grande abundância de ouro, prata, ferro e outros metais com que se enchem as próprias casas onde moram; o que levará o Sereníssimo Rei de Portugal a mandar para aqui uma força armada e numerosos exércitos, que deêm cabo de todos os malvados que resistem à pregação do Evangelho e os sujeitem ao jugo da escravidão; e honrem aos que se aproximarem de Cristo. Nosso Senhor dê completa execução a esta nossa esperança!

Outra esperança de maior fruto nos alenta ainda porque inumeráveis nações, espalhadas por vastíssimos territórios, tem fome e sede da palavra de Deus. Satisfarão estas o nosso desejo e gosto, e sobretudo aqueles que estão mais vizinhos e nós, chamados Carijós, os quais há muito nos esperam com ânsia.

Alguns deles aqui vieram ultimamente, procuraram logo o Padre e beijaram-lhe a mão. E um soldado, que foi para uma Aldeia deles, resolveu, para sentir menos aborrecimento da demora, ensinar os meninos; pois em breve juntou quase 200 e instruiu-os na doutrina cristã. Se um soldado do mundo conseguiu isto tão facilmente por causa da mansidão que encontrou, que farão os soldados de Cristo se os forem procurar? Não há dúvida que recolherão ubérrimos frutos.

Da cidade de Paragu, que está na terra dos Carijós, vieram há pouco os castelhanos, que ardem em tanto desejo de nos terem entre si e nos ouvirem ensinar que nos querem levar mesma contra a vontade, prometendo maior fruto em si mesmos e no povo e também todo o favor e auxílio para a conservação.

Acabamos de receber carta do Irmão Pero Correia, que foi recebido com a maior alegria quando chegou aos Índios a que fora enviado. Quando começou a pregar e expor a causa da sua viagem, todos se entusiasmaram incrivelmente e mais do que esperávamos, se dispõem a seguir os nossos costumes e a obedecer-nos em tudo. Por isso resolveram edificar uma grande Aldeia para virem habitar nela de diversos lugares, a fim de mais facilmente poderem ser instruídos. Entre estes encontrou o Irmão de um índios cristão, quando já se preparavam as festas deploráveis de o comerem; pois entregaram-no de boa vontade ao Irmão sem nenhum resgate, e assim foi livre dos seus nefandos dentes. Libertou também duma escravidão duríssima um castelhano cativo, do qual escrevi na carta precedente: não são estes, sinais insignificantes de mudança futura.

Por isso deixou aí um Irmão para os ensinar, e ele, indo mais longe, partiu para outras nações a 6 de Outubro de 1554. Tanto o queriam seguir os Índios, mesmo em território inimigos, que quiserem cortar o cabelo à maneira dos cristãos e ir com ele como servos. [Carta de José de Anchieta ao Padré Inácio de Loyola, março de 1555. Monumenta Brasiliae, 1956. Serafim Soares Leite (1890-1969). Páginas 292, 293 e 294 do pdf]

Há muito tempo alguns castelhanos, de caminho para a cidade de Paraguai, situada entre os Carijós e sujeita ao domínio do Imperador, lançados por uma tempestade do mar vieram ter aqui, mas não lhes foi dada licença para seguirem por terra por estar proibido pelo Governador Tomé de Sousa. Cansados com delongas e moléstias e obrigados pela pobreza, resolveram viajar por mar com a intenção de se dirigirem a povoações de índios, que estão perto do mar, e tomarem daí caminho por terra com auxílio dos índios que chamam Caríjós.

Alguns porém dos castelhanos, de ilustre sangue, encontraram-se com as esposas nobres e delicadas em grandíssima penúria e quase desprovidos de auxílio humano. O Reverendo em Cristo P. Manuel da Nóbrega, movido de compaixão, mandou o irmão Pero Correia, com os Irmãos João de Sousa e Fabiano, preparar-lhes algum remédio e auxílio não só para não serem incomodados por estes índios, mas também para uns serem ajudados pelos outros que chamam Carijós, caso fosse necessário. [Páginas 294 e 295 do pdf]

Nogueira - Porque todas elas parece que não convêm mais, senão que, já que avemos de trabalhar com esta gente, seja como muito fervor o que a todos nos convêm muito, pois segundo a charidade com que trabalharmos na vinha do Senhor, nos pagará quando chamar à tarde os obreiros pera lhes pagar seus jornaes, os quais já ouvireis que só derão, não conforme ao trabalho e tempo, senão ao fervor, amor e diligência que se puzer na obra.

Gonçalo Alvarez: - Não falemos como ferreiro.

Nogueira - Não sei como falo, falo como me vem á boca, se for mal dito perdoai, que não é ninguém obrigado a mais que ao que tem e sabe. [Baía 1556-1557. Diálogo sobre a conversão do gentio do Padre Manoel da Nóbrega. Página 424 do pdf]

Quem vio na Capitania de São Vicente, que hé na terra onde se mais tratou com os Índios que nenhuma do Brasil, a morte gloriosa de Pero Lopes. Quem vio suas lágrimas, os abraços de amor aos Irmãos e Padres? Diga-o quem vio a virtude tam viva de sua mulher, quam fora dos costumes que antes tinha, quam honesta viúva e qual christãmente vive, tanto que pareceo a todos digna de lhe darem Sanctíssimo Sacramento!

Pois que direi de suas filhas, duas, a qual melhor cristã! Que direi da fé do grão velho Cayobi, que deixou sua aldeia e suas roças e se veio morrer de fome em Piratininga por amor de nós cuja vida e costumes e obediência a amostra bem ha fé do coração! Quem vio vir Fernão Correa de tão longe com fervor de fé vir a pedir o bautismo e depois de tomado levá-lo N. Senhor! E muitos outros da Aldea, os quais ainda que alguns não deixem a vida viciosa por exemplo de outros maus cristãos que vem, todavia se crê deles terem fé, pois o principal pecado e que lhe mais estranhão, deixaram, que é matarem em terreiro e comerem carne humana. Quem não sabe que indo à guerra estes e tomando contrários os mataram e enterraram? E pera mais vos alegrar, tão bem vos direi que se vio na Mandisoba, onde se matavam uns índios Carijós, outro índio, que com os Padres andava, oferecer-se com grande fervor e lágrimas a morrer pela fé, só porque aqueles morressem cristãos, e outros muitos casos particulares que acontecem cada dia, que seria largo contar.

Caiubi, este nome identifica o velho de mais de cem anos, cuja morte, sem dizer o nome, narra Anchieta em Piratininga por meador de 1561: "sendo morador noutro lugar duas léguas de Piratininga, dizendo-lhe os Padre que viesse para Piratininga para aprender as coisas de Deus, logo deixou quanto tinha e foi o primeiro que começou a povoá-la, indo de certos em certos dias buscar de comer com a sua gente ao outro lugar que por amor de Deus tinha deixado, onde tinha as suas roças e fazendas" (Carta de Anchieta, de 12 de junho de 1561, em espanhol, que, por andar incorretamente Cartas dos Padres [antigo Códice de São Roque, Lisboa], I-5, 2, 38, f. I25v).

Como em junho de 1553, Nóbrega tratava de fundar a Aldeia de Piratininga e se procedia à reunião doutras Aldeias nesse lugar (LEITE, História I 270; Nóbrega e a Fundação de São Paulo, 46, 79, 82), a idade de Caiubi coloca-se nesse período, antes de 29 de agosto de 1553, pois foi o primeiro, segundo o testemunho citado.

Este nativo Fernão Correia parece, vindo "de tão longe", que seria Carijó: e que é o mesmo vindo com o Irmão Pero Correia, e cujo falecimento se narra, supra, p. 107.

A narrativa impessoal diz que "se viu" e Nogueira, de fato, poderia não estar presente, mas Nóbrega "viu" em pessoa. Depois de fundar a Aldeia de Piratininga em 29 de agosto de 1553, seguiu para Maniçoba com um Irmão "grande" (Antonio Rodrigues) e quatro ou cinco Irmãos "pequenos" (meninos). Os tupinaquins iam matar em terreiro e comer, "uns índios carijós".

Nóbrega procurou evitar o morticínio, sem o alcançar. (Foram estas e outras verificações positivas e pessoais, que o levaram ao plano de 1558, que Mem de Sá executou). Antonio Rodrigues e os Irmãos "pequenos" pregaram e "converteram" aqueles nativos que iam ser mortos; e também aqui os matadores impediam o batismo e os vigiavam muito bem, dizendo que, se eles se batizassem que comesse a sua carne morreria.

O fato é contado em pormenor pelo Irmão Pero Correia, que tinha ido adiante de Nóbrega, e provavelmente também assistiu a matança, na carta de 18 de julho de 1554 (supra, carta 17). Ao nativo, que se ofereceu para os batizar secretamente ("para que aqueles morressem cristãos"), parece referir-se Nóbrega. [Diálogo sobre a conversão do gentio do P. Nóbrega. Baía 1556-1557. Monumenta Brasiliae, 1956. Serafim Soares Leite (1890-1969). Páginas 437, 438 e 439 do pdf]

Nogueira: - Da parte do gentio lhe digo que uns e outros tudo são ferro frio, e que quando os Deus quiser meter na forja logo se converterão; e se estes na fragoa de Deus fiquarão pera se meterem no fogo por derradeiro, o verdadeiro ferreiro, senhor do ferro, lá sabe o porque, mas de aparelho de sua parte tão mau o que tem estes como o tinham todas as outras gerações. [Diálogo sobre a conversão do gentio do P. Nóbrega. Baía 1556-1557. Página 440 do pdf]Gonçalo Alvarez: -0 Isso desejo saber mais claro.

Desta opinião era Ambrósio Pires e eu também a tive muitos anos até que vi e soube a experiência que se tem em outras partes, scilicet no Peru e Paraguai onde tá uma cidade de cristão no meio de geração Carijó, que é maior que todas as desta costa juntas e achega até às serras do Peru, tem mais de trezentas léguas.

Baía, 8 de maio de 1558 Destas cem léguas ao redor, senhoreia aquela cidade donde não há mais gente do que agora há esta cidade. E quando começaram a senhoreá-las foi con trinta ou quarenta homens somente. E não somente se contentam com terem esta senhoreada mas outros que estão antressachadas e fazem amigos uns com os outros e os que não guardam as pazes são castigados e fazem deles justiça os castelhanos como poucos dias há aconteceu que fizeram aos Índios de São Vicente que confinam com os Carijós por quebrantarem as pazes, que o Capitão do Paraguai havia feito uns com os outros, e outras muitas experiências que se tem tomado desta geração, que eu tenho ouvido e lido e alguma coisa visto. [Carta do Padre Manuel da Nóbrega ao Padre Miguel de Torres, 8 de maio de 1558. Monumenta Brasiliae, 1956. Serafim Soares Leite (1890-1969). Páginas 550 e 551 do pdf]

Muitas coisas particulares avia que dizer e que alegrarão muito a V. P. e a todos os Irmãos, mas com só duas me contentarei agora pela novidades delas nesta terra. Uma é que um destes moços que os anos passados criamos e se ensinou a tecelão, está com seu tear em São Paulo e já faz pano, e o cuidado que antes tinham todos nas festas da carne humana e em suas guerras e cerimonias, o convertem em plantar algodão, e fiarem-no e vestirem-se, e este é agora o seu cuidado geralmente e é começo para todos se vestirem e de feito muitos o andam já.

A segunda é que nesta povoação de São Paulo está uma nativa moça que somente por amor da virtude se determinou viver em toda a castidade e limpeza; depois que lhe louvaram e ordenaram sua intenção e lhe contaram exemplos de Santas Virgens cresceu muito em o amor de seu propósito: é isto tão novo nesta geração, na qual a carne corrompeu tanto seus caminhos que nos espanta sed manus Domini no est aligata. [Carta escrita por Antonio Pires, Baía, 12 de setembro de 1558. Monumenta Brasiliae, 1956. Serafim Soares Leite (1890-1969). Página 570 do pdf]
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