História da Capitania de São Vicente. Pedro Taques de Almeida Pais Leme (1714-1777)
1755. Há 269 anos
Era filho de Bartolomeu e Leonor de Siqueira, sobrinho-neto de Fernão Dias Pais Leme e tetraneto de Brás Cubas. Sargento-mor, foi transferido para as minas de Goiás, onde foi encarregado de criar e organizar a cobrança de impostos, como a captação, os quintos do ouro e a derrama. De volta a São Paulo, foi nomeado guarda-mor das minas de ouro. [ «Patronos - Pedro Taques de Almeida Paes
. Colégio Brasileiro de Genealogia. Consultado em 5 de julho de 2017. Arquivado do original em 7 de agosto de 2016] Viveu no contexto do ciclo do ouro do Brasil colonial (1700-1800).[1]
ISTÓRIA DA CAPITANIA DE S.VICENTEDESDE A SUA FUNDAÇÃO POR MARTIM AFONSO DE SOUSA EM 1531(Copiado do manuscrito original existente no arquivo do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro.) Ao Exmo e Revmo Sr. D. João de Faro Principal da Santa Basílica Patriarcal, do Conselho de Sua Majestade. DEPOIS que tive a glória de empregar no serviço de V. Exª o limitado trabalho da minha inutilidade, respondendo a umas perguntas que se me fizeram no ano de 1754 sobre a fundação da Capitania de S. Vicente, passei na frota de 1755 a essa Corte: nela tive a honra de ficar conhecido com o caráter de criado de V. Exª, do Ilmo e Exmo Sr. Marquês de Tancos, e do Exmo Sr. cardeal patriarca. No meu regresso, foi V. Exª servido incumbir-me o necessário exame do arquivo da Câmara desta cidade para se descobrirem os documentos que tirassem toda a dúvida do legítimo senhor e donatário da dita capitania. Na mesma frota satisfiz a esta comissão, enviando a V. Exª uns apontamentos, que foram úteis para a causa entre o Exmo Sr. Conde de Vimieiro e o de Lumiares. Carecendo porém V. Exª de maior informação a fundamentos, desde o princípio da fundação desta capitania até o ano de 1714, que se incorporou à Coroa (por conceito errado e contra toda a verdadeira inteligência), me foi preciso sacrificar ao indispensável trabalho de passar aos olhos o EX MO E REV MO SR. D copioso cartório da provedoria da Fazenda. Apliquei-me a estes exames com tanta fadiga, quanta não cabe na expressão do maior encarecimento, porque as letras dos livros de registros são totalmente de diversa figura dos caracteres do presente alfabeto, obrigando-me esta dessemelhança a gastar muitas horas de aplicação para verter uma só lauda: contudo a veneração respeitosa que a V. Exª consagro fez suave todo aquele excessivo desvelo, muito à vista dos meus anos e ataque inveterado da enxaqueca, cujas dores fazem pôr em desprezo o uso de ler e escrever. Esta causa suprimiu a pronta satisfação a que estou responsável pela carta que V. Exª me escreveu na frota de 1768, e também porque da parte da mesma demora fez concurso a precisa diligência que mandei fazer nas vilas desta comarca sobre a fundação de cada uma delas; porque todas estão dentro das cem léguas da doação feita ao Sr. Martim Afonso de Sousa. Agora achará V. Exª clara, perceptível e indisputável a verdade pela demonstração cronológica, que aqui ofereço, formada dos documentos que tiram toda a dúvida, e descobrem o engano que tem laborado desde o ano de 1624, em que o Conde de Monsanto se introduziu nas vilas de S. Vicente, Santos, S. Paulo e Mogi das Cruzes. Terei grande prazer que este meu excessivo como gostoso trabalho resulte em total utilidade do Exmo Sr. Conde de Vimieiro, benemérito sobrinho de V. Exª, para que restituído do que se tem tirado ao seu antigo morgado de Alcoentre, haja este de aparecer tão avultado que em todo o reino de Portugal não admita competências com outro algum, por muito grande que seja o rendimento; porque na verdade esta capitania pela natureza da doação e foral excede tanto ao nome de morgado, que bem merece o de reino pelas rendas que ao donatário pertencem. A pessoa de V. Exª guarde Deus, dilatando-lhe a vida vigorosas forças, para que tenha a consolação de ver metido de posse ao Exmo Sr. Conde de Vimieiro desta sua capitania, que algum dia foi denominada de S. Vicente, e hoje de S. Paulo. De V. ExªSeu reverente e obsequioso criadoPEDRO TAQUES DE ALMEIDA PAIS LEME [literaturabrasileira.ufsc.br/documentos consultado em 21.05.2022]
teve a ventura de possuir como explicador um santo, o famoso padreEstanislau de Campos, o êmulo de Belchior de Pontes e “grande barrete”da Companhia. Fala-nos também de outros orientadores da mocidade, opadrinho e parente Fr. Luís dos Anjos, carmelita, Luís Ribeiro de Alvarenga, e o jesuíta José de Mascarenhas, ambos “genealógicos” insignesdas famílias brasileiras e portuguesas e versadíssimos na nossa história.A eles talvez ficasse a dever o pendor irresistível pela históriae as pesquisas genealógicas.Obteve o grau de mestre em artes, como o irmão mais velhoe condiscípulo, Bento Pais da Silva, malgrado a série de infelicidades quesobre a casa paterna desabou quando lhe iam os estudos adiantados.Animado com os resultados prodigiosos que muitos parentesseus haviam auferido das lavras descobertas no sertão, decidira Bartolomeu Pais de Abreu abandonar a honrosa, mas pouco remuneradora carreira militar, para aumentar a fortuna, o que se lhe antolhava tão fácilquanto rápido.Tão grandes proveitos alcançara o cunhado José de Góis eMorais que pensara em adquirir por avultadíssima soma, os direitos dodonatário Marquês de Cascais sobre a Capitania de S. Vicente, questãode mera vaidade pois equivalia isto a empregar este grande capital amenos de meio por cento ao ano.
O irmão, João Leite da Silva Ortiz, minerador no coração de Minas Gerais, no Curral D’el-Rei, já passava por um quase nababo; outro irmão, Estêvão Raposo Bocarro possuía imensos latifúndios, e rebanhos sem contar, no vale do S. Francisco, nos “Currais da Bahia”. Propôs Bartolomeu Pais em maio de 1720 a D. João V abrir inteiramente à própria custa uma estrada de Curitiba à colônia do Sacramento, reduzindo o gentio à obediência para depois promover o povoamento da grande zona meridional. Solicitava mercês e doações de terra, em compensação.
Acabava de ocorrer a descoberta de Cuiabá e dezenas de milhares de indivíduos para lá afluíam desvairados pela auri fames e vindos de todos os pontos do Brasil.
Ao nosso sertanista ocorreu a idéia de empreender o estabelecimento de um caminho, de Sorocaba às novas minas, o que já o Conde de Assumar com Gabriel Antunes Maciel ajustara, sem que nada aliás se houvesse feito. Cansado de esperar o régio despacho da sua primeira petição, à Câmara de S. Paulo propôs Bartolomeu a abertura da projetada estrada; levou a picada à barranca do Paraná, grandes somas empregando neste serviço, e ao voltar apressadamente a S. Paulo, sabedor da chegada do novo capitão-general Rodrigo César de Meneses, teve o desgosto de ser por este maltratado e acoimado de leviandade.
Ordenara D. João V a Rodrigo César contratasse a estrada deCuritiba ao Sul com Bartolomeu Pais. Indeferiu, no entanto, o capitão-general o requerimento do sertanista, sob o pretexto de que nãotinha idoneidade para tal serviço quem pretendia abarcar trabalhos tãoconsideráveis como este e o do caminho para Cuiabá.Não desanimou Bartolomeu Pais de atrair a boa vontade dosátrapa, muito embora o visse dominado pelo repulsivo e torvo validoSebastião Fernandes do Rego, o aventureiro português da pior espécie,cuja cupidez insaciável maquinara e executara a perseguição aos irmãosLemes, com a anuência do capitão general, visando apropriar-se dosopulentos despojos dos régulos cuiabanos.Aguçara-lhe o êxito deste crime a voracidade para outras empresas do mesmo gênero. Muito embora devesse Bartolomeu Pais sentir-se escarmentado com o fato, tanto mais quanto os Lemes lhe erampróximos parentes e Sebastião Fernandes lhe tivesse a maior e mais manifesta ojeriza, pensou em novos tentâmenes, a busca de jazidas auríferas,para isto precisando da inevitável aquiescência do delegado régio.Lembrou-se de que, Bartolomeu Bueno da Silva, o segundoAnhangüera, sogro de seu irmão João Leite da Silva Ortiz, na infânciaatravessara uma região de grandes placers auríferos, quando a acompanhar a bandeira do Pais, o velho Anhangüera, estivera longos anos nocoração do Brasil. Fazê-lo voltar aos lugares, onde viera as “pintas ricas”,foi a empresa a que se dedicou o ex-capitão de infantaria com o maiorafã, auxiliando-o neste intento o capitão-general de S. Paulo.Convencido e disposto afinal a partir, consigo levou o Anhangüera, o genro, João Leite, que a força persuasiva do irmão levara aabandonar as suas ótimas lavras do Curral D’el-Rei.
Em 1722 arrancava de São Paulo a grande bandeira de Bartolomeu Bueno, triunfante, regressando a esta cidade, embora muito reduzida, passados mais de três anos de horríveis fadigas, perigos, marchas e contramarchas incessantes, fome e peste, deserções e amotinações.
Descobrira o terceiro eldorado brasileiro! Trazia logo depoiso Anhangüera, em segunda viagem, 25 quilos de ouro, concedendo então o capitão-general aos três sócios perto de 600.000 alqueires de terra,os pedágios de onze rios, a superintendência e a guarda-moria das novasminas, com enorme latitude de atribuições. Deviam pois os três detentores do velocino goiano enriquecer rápida e fabulosamente.
Em todos os atos passados havia por parte de Rodrigo Césarde Meneses, porém, pérfida restrição mental: o firme propósito da próxima anulação das mercês concedidas.Não lhe coube contudo a odiosa execução da insídia mais queprovavelmente sugerida pelo miserável valido. Partindo a inspecionar asnovas minas de Cuiabá, assumiu em 1727 o governo da capitania de SãoPaulo o tristemente célebre Antônio da Silva Caldeira Pimentel, emquem percebeu logo Sebastião Fernandes perfeito comparsa para osnovos roubos que lhe escaldavam o cérebro. [Páginas 22, 23 e 24]
aproveite a sua, e que se no dito tempo assim não fizer, as poderá dar aoutras pessoas, para que as aproveitem com a dita condição; e nas ditascartas que assim der irá trasladada esta minha carta de poder, para sesaber a todo tempo como o fez por meu mandado, lhe será inteiramenteguardada a quem a tiver; e porque assim me praz lhe mandei passar estaminha carta por mim assinada e selada com o meu selo pendente. Dadana vila do Crato da Ordem de Cristo a 20 de novembro. Francisco daCosta a fez, ano do nascimento de Nosso Senhor Jesus Cristo de 1530anos. REI.”De Lisboa saiu o governador Martim Afonso de Sousa comarmada de navios, gente, armas, apetrechos de guerra e nobres povoadores, tudo à sua custa: com ele veio também seu irmão Pedro Lopes deSousa, a quem o mesmo rei tinha concedido oitenta léguas de costa parafundar sua capitania, e faleceu afogado no mar. Trouxe o dito MartimAfonso de Sousa além da muita nobreza,4 alguns fidalgos da casa real,como foram Luís de Góis e sua mulher D. Catarina de Andrade e Aguilar, seus irmãos Pedro de Góis, que depois foi capitão-mor de armadapelos anos de 1558, e Gabriel de Góis; Domingos Leitão, casado comD. Cecília de Góis, filha do dito Luís de Góis; Jorge Pires, cavaleiro fidalgo;
Rui Pinto, cavaleiro fidalgo casado com D. Ana Pires Micel, Francisco Pinto, cavaleiro fidalgo, e todos eram irmãos de D. Isabel Pinto, mulher de Nicolau de Azevedo, cavaleiro fidalgo e senhor da quinta do Rameçal em Penaguião, e filhos de Francisco Pinto, cavaleiro fidalgo, e de sua mulher Marta Teixeira, que ambos floresciam pelos anos de1550, e quando em 18 de junho do dito ano venderam por escritura pública em Lisboa aos alemães Erasmo Esquert e Julião Visnat as terrasque de seu filho Rui Pinto haviam herdado na vila de S. Vicente: tudo o referido se vê no liv. 1º dos registros das sesmarias, tít. 1555, já referido, págs. 42 e seguintes.
Outros muitos homens trouxe desta qualidade como mesmo foro e também com o foro de moços da Câmara, e todos ficaram povoando a vila de S. Vicente, como se vê melhor no mesmo livro1º do registro das sesmarias per totum.Correndo Martim Afonso de Sousa toda a costa de Cabo Frioaté o rio da Prata, onde na ilha dos Lobos meteu um padrão com as70 Pedro Taques de Almeida Pais Leme4 Vasconcelos, Liv. 1, Crônica da Companhia, pág. 60. (Página 70)
Pedro Lopes de Sousa, o qual é nomeado por capitão governador esenhor donatário da Capitania de S. Vicente como se vê na procuraçãoque em 24 de fevereiro outorgou Pedro Vicente na nota do mesmotabelião de S. Paulo, Pedro Dias, o qual diz ibi:“Nesta vila de S. Paulo da Capitania de S. Vicente, da qual écapitão, e governador por el-rei nosso senhor o Sr. Pedro Lopes de Sousa”.Fundadas as vilas de S. Vicente e do porto de Santos, JoãoRamalho, homem nobre de espírito guerreiro e valor intrépido, que jámuitos anos antes de vir Martim Afonso de Sousa a fundar a vila de S.Vicente em 1531, como fica referido, tinha vindo ao Brasil, e ficandonas praias de Santos, e tendo sido achado pelos Piratininganos, o trouxeram ao seu rei Teviriçá, que por providência de Deus se agradou dele elhe deu sua filha, que depois se chamou no batismo Isabel, e quandoMartim Afonso de Sousa chegou a S. Vicente lhe foi falar dito JoãoRamalho, e já com filhos casados, o que tudo assim consta de umasesmaria que o dito Martim Afonso de Sousa concedeu ao dito JoãoRamalho em 1531 na ilha de Guaíbe. Este Ramalho pois, com o concursode alguns europeus da vila de S. Vicente, fundou uma nova povoação deserra acima na saída do mato chamado Borda do Campo, com vocaçãode Santo André.
Nesta colônia suportaram os seus fundadores repetidos encontros da fúria dos bárbaros índios Tamoios, que habitavam as margens do rio Paraíba, e foram os desta nação os mais valorosos que teve o sertão da serra de Paranampiaçaba e os da costa do mar até Cabo Frio. Por estes insultos fortificaram os portugueses a sua povoação de Santo André com uma trincheira, dentro da qual construíram quatro baluartes em que cavalgaram artilharia, cuja obra toda foi à custa do dito João Ramalho, que desta povoação foi alcaide-mor e guarda-mor do campo. Em 8 de abril de 1553 foi aclamada em vila em nome do donatário Martim Afonso de Sousa, e provisão do seu capitão-mor governador e ouvidorAntônio de Oliveira, que se achou presente neste ato com Brás Cubas; provedor da fazenda real. Tudo o referido se vê melhor no lugar embaixo citado. [Página 75]
Por este tempo reinava em Piratininga Teviriçá, que conservava amizade com os portugueses da vila de Santo André, de Santos e de S. Vicente, e este rei (vulgarmente chamado cacique) existia no lugar onde depois muitos anos se fundou o mosteiro do patriarca S. Bento.
Por conta desta amizade e antiga paz deste rei saíram do colégio da vilade S. Vicente, no princípio do mês de janeiro do ano de 1554, treze ou quatorze jesuítas, e por superior deles o padre Manoel de Paiva, a fundar uma casa de residência em Piratininga, cujos campos, por sua admirável e apreciável vista, fertilidade e abundância, descreve o padre mestre Simão de Vasconcelos na Crônica do Brasil, livro 1º, pág. 129. Em uma casinha coberta de palha se celebrou a primeira missa no dia 25 do mesmo mês de janeiro, que por ser dedicado ao apóstolo e doutor das gentes ficou dando o seu nome à terra, chamando-se S. Paulo de Piratininga. Neste lugar se conservaram os jesuítas e os portugueses na vila de Santo André até o ano de 1560, em que Mem de Sá, governador geral do Estado do Brasil (depois de triunfar contra o poder dos franceses e Tamoios, da fortaleza de Villegaignon da enseada do Rio de Janeiro), se recolheu à vila de S. Vicente em junho do dito ano; e o padre superior daquele colégio, Manuel da Nóbrega, pediu ao governador general que fizesse transmigrar aos moradores da vila de Santo André para S. Paulo de Piratininga, onde os jesuítas residiam conservando a boa paz e amizade com o rei Teviriçá que já se achava convertido e havia tomado na sagrada fonte os mesmos nomes do donatário da capitania de S. Vicente, chamando-se por isto Martim Afonso Teviriçá: assim se executou, e ficou Piratininga denominando-se vila de S. Paulo de Piratininga da Capitania de S. Vicente –, cuja capital era a mesma vila, e se conservou com este caráter até 22 de março de 1681, em que este predicamento se conferiu a vila de S. Paulo por provisão do Marquês de Cascais, que intruso se conservava na injusta posse de donatário de S. Vicente e S. Paulo, como adiante mostraremos.
Ao primeiro donatário senhor da capitania da vila da ilha de S. Vicente, Martim Afonso de Sousa, fundador dela sucedeu seu filhoPedro Lopes de Sousa, segundo donatário no ano de 1572, e el-rei D.Sebastião confirmou nele a doação e o foral das cem léguas da costa [Página 76]
A vila de Santa Ana da Parnaíba foi fundada pelo paulista André Fernandes, que por si e seus irmãos tinha estabelecido este sítio em povoação com capela da invocação da mesma gloriosa Santa da fundação de seus pais, que depois veio a servir de matriz. Esta povoação foi ereta em vila no ano de 1625 por provisão do Conde de Monsanto, queestava donatário da Capitania de S. Vicente.
Tem minas de ouro de lavagem chamadas de Vuturuna, em cuja terra as descobriu no ano de 1597 o paulista Afonso Sardinha, como fica referido; e o rio Tietê tambémtem ouro desde o lugar da vila para baixo até muito além do morro de Aputerebu; e como a sua extração é pelo meio de água, tem cessado o labor pelo detrimento e despesa da manobra, e se empregam os mineiros na extração por terra do ouro que chamam guapeára.
Tem um mosteiro de monges de S. Bento com lugar de presidente, um tabelião do judicial e notas, que também serve de escrivão da Câmara, e um de órfãos, e ambosservem por donativo que anualmente pagam. [Página 128]
Já Pedro Taques informa que esta vila foi fundada em 1670 pelo paulista Baltazar Fernandes, irmão dos povoadores das vilas de Parnaíba e Itu, com seus genros André de Zuniga e Bartolomeu de Zuniga, cavaleiros da província do Paraguai das índias de Castela. Eles construíram em sua própria fazenda a igreja matriz, casa de conselho e cadeia, assim a Nossa Senhora da Ponte de Sorocaba foi elevada a vila por provisão do capitão-mor loco-tenente donatário Francisco Luís Carneiro de Sousa, Conde da Ilha do Príncipe [2].Segundo as Notícias do Bispado do Rio de Janeiro, de 1687, a Vila de Sorocaba contava com 75 fogos com 300 pessoas de comunhão [3].Referências(Araújo, 1820)LEME, Pedro Taques de Almeida Paes. História da Capitania de São Vicente. Brasília: Senado Federal, 2014. p.129Notícias do Bispado do Rio de Janeiro [Página 129]
Pois repetimos: Pedro Taques de Almeida Pais Leme (1714-1777) não alude a Vila. Cita apenas que D. Francisco levantou pelourinho e denominou as minas de Nossa Senhora do Monserrate. Um ou outro autor acrescentava Monte Serrate do Itapevussú, mas isso não aparece na obra de Pedro Taques de Almeida Pais Leme (1714-1777). E ele continua sendo a melhor fonte de pesquisas para aquela época em Araçoiaba.
Então, segundo nos acode ao raciocínio, poderia, muito bem, em melhores casas, mais bem construídas, de Afonso Sardinha e seus principais auxiliares, no Itavuvú, ter ficado D. Francisco indo, diariamente, como o faria, nesta hipótese, o próprio Afonso Sardinha, para o local das minas e dos engenhos. [Araçoiaba e Ipanema, 1997. João Monteiro Salazar. Páginas, 58,59, 60 e 61]