Alguns Historiadores divergem sem explicar qualquer afirmação sobre o termo Morpion, notadamente é de origem latina. Nos mapas antigos existem áreas assim denominadas. Este parece ser um termo misterioso que começou aparecer entre século XVI (entre 1581 a 1598) sendo encontrados suas variações até o século XVIII (entre 1700 a 1736). [24687]
Para o "mestre do Peabiru", Hernâni Donato (1922-2012):
“Portugueses e espanhóis conviviam em São Vicente lucrando no apresamento de nativos e no fornecimento de navios. Aquele bom porto existia e era conhecido antes da chegada lusa. Chamava-se Upanema, Morpion, Maraipion, Tumiaru ou Tumaiaru. Logo depois da Descoberta ganhou outro nome: Porto dos Escravos.” [24646]
Sem mencionar Morpion, escreve João Barcellos em “Sinalização Tupi-Guarani & Luso-Catolicismo” (2016):
Muitos povos caíram na armadilha de Manoel da Nóbrega e de Anchieta, mas a essência guarani da trilha que leva à terra sem mal ficou intocada mesmo com a sobreposição artificial de um santo católico, e isso no momento em que Tumiaru virava São Vicente e Piratininga virava São Paulo, entre centenas de outros exemplos da toponímia colonial ibero-católica. Entretanto, e porque obrigada a dialogar com nativos para sobreviver, as gentes colonizadoras trataram de aprender a língua e, nisso, configuraram uma língua geral dita tupiguarani, que seria jogada no lixo, a partir do Século 18, com a determinação imperial de se falar português. [27893]
Fortaleza
Em Les singularitez de la France Antarctique, o francês de André Thévet narra suas viagens em 1555 d publicado na Europa como , narra suas impressões da "terra brasilis" afirmando em seus textos sem precisar os locais referindo ao indígenas como:
"Dauantage ce pauure peuple se hazarde fur léu, foit douce ou falée, pour aller trouuer fon enemy: comme ceux de la grand riuiere de Ianaire contre ceux de "Morpion".
"Ademais, esta pobre gente se aventura na água, seja doce ou salgada, para procurar o seu inimigo, como acontece com os de grande Rio de Janeiro contra os de Morpion" e prossegue: "Naquele lugar residem os portugueses, inimigos dos franceses do mesmo jeito que os selvagens desse lugar são inimigos dos de Janeiro".
Assim como as viagens em 1578 de Jean de Léry, outro explorador que publica suas aventuras do Novo Mundo com o livro Histoire d´un Voyage Faict en la Terre du Brésil , mencionando em seus relatos:
"Em certo dia os nossos selvagens surpreenderam dois portugueses em um pequeno casebre de barro onde estes viviam nos bosques, perto da sua fortaleza denominada Morpion".
Em muitos lugares no Brasil esse sistema já funcionava de forma semelhante, mas sem as grandes edificações características dos missionários jesuítas que erguiam grandes fortalezas a fim de proteger a sua produção e manter em local seguro tanto para os missionários quanto aos indígenas. Outros lugares como em São Vicente existe referências de Morpion e não existe qualquer vestígio de construção ou fortaleza jesuítica neste período.
O principal motivo de designar nos mapas o nome de Morpion era que esses lugares eram pontos estratégicos onde sabiam que tinham europeus e comida farta, e um exército de gente que não poderiam ser enfrentados sem ressalvas, e com algum tipo de influencia poderiam conseguir recursos através de escambo ou tráfico durante as expedições e contatos com os nativos, mas para isso teriam que evitar o cercado (Morpion ou Tic-tac-toe).
Notoriamente somente os franceses e ingleses parecem que conheciam o termo, embora o latim fosse uma língua muito usada na época. Talvez seja pelo fato de confundir com o termo de afluência no sentido de concorrência em grande quantidade, no latim arcaico dando a ideia de concorrente, confronto, disputa,a avisando aos franceses e ingleses que nestes locais poderiam entrar em uma emboscada.
Ainda o termo em francês mais moderno no século XVII aparece como Assomption designando uma suposição de tais vilas ou edificações ou ainda uma suposição geográfica da orografia ou corografia ou escala da região. Embora apareça três formas, de Morpion no sentido de afluência (encontro dos rios, ou encruzilhada), confronto (locais já conquistados e fixos) e geográfico (orografia ou corografia) o principal descrito nos mapas é justamente no sentido de evitar locais já dominados. [24687]
1° de fonte(s) [22894]
Mapa “Nova totivs Americæ descriptio” de Frederik de Wit