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Revista do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo. Vol. IX
190408/04/2024 01:49:01
Revista do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo. Vol. IX
Data: 01/01/1904
Créditos:

Continuaram as pesquisas sem descanso até que em 1552 apareceram as primeiras folhetas de ouro paulista, conforme consta da carta do bispo D. Pedro Fernandes Sardinha a D. João III em 12 de julho de 1552. Dois anos mais tarde Anchieta anunciava a descoberta do ferro, do ouro e da prata.

(...) Em 1552 fôra achado o ouro; possível é que uma descoberta de minério de ferro, feita mais ou menos na mesma época na zona entre o litoral e São Paulo tivesse dado lugar a que o Padre Anchieta reunisse ambos os fatos sob uma epígrafe comum. Vários indícios e alguns fatos parecem corroborar esse modo de ver.

A duas léguas a sueste da atual capital do Estado, na freguesia de Santo Amaro, á margem esquerda de um afluente do Rio dos Pinheiros, foram encontrados minérios que deram lugar ao estabelecimento de uma pequena forja.

Ainda em princípios do século passado, o Wilhelm Ludwig von Eschwege (1777-1855) pode ver as ruínas desse estabelecimento que ele afirma ser, sem dúvida alguma, o primeiro levantado no Brasil. Breve teremos ocasião de provar que é infundada esta opinião. [Revista do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo. Vol. IX, 1904. Páginas 21 e 22]

Em todo caso, é certo que nas proximidades de Santos e de São Paulo esses minérios existiam, na zona em que era natural fossem mais ativas as pesquisas. Era lógico, pois, aceitar o alvitre sugerido por aquele sábio geólogo alemão, atribuindo a Afonso Sardinha o descobrimento dessas jazidas.

Além de ser este homem conhecido e de valor, tanto que em 1556 já era vereador da Vila de Santos, tinha para provar sua competência especial o descobrimento dos minérios do morro de Biraçoyaba.

Novo elemento de prova encontra-se porém no fato de morar Sardinha em um sítio, chamado Ubatá, "junto ao rio Juribatuba que agora se diz Rio dos Pinheiros", reza a Chronologia paulista citando Pedro Taques; deste sítio, em 1604, antes, portanto, como havemos de ver, da fundação da fábrica de ferro, data ele seu testamento. Morando no local das minas, a proximidade dos primeiros pontos povoados de modo permanente pelos portugueses, não será natural atribuir-lhe a descoberta? E julga-la anterior das jazidas do termo de Sorocaba? Esta hipótese que aventamos permite conciliar vários fatos.

Ela explica a notícia dada pelo Padre Anchieta em 1554; enquanto a localização em Ypanema da primeira descoberta de Afonso Sardinha deixaria de pé a dúvida suscitada pelo largo intervalo que medeia entre a charta quadrimestral que deu a nova, e a fundação da usina de ferro do Valle das Furnas em 1590.

E a constatar essa demora de 26 anos está a rapidez das determinações doo governador D. Francisco de Souza, recebendo em 1597 a notícia de terem sido achados ouro, prata e ferro em Biraçoiaba e mandando pessoal adestrado e fazendo as nomeações necessárias no fim do mesmo ano e começo do seguinte. [Revista do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo. Vol. IX, 1904. Página 23]

Frei Afonso Sardinha, o velho, acompanhado por seu filho de igual nome, quem devassou o sertão paulista á procura de minerais. Mais feliz do que seus predecessores, pode ele achar o ouro em Jaraguá, em Jaguamimbola, em Ivituruna em 1597, e esse metal, com prata e o ferro em Biraçoiaba em 1590 ou 1597.

A insistência com que Taques o chama de paulista leva a crer ter nascido Sardinha na Capitania, lá por volta de 1531, o que lhe daria 25 anos apenas na época em que o elegeram vereador da vila de Santos. Por outro lado existe uma escritura de 9 de junho de 1615, pela qual ele e sua mulher D. Maria Gonçalves fazem uma doação aos Jesuítas. Isto lhe daria uma existência mínima de 85 anos, e 66 teria ele ao descobrir o ouro na Mantiqueira.

Nenhuma dessas conclusões é difícil de admitir-se, nem mesmo a pouca idade com que foi membro da administração local, pois a lei única da Capitania era a vontade do donatário ou de seu representante, não vigorando Ordenações em virtude do próprio sistema de colonização adotado por Portugal.

Traz, porém, esse modo de encarar o problema uma dificuldade suplementar, o saber de quem Sardinha teria obtido os conhecimentos precisos para se tornar perito em distinguir os minérios de ferro e sua metalurgia rudimentar.

É possível que somente um após o outro lhe tenham sido ministrados esses elementos técnicos. Dos seus progenitores teria aprendido a conhecer os óxidos de ferro, o que daria áqueles, como berço provável, o norte de Portugal, onde mais facilmente eram conhecidos os minérios biscainhos.

Nesta faze teria descoberto a jazida de baixo teor metálico do Rio dos Pinheiros. Com o afluxo de novo pessoal, trazidos pelas náos vindas do Reino, ou desembarcado de bordo de corsários e piratas que infestavam a costa brasileira, é possível tivesse chegado a São Vicente algum fundidor espanhol ou francês, ao qual Sardinha viesse a dever sua instrução metalúrgica.

Essa hipótese explica satisfatoriamente dois fatos, um dos quais, sem ela, é problema insolúvel: é este a impossibilidade de ter aquele paulista, isto é, nascido na Capitania, feito sua educação profissional com recursos puramente locais; o segundo fato, é justificar respeitando todas as nossas deduções anteriores, o largo prazo decorrido dentre a descoberta do depósito do rio dos Pinheiros e sua utilização, não por Sardinha, mas por uma sociedade de que mais adiante falaremos. [Revista do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo. Vol. IX, 1904. Páginas 25, 26 e 27]

Já em 1 de outubro estava ele em São Paulo, donde datou uma provisão alterando de 100$ para 200$ o ordenado do capitão Diogo Gonçalves Laço, e só voltou ás jazidas em 11 de fevereiro de 1601. É pois inexata a afirmação das memórias de Frei Gaspar da Madre de Deus quando dá a D. Francisco como presente em Biraçoyaba em 1600. [Página 37]

(...) Os estudos necessários á confecção deste trabalho levaram-nos a compulsar alguns registros da correspondência dos governadores das capitanias entre si, com os Vice-Reis ou com as altas autoridades da Metrópole. Gerou-se-nos a convicção que publicados esses papéis veneráveis, outra será a versão adotada para explicar a história diplomática e política de Portugal e sua possessão americana, desde a fundação da Colonia do Sacramento até a paz de Santo Ildefonso. Merecem ser destacadas as correspondências de Gomes Freire, Luiz Diogo Lobo da Silva e Luiz Antonio de Souza.

Para o período que mais de perto nos interessa são estes dois os últimos governadores cujos atos devem ser estudados com mais cuidado. Está inteiramente fora dos moldes deste trabalho indagar minuciosamente dos governos destes representantes da Coroa, em tudo quando fizeram para aparelhar o Brasil na luta surda posterior ao tratado de 1763, assinado no El-Pardo, até a explosão dos rompimentos em 1777 entre as duas cortes de Lisboa e de Hespanha. A estes fatos, entretanto, prende-se a história da tentativa de estabelecimento de nova fábrica de ferro no termo de Sorocaba, em 1765.

Nesse ano, a 28 de fevereiro, uma carta régia concedia privilégio exclusivo por dez anos a Domingos Ferreira Pereira, morador na Capitania do Rio de Janeiro, para na comarca de São Paulo minerar ferro, chumbo e estanho, podendo estabelecer uma ou mais fábricas para caldear esses metais, não podendo nenhuma outra pessoa, durante esse tempo, fazer o mesmo, sob pena de ser detida na cadeia por tempo de dois meses, ficando o privilégio isento dos direitos senhoraes dos quintos por cinco anos, depois de montada a fábrica. [Página 58 do pdf]

Ora nesta época andava acesa a controvérsia sobre limites entre São Paulo e Minas, de que nos dá ideia aproximada a coleção de documentos publicados pelo Archivo paulista. Ao mesmo tempo preocupava seriamente aos governadores as consequências do tratado d´El-Pardo; e da correspondência (ainda inédita) entre eles se depreendem quantas responsabilidades sentiam pesar-lhes sobre os ombros e a lealdade, acerto e nobreza com que enfrentavam a solução dos múltiplos e dificílimos problemas oriundos dessa fase do conflito sécular hispano-portugues.

Em 13 de dezembro de 1765, escrevia Luiz Diogo Lobo da Silva seu colega de São Paulo, que todas as contendas deviam cessar diante a premência dessa dificuldade máxima: a defesa da colonia contra o inimigo hespanhol. E, depois de enumerar os recursos de que dispunha, em homens e material bélico, remetia planos de bombardas e morreiros para terrenos montanhosos e acrescentava:

"o ponto está que V. Excelência na nova fábrica que me dizem que tem de ferro em Sorocaba ache que faça as bombas, granadas e algumas balas de calibres, por ter dos uma poucos dos de 2 nenhumas, e haver distâncias para que não servem os cartuchos."

Quando recebida esta carta por D. Luiz Antonio de Sousa, tinha-se erigido apenas uma pequena forja para experiências, e mil dificuldades eram alegadas pelo concessionário e pelos fundidores, para explicar o nenhum resultado de sua tentativa. O capitão-general ia esmorecendo e nesse sentido respondeu ao de Minas. Voltou este imediatamente á presença de D. Luiz, animando-se nesses termos.

"Segundo o que V. Excelência me refere da fábrica de ferro eu não desanimaria a poder conseguir dela as balas, bombas e granadas em que lhe falei, pois se poderiam fazer, suprindo-se com um proporcionado e pequeno forno, e instrumentos conducentes á mesma manufatura, ainda que em duplicadas fundições uma parte destas munições tão essenciais, quando a indigência dos fabricantes não seja tal que careçam de mendigar o sustento, e que não poderiam vencer, se fosse prepararem no para outra qualidade de obras de ferraria, arnearia e serralheiros, porque neste caso para porem o dito gênero na pureza necessária, já era preciso passar pelo segundo, e terer° forno, e martelos d´afinagem; mayarmte quando outras mais crescidas se tem dissolvido neste governo." [Página 59 do pdf]

Apesar de todos os esforços não melhoraram as condições técnicas do trabalho da nova fábrica. Possuímos um depoimento de autoridade incontrastada sobre o caso: as cartas em que D. Luiz Antonio comunicava ao Conde de Oyeras, o grande Sebastião José de Carvalho e Mello, o resultado desses esforços. Em 3 de janeiro de 1768 dizia ele:

"A Fábrica de Ferro é uma das coisas que me tem dado maior trabalho, sem que até agora conseguisse o desejado fruto, ou seja pela pouca experiência do Mestre ou por demasiada malícia dele, porque para tudo pode ter lugar a suspeita. Sendo S. Majestade que Deus Governante Servido dar faculdade a Domingos Ferreira Pereira para poder nesta capitania minerar ferro e chumbo, logo que o dito aqui chegou passou ao Morro do Hibarassoyaba, no distrito da Vila de Sorocaba, a fazer as primeiras experiências e uma pequena forja, que para isso erigiu com o mestre de caldear o ferro João de Oliveira Figueiredo, tirou as primeiras amostras em 9 de dezembro de 1765 remeti de Vila de Santos a V. Excelência. Passado pouco tempo, voltou o dito Domingos Ferreira Pereira com o Mestre para o Rio de Janeiro, dizendo que ia ajustar a Sociedade desta negociação entre as pessoas com que estava contratado; e partindo-se demorou mais de um ano, sem formar a dita Sociedade, nem os Sócios lhe aprontarem os meios necessários para a criação destas Fábricas.

Voltando segunda vez a capitania, sem concluir coisa alguma lhe procurei fazer nesta cidade uma Sociedade, fazendo vir a minha presença os homens de negócio, que me pareceram mais capazes, e propondo-lhes as utilidades que podiam resultar ao publico e ao Real Erario.

Com efeito se ajustaram na forma que pedia o dito Domingos Ferreira Pereira, cedendo este aos Sócios a metade de tudo o que lhe pertencia nesta negociação, em virtude da graça que obteve de S. Magestade de que fizeram segurança de escritura, obrigando-se os sócios a concorrer logo com dez mil cruzados principio da primeira Fábrica, tanto se saber a Arte do Mestre, como tão bem para se fazerem as experiências sobre o rendimento da pedra, e da conta que fazia, e tão bem se obrigaram os mesmos sócios a erigir todas as mais Fábricas que se julgasse precisas para sustentar o ferro com abundância, não só esta capitania, mas tão bem as mais deste Brasil, concorrendo toda a Sociedade para fazer os mais gastos, que acrescessem depois de acabados os dez mil cruzados que entraram para a fundação da primeira fábrica.

Porém, como o Mestre de caldear o ferro João de Oliveira de Figueiredo tinha ficado no Rio de Janeiro com a intenção de ir a Angola, como se dizia, e sem ele, não se podiam por em prática as experiências, escrevi ao Conde da Cunha, Vice-Rey para que o fizesse vir, o que ele prontamente executou, remetendo-o preso em dias de Fevereiro de 1767.

Logo que chegou o Mestre, achando-se já estabelecido o contrato da Sociedade, na forma que a V. Excelência tenho referido, foram dar principio a primeira Fábrica em dias de junho do referido ano de 1767, e depois de examinarem e conhecerem aquela situação, que na distância de duas léduas em quadra é continuada a mina de pedra férrea, com abundância de lenha e agora (água?) para sustento das fábricas, entraram logo em construção da primeira, ponto em prática as experiências de caldeação de ferro e aço, e modo de estende-lo.

Nestas obras se tem trabalhado desde aquele tempo até o presente, com grande despendio dos acionistas em fazer fornos grandes, e pequenos por diferentes modos, safras, martelos, malhos, rodas e engenhos para os mover, e tudo o necessário tenho madando lá assistir pessoas Engenhosas e experientes, e não é possível acertar-se com a caldeação do ferro nem faze-lo igual ao da primeira amostra, que a V. Excelência remeti.

Nestes termos ou isto é insuficiência do Mestre, o que pode ser, por ele não ter nunca trabalhado em Fábrica, nem visto as de Biscaya, ou será compra de pessoas mal intencionadas, que pelos meios dele se fazer ignorante, pretendam inutilizar a Fábrica.Artífice que cá se ache, e juntamente se pode haver algum segredo que se remedie qualquer defeito, que possa ter a a mesma pedra, para se haver de tirar ferro de qualidade, daquele que enviei ao sr., e que não podia haver melhor, nem mais perfeito, e foi tirado desta mesma pedra, de que não há dúvida."


Não eram estas somente as dificuldades com que lutaram para o estabelecimento da fábrica. Contrariamente ás leis e ordens régias, tinha-se constituído a sociedade primitiva em Portugal com um sócio estrangeiro, o que levou a D. Luiz Antonio de Souza a excluir este de acordo com a resolução tomada em junta realizada em São Paulo, a 18 de maio de 1767. Reza este documento:

"(...) nesta cidade de São Paulo, e casas de residência do Illmo. e Exmo. Sr. Dom Luiz Antonio de Souza Botelho Mourão, General desta Capitania, foram convocados em junta por ordem do dito Illmo. e Exmo. Sr., o Doutor Ouvidor Geral desta comarca, Salvador Pereira da Silva, o provedor e contador da Fazenda Real, José Onorio de Valladares e Alboym, e o procurador da Coroa e Fazenda, o dr. Bernardo Rodrigues Solano do Valle, sendo todos presentes, foi proposto pelo sobredito Illmo. e Exmo. Sr. que, Sua Majestade fora servido por cartas de 28 de fevereiro de 1766; dirigidas pelo secretário de Estado dos Negócios do Reino e da Marinha, recomendar o bom êxito e efetiva diligência que devia haver para que laborasse com maior expedição a fábrica de ferro, que de novo se vinha erigir no termo da Vila de Sorocaba [Páginas 60, 61 e 62 do pdf]



Nas capitanias setentrionais a natureza geológica do terreno condenava as tentativas de ai fundar-se a siderurgia.
Gabriel Soares de Souza fala de minas de ferro e aço, trinta léguas adentro pelo sertão da Bahia, sem indicação de lugar entretanto, elas nunca foram exploradas. [Revista do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo. Vol. IX, 1904. Página 37]

Não foram inteiramente coroados de êxito esses novos esforços, e sempre se encontram dificuldades renascentes para a obtenção corrente do ferro em barras. Ainda em 30 de outubro de 1769, em missiva a Oeyras, renovava suas queixas o Capitão General, e lembrava recorrer a fundidores práticos de Portugal ou de Hespanha: [Página 64 do pdf]

(...) Não se sabe se efetivamente vieram os mestres biscainhos pedidos por D. Luiz. Há indícios de que assim não tenha acontecido; pois pelo que se conhece do funcionamento desta fábrica, pelas informações colhidas pelo Barão de Eschwege em 1811 de um antigo fundidor desta usina, e pela presença nela de um negro, hábil metalurgista, desde 1769, pode se inferir que ali se estabeleceu uma forja, segundo os processos usados na Costa africana, importados pelos escravizados dessa procedência, e que mais tarde se estabeleceram em Minas Gerais de modo predominante: Foi em Ypanema, com todos os visos de probabilidade, que se fundou a primeira fábrica de ferro pelo método dos cadinhos, de que mais tarde falaremos.

Quando, em 1810 ou 1811, o ilustre cientista alemão visitou a região, encontrou em Sorocaba um ferreiro que tinha trabalhado como fundidor na antiga forja, e que lhe fez desta a descrição seguinte:

"O forno era único e tinha cinco palmos de altura; sendo construído de tijolos, exigia uma refeccção hebdomadaria. Ao lado encontrava-se um grande foles, movido a braço, e a lupa metálica extraía-se pela parte superior do forno. Na parte inferior deste, havia um orifício, fechado normalmente com tornos de madeira, pelo qual se fazia a corrida das escorias. Dias havia em que se obtinha uma lupa de uma arroba de peso; em outros, ao contrário, após um dia inteiro de esforços, não se obtinha nem uma fibra de metal. O minério antes de ser fundido, era calcinado em um forno semelhante aos de cal, e, depois fragmentado a martelo em pequenos pedaços. O ferro obtido era quebradiço e acierado."

Essa descrição é quase idêntica á dos fornos de cadinhos existentes em Minas Gerais, que estudaremos oportunamente.

Atribuíam os curiosos da época á falta de combustível especial, proveniente da carbonização da madeira chamada Yperá o malogro dessas tentativas. Diz, entretanto, Vergueiro que a fábrica chegou a produzir quatro arrobas por dia, o que está em contradição coma narrativa de Eschwege; esta, contudo, merece mais crédito por se basear no testemunho de um operário da antiga usina, enquanto a da Memória histórica se funda apenas na tradição.

Não há acordo preciso quanto á data em que cessou de funcionar a nova fábrica. Frei Gaspar da Madre de Deus cuja exatidão em matéria de fato é duvidosa e cuja cronologia não está extreme de senões, escrevendo em 1797 declara positivamente:

"No governo do general D. Luiz Antonio de Souza se fabricou ferro e aço no dito morro, e ainda hoje se percebem os vestígios da dita fábrica, suposto hão passado uns 28 anos, cujo labor existiu todo o governo do referido general, que por um zelo a conservou, e ainda nos governos dos Exmos. Martins Lopes Lobo Saldanha e Francisco da Cunha Menezes, ficando logo desvanecida a dita fábrica porque a Sociedade, que havia na mesma era de homens sem forças para substituir o aumento, concorrendo também para esta decadência a falta de mestres na arte de derreter as pedras."

A ser exata está versão, a fábrica teria durado até 1786, ano em que Francisco da Cunha Menezes passou o governo a seu substituto Chichorro da Gama. Há indícios do contrário, entretanto, Marcelino Pereira Cleto, em outubro de 1782, contemporâneo, portanto, de Martim Lopes Lobo Saldanha, fala nessas usinas como de coisa passada. [Páginas 65 e 66 do pdf]
*Revista do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo. Vol. IX
Revista do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo. Vol. IX
Data: 01/01/1904
Página 24
Revista do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo. Vol. IX
Data: 01/01/1904
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Revista do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo. Vol. IX
Data: 01/01/1904
Página 26
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Data: 01/01/1904
Página 30


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