Não admira que sejam mesquinhas em quantidade e qualidade as bibliotecas particulares. Biblioteca é palavra muito grande para coisa tão pequenina. Quinze, por junto, os espólios em que se descrevem livros. Cinquenta e cinco, apenas, os livros de ler, deletra redonda, que vêm arrolados.
A maioria se compõe de devocionários e produções de literatura religiosa. Vários exemplares de Horas de rezar em linguagem; alguns confessionários, entre os quais a Instrução dos confessores; o Retábulo da vida de Cristo; os Mistérios da Paixão; a Aplicação da bula da Cruzada; um Livro de São José e outros de Sermões, inclusive os Ditames do Padre Eusébio e os Sermões da Semana Santa; o Despertar cristão, o Floro cristiano, as Orações evangélicas, a Vida de São Bento, a de Santa Rosa, a Festividade de Cristo, a Postila de Deus. Afamosa Imagem da vida cristã, de Heitor Pinto, se nos depara duasvezes, e é decerto o mesmo livro da vida cristã, indicado em outroinventário. No gênero dos anteriores se incluem provavelmenteo Livro de concertos, o Contentis mundi, os Cristais d’alma, tambémmencionados.
Representam a literatura profana uma Crônica do grão-capitão, em que se vislumbra sem dificuldade o panegírico de Gonçalo de Córdova,el Gran capitan, porseu companheiro de armas Fernando Perez del Pulgar; um volume de Fernão Mendes Pinto, que talvez seja das Peregrinações; as Novelas, de Miguel de Cervantes; o Fralsantonio, de Vilhegas, e outro do mesmo autor, cuja intitulação é indecifrável.
Esse Vilhegas pode ser Esteban Manuel de Vilhegas,escritor castelhano coetâneo, ou mais provavelmente Quevedo yVillegas, autor da História y vida del gran Tocaño Ilamado Buscon,romance burlesco publicado em 1626. No espólio de ManuelVandala há um volume de título truncado: “La divina...”. Dar-se-áque o poema do Alighieri tenha leitor em São Paulo?São trabalhos didáticos o Epítome historial, o Flora histórico, aProsódia, o Tratado prático de aritmética. Deles se aproximam, possivelmente, a Cartilha pastoril, o Repertório, os Segredos da natureza. [Página 67]
Comprar livros no Google PlayProcure a maior eBookstore do mundo e comece a ler hoje na web, no tablet, no telefone ou eReader.Ir para o Google Play agora »Livros no Google PlayVida e morte do bandeiranteCapaAlcântara Machado, José de Alcântara Machado
1° de fonte(s) [29687] Como os bandeirantes, cujas homenagens hoje são questionadas, foram alçados a “heróis paulistas”. Edison Veiga, de Bled (Eslovênia) para a BBC News Brasil Data: 20 de junho de 2020, ver ano (241 registros)
Taunay não foi o único a definir o bandeirante. Outra obra de referência nesse quesito é "Vida e Morte do Bandeirante", publicada em 1929 pelo jurista e escritor José de Alcântara Machado de Oliveira (1875-1941).