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Oré yvy noi porai: multiterritorialidade entre Unidades de Conservação e territórios indígenas no estado de São Paulo
201905/04/2024 00:44:21

pela Natureza, o dificílimo passo conduzido ao país encantado dosdourados […]. (PRADO, 1972).Este empreendimento de acesso às terras altas obteve possibilidades dedesenvolvimento, mais uma vez, devido ao conhecimento e práticas dos indígenasda região e exploração da sua força de trabalho. O chamado “porto indígena prélusitano”, às margens do rio Perequê (atual município de Cubatão), foihistoricamente utilizado como ponto de ligação entre costa e planalto pelos gruposque desciam à serra para atividades de pesca sazonal e contato com outrosindígenas, servindo-se também da foz dos rios para uso de embarcações. Ocaminho era considerado o mais trilhado e também o mais adequado para atravessia – em comparação aos demais – pelo relevo que atenuava-se entre cumesdevido à deposição de material rochoso e que formava terreno plano após apassagem do primeiro escarpado (PERALTA, 1973).Sabe-se que muitas vias de acesso atuais originaram-se da complexa rede detrilhas utilizadas pelos povos originários em tempos pré-coloniais, como o chamadocaminho de Peabiru que interligava a costa vicentina cruzando o continente e acordilheira andina até a costa pacífica do Peru. A partir do seu tronco principal,algumas conexões se ramificavam em outros traçados, registrados nos relatos decolonizadores desde o século XVI, a exemplo do explorador Ulrich Schimidel e omissionário Padre Montoya (CORREA, 2010).O caminho conhecido como a trilha dos goianases, ou caminho de Perequê,foi utilizado por Martim Afonso e João Ramalho em 1532 para seu primeiro acessoao planalto. Este caminho, desativado por ordem do Governador Geral em 1560, foiconhecido posteriormente como o “caminho velho” e deixou de ser utilizado por estar“muito infestado do gentio contrário”, grupos tamoios do Litoral Norte queincursionavam pelos igaraçus para guerrear e assaltar os portugueses. Lichti (1986)aponta que este trajeto atravessava a chamada serra de Ururaí, domínio proibidoaos “homens da nova ordem” pela oposição do grupo do líder indígena Piquerobi,enquanto que as zonas de influência de Tibiriça mostravam-se favoráveis aosportugueses.O mesmo autor relata que a preferência de acesso ao planalto passou entãoao novo caminho do mar, localizado há alguns quilômetros ao sul do anterior e [Página 79]

Apesar das questões relacionadas à disponibilidade de força de trabalho, otrajeto de terra atingiu à vila de Santos dois anos após o início das obras, resultadoprincipalmente do emprego de trabalhadores africanos escravizados, seus serviçosde “roçada, derrubada da mata, transporte de terra e corte de madeira para aspinguelas” (PERALTA, 1973), possibilitando o trânsito de mercadorias na estrada detreze quilômetros de extensão e quatro pontes, que ligou Cubatão ao porto deSantos por sobre o manguezal. Sua manutenção, entretanto, enfrentou as mesmasdificuldades relatadas em sua execução.Neste período, a partir do desenvolvimento da lavoura canavieira no planaltopaulista e do início do ciclo do café, as condições de tráfego no calçamento da serrae o transporte tropeiro de mercadorias apresentavam-se insuficientes edispendiosos, tornando-se frequentes as solicitações dos comerciantes para aconstrução de uma via “carroçável” para a interligação ao litoral. Em 1841, Tobias deAguiar, presidente da Província, determinou o início dos estudos de campo paraavaliação topográfica e localização de um trajeto que comportasse uma estrada paracarros, conhecida como a “Estrada da Maioridade”, nominação devida à recentedeclaração de maioridade de D. Pedro II para sua ascensão ao poder (fatoconhecido também como Golpe da Maioridade).A ascensão cafeeira, imigração europeia, implantação de ferrovias, dentreoutros fatores, determinaram um novo período de transformações na paisagem daBaixada Santista. Wendell (1966), engenheiro da Comissão Geográfica, se dedicoua explorar os vestígios dos antigos caminhos da Serra em 1921 e aponta acronologia descrita neste tópico. Tais caminhos foram a base para o posteriorestabelecimento do tráfego ferroviário, desenvolvimento portuário e do atualcomplexo de rodovias:Chego agora ao verdadeiro assunto desta palestra: caminhos antigos daSerra de Santos. Em ordem cronológica são os seguintes:1) O caminho de Piaçaguera de cima, que dêsse lugar subia a Serra pelosecular trilho dos Goianases, no vale do Ururaí, onde hoje correm os trilhosda inglêsa.2) O caminho do Padre José, pelo vale do Perequê.3) A estrada da Calçada do Lorena, que, partindo de Cubatão, subia por emcontraforte da Serra de Paranapiacaba, em zigue-zague e calçado de lajes.4) A Estrada da Maioridade, que, partindo do alto da Serra, desce,contornando pontas de espigões e grotas. Essa estrada foi melhoradavárias vezes e, em nossos tempos, adaptada para o trânsito de automóveis,com pavimentação de concreto e com outros melhoramentos. (WENDELL,1966). [Página 85]

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É por demais conhecido o fato de que toda a empresa marítima portuguesa foi expressa pelos contemporâneos em linguagem religiosa e, mais ainda, missionária. Os contemporâneos nos dão a impressão de que, para eles, o maior acontecimento depois da criação do mundo, excetuando-se a encarnação e morte de Jesus Cristo, foi a descoberta das índias.

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É a ciência feita de suor como dissemos. Temos sobressaltos de lógica, temos anos de indagações não respondidas, temos frustrações, temos horas de arrancar os cabelos, mas o verdadeiro poder do gênio é a força de vontade para fazer todos os erros necessários para chegar a resposta.
Michio Kaku
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