E tu, Barão de Sorocaba, a quem a Morte com a foice na mão conduziu-o, antes do tempo, e levou-te a gozares da verdadeira sismaria, herdada da Natureza, desses sete palmos de terra, com que te achas acomodado, levanta-se, e vem advertir aos teus companheiros de que a felicidade dos homens não consiste em possuírem muitas terras, para vexarem, e oprimirem os seus semelhantes; vem advertir-lhes de que todos por lá se satisfazem com as suas sismarias, e que não - põem marcos, arrancam marcos, medem, remedem, tombam, alargam, e andam dia, e noite com o tombo aos tombos, como por cá se pratica, á imitação dos avarentos com o dinheiro amoedado, que o contam todos os dias - ; vem advertir-lhes de que se lembrem do - memento, homo -, que os conduzirá a desfrutar essas sismarias, com que todos infalivelmente hão de contentar-se!!! Sim, Barão de Sorocaba, tu quiseste iludir-nos com o afetado roubo do Tombo, e ele hoje existe em nosso poder, e passará de geração em geração, para conhecerem a injustiça, a espoliação da propriedade de tantas famílias, que, recorrendo aos Céus, não cessam de clamar: Justiça, Justiça! Sim, Barão de Sorocaba, suas lágrimas serão enxutas, e seus gemidos serão ouvidos pelos honrados homens, que prezam o direito da igualdade, e respeito a Lei; essas vitimas da arbitrariedade já estão livres da tua baixeza, e adulação, e ficarão livres dos outros egoístas, que cá deixaste! Semelhante qualidade de gente, hipócritas, egoístas, e aduladores, não se lembram do "memento homo", e só ficam quietos, quando o padre lhes canta o "requiescat in pace!" Amém...