No ano de 1609, em 15 de fevereiro, a Câmara recebia o apresadorDiogo de Quadros, que, como já averiguamos, organizou uma expediçãoque partiu da vila, em agosto de 1606, levando um contingente de cinquentacolonos e muitos índios para o sertão, lá permanecendo por dois anos. Apostura de Quadros diante do Conselho nada mais foi que a expressãoexplícita de seu descontentamento com as autoridades piratininganas. Ele,como provedor das minas e proprietário de engenho de ferro, expressouse como alguém que, devido ao seu potencial de colaboração para ocrescimento da capitania, devia receber muito mais ajuda oficial do quevinha recebendo:[...] pareceu o dito Diogo de Quadros e por ele foi dito que haviaquatro anos que estava nesta vila fazendo o que sua majestade lhemandava em seu cargo de provedor das minas e com muito trabalhofizera um engenho para fazer ferro, o qual por não ter fabrico perdiasua majestade seus quintos reais e ele provedor muita perda pedindopor muitas vezes aos capitães que lhe dessem ajuda para isso e de umano para cá, até hoje não tivera das aldeias mais que oito índios quelhe dera Antônio Ruiz, capitão dos Marmemis dos índios em nove dejunho e cinco de agosto da aldea dos índios Marmemis que lhe fizeramtrês arrobas de carvão, pela qual razão deixou de fazer a quantidadede ferro, que sua majestade encomenda e que há quatro mezes quepor falta de homens que o ajudasem [...] deixou também de outramoenda em que sua majestade tinha notável perda [...] (ACTAS DACÂMARA, 1609, p. 234-235). [A ESCRAVIZAÇÃO INDÍGENA E O BANDEIRANTE NO BRASIL COLONIAL: CONFLITOS, APRESAMENTOS E MITOS, 2015. Manuel Pacheco Neto. Página 87]
1° de fonte(s) [26043]
“O bandeirismo paulista e o recuo do meridiano”, Alfredo Ellis Jú...