Revista do Instituto Histórico e Geográfico de SP. LVVVX
1990
07/04/2024 19:24:56
Revista do Instituto Histórico e Geográfico de SP. LVVVX
Data: 01/01/1990
Página 33
Na Capitania de São Viçente é obra de pesquisa rigorosa, de análise criteriosa e de valor histórico indiscutível. Está ela refeita de citações que avalizam as opiniões emitidas, de observações que, estribadas na documentação autêntica e nos testemunhos de coevosfidedignos, retificam erros consagrados. Tudo com a indicação das fontes.
Preocupação, aliás, que sempre tinha em mente. "Para documentar as minhas opiniões - manifestaria a Aloisio de Almeida (Cônego Luis Castanho de Almeida, 12.3.57, XLIX-C/26) - cito sempre o autor, o livro e as devidas páginas em que me apoiei". Não era dos que, egoisticamente, sonegam as fontes.
Em carta a Aluísio de Almeida (21.2.57, LXIX-C/26), do ano de seu falecimento, dá o ról de sua produção histórica e confidencia seus planos, nessa área. Solicitava ele ao historiador sorocabanoalgumas informações de seu interesse e, para justificar o pedido, faz a exposição. "Escrevi há tempos um ensaio sobre a Capitania de S. Paulo e, recentemente, outro sobre a Capitania de S. Vicente;estou escrevendo atualmente alguma coisa sobre a Província de S.Paulo, no tempo do Império e pretendo, se tiver tempo e saúde,escrever também sobre o Estado Federado de S. Paulo na República". Quanto a este, faz uma ressalva a destacar. "De passagem lhedigo que nada escreverei sobre as interventorias de S. Paulo, notempo da Ditadura, porque tendo sido nela parte, ou, vítima, sintoque não teria a necessária serenidade para delas tratar com imparcialidade".Era a consciência do historiador criterioso a extravasar, naspalavras do homem honrado que sempre fora.
Remanescem, em seu arquivo, páginas inúmeras sobre esse seuplano. Sob o título "São Paulo, Província Imperial", há dois volumes, segundo a indicação do autor. Precede-os nota manuscrita. I I"Neste trabalho apenas o primeiro capitulo, emboraincompleto e imperfeito, pode ser publicado. O capítulosobre o caminho do mar precisa ser refundido. Os outrossão apenas esboços, que esperam desenvolvimento. Sobrea viação férrea basta resumir o que escreveu A. Pintoque é completo.[Páginas 33 e 34]
*Revista do Instituto Histórico e Geográfico de SP. LVVVX
Em 1538... aconteceu pela Divina Providência, pois aqui achamos três cristãos, intérpretes da gente bárbara que falam bem esta língua pelo longo tempo de sua estada. Estes nos referiram que quatro anos antes um nativo, chamado Esiguara (grafado também Etiguara, Origuara, Otiguara), agitado como um profeta por grande espírito, andava por mais de 200 léguas predizendo que em breve haveriam de vir os verdadeiros cristãos irmãos dos discípulos ao apóstolo São Tomé, e haveriam de batizar a todos. Por isto, mandou que os recebessem com amizade e que a ninguém fosse lícito ofendê-los. Carta do Frei Bernardo a Juan Bernal Diaz de Luco, do Conselho das Índias espanholas
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Foram estas convicções, que ainda agora estão inabaláveis no meu espírito, as que decidiram de minha sorte; são elas a clave de toda a minha conduta, quando ela apresenta o que pode parecer ao olho menos atento flagrante inconsistência.