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“A lenda da República de São Paulo”
21 de julho de 202210/04/2024 20:32:27

Posterior a "São João de Piratininga" [18], a São Paulo de Piratininga em 1700, possuía 210 "fógos" e em 1776 um surto: 392 habitações. Nesta altura São Paulo só contava 1516 habitantes. Sorocaba era a principal cidade da capitania, com 1191 prédios e uma população de 5158 almas [15].

Mais tarde, depois da Independência, em 1826, as estatísticas revelam a existência de 2298 casas em São Paulo. Curioso que em 1840 só existem, cadastradas 1834 casas. [11]

Entre as muitas fábulas criadas sobre a origem, o governo e os costumes dos antigos paulistas de São Paulo de Piratininga, destacam-se as dezenas de menções a República de São Paulo, localizada abaixo do trópico de Capricórnio.

A "História Geral Da Civilização Brasileira", sob supervisão de Sergio Buarque de Holanda (1902-1982), registra:

Confusões havia também no próprio campo político, não sendo de todo descabida, aqui, a menção da lenda da República de São Paulo, no século XVIII.



DUAS "SÃO PAULO"

O padre Pierre-François-Xavier de Charlevoix (1682-1761), quem mais contribuiu a "lenda", diz na sua História do Paraguai:

Os seus habitantes com socorros dos jesuítas do seu colégio se conservaram algum tempo em a piedade, e os índios do distrito, que estes religiosos impediram fossem maltratados, abraçaram com ânsia a religião católica; mas isto durou pouco, e a colônia portuguesa de São Paulo de Piratininga, sobre a qual os missionários haviam fundado a sua maior esperança, veio a ser um obstáculo às suas conquistas espirituais.

O mal veio primeiramente de outra: A República de São Paulo, foi como a de Platão existente só na idéia do impostor,que lhe deu subsistência. Eles admitiam consigo aventureiros de todas as nações da Europa; porém não permitiam entrada aos estrangeiros na sua república.

Professavam a religião católica, ainda que exercitassem o ofício de piratas; mas finalmente el-rei de Portugal sujeitou esta república a seu domínio imediato, do qual ela hoje depende.
” [4]

Em 1797 frei Gaspar da Madre de Deus (1715-1800), é contraditório, pois reconhece a narrativa de Charlevoix sobre as incursões paulistas no Paraguai como exata, muito mais exata do que certos relatos portugueses:

"Impropriamente dizem que a Vila de São Paulo está situada sobre o cume de uma montanha: porque não há serra alguma próxima a esta vila, hoje cidade. Ela demora em lugar alguma cousa elevado, mas não tanto, que seja difícil a sua expugnação, depois de ter chegado o inimigo à borda do campo, 3 léguas distante da cidade." [13]

SOROCABA

São argumentos fortes e não contestados satisfatoriamente! Três "quebra-cabeças" se encaixam, compondo outro: o da vila de São Filipe.

1. São Paulo não consta no primeiro mapa a registrar Sorocaba (imagem 1), ainda "São Felipe", em 1616 [1][2], e até o século XVIII, a cartografia registra-a, ora ao norte, ora ao sul ou exatamente no trópico, e sempre com ícone indicando importância igual, as vezes maior que a capital São Paulo (imagem 2) [12].

2. Em 1628, durante o "período do silêncio" na História de Sorocaba, "havia uma Fazenda São Paulo nas proximidades do Rio Sorocaba ou Sarapuí", sob a qual existem polêmicas, entre Taunay e Belmonte [1] [3]. Luis Castanho de Almeida, "pai da História" sorocabana, deduziu ser moradores do atual bairro Itavuvu [17].

3. Na a obra "New and Accurate History of South America", publicada em 1756 por Richard Rolt, merecem atenção trechos como:

A República de São Paulo é um pequeno Estado, cercado por inacessíveis montanhas e pela impenetrável floresta de Pernabacaba. Habitam-na espanhóis, portugueses, crioulos, mestiços, mulatos e negros; inicialmente viveram eles sem religião, sem leis, sem fé ou honestidade; mas a necessidade forçou-os a este tipo de governo.

São em número aproximado de 4.000 e consideram-se um povo livre, com o nome de Paulistas, segundo sua capital; isto embora paguem ao rei de Portugal uma espécie de tributo, com os recursos obtidos em minas de ouro, amiúde encontradas nas montanhas e em cuja exploração se empregam numerosos índios escravos.
” [9]

E relaciona o autor as minas de ouro encontradas em 1680, ano em que Frei Pedro de Souza escreveu de Sorocaba: "Agora finalmente descobriu-se uma grande cópia de ouro, prata, ferro e ouros metais, até aqui inteiramente desconhecidos (como afirmam todos)".. [5]

Ensinou o padre, escritor e historiador e "pai da História" de Sorocaba, Luis Castanho de Almeida, que:

"em 1803 Martim Francisco visitou a fazenda dos Madureira onde lhe mostraram um poço de exploração abandonado da prata, e que devia datar de 1684 quando certo frei Pedro de Souza, religioso mercenário, tentou encontrar aquêle metal em tôda a zona". [16][1] Walter A. Goffart, Historical atlases: the first three hundred years, 1570-1870 (2003), p. 70.[2] https://brasilbook.com.br/r.asp?r=23044[3] Bandeiras e Bandeiras de SP (1940) de Carvalho Franco (p. 85) - Memória Histórica de Sorocaba p.340 / "As era das bandeiras" Afonso de Taunay p.112[4] Notícias das Minas de São Paulo e dos sertões da mesma Capitania (Pedro Taques de Almeida Leme 1714-1777) p.55[5] Revista do Instituto Historico e Geografico de São Paulo (1998) p.22 / genearc.net / geni.com, consultado em 24.04.2022[6] Cultura e opulência do Brasil por suas drogas e minas (1711) p.141;142 - p.145[7] Viagem a provincia de São Paulo e resumo das viagens ao Brasil, Provincia Cisplatina e Missões do Paraguai, 1940. Auguste de Saint-Hilaire (1779-1853). Página 173[8] New and Accurate History of South America, de Richard Rolt[9] Charlevoix, Pierre Francois Xavier — Histoire du Paraguay. Paris, 1756[10] https://brasilbook.com.br/r.asp?r=24682[11] Sombra (RJ)[12] Antonio Zatta[13] Edison Veiga (20/06/2020) BBC News Brasil[14] ALUISIO DE ALMEIDA do Instituto Histórico, Geográfico e Genealógico de Sorocaba. II PARTE. O BRASIL INDEPENDENTE. CAPITULO VI / Boletim do Departamento do Arquivo do Estado de SP. Secretaria da Educação. Vol. 9. Apontamentos para história da Fábrica de Ferro do Ipanema (1959) Prof. João Lourenço Rodrigues p.32,33[15] Jornal Sombra/RJ, 1950 edição 106[16] “Viagem à provincia de São Paulo e Resumo das viagens ao Brasil, provincia Cisplatina e missões do Paraguai”. Auguste de Saint-Hilaire (1779-1853)[17] Memória Histórica de Sorocaba VI, 1970. p.336,337[18] youtube.com/watch?v=N6qpCi_DpQI
“A lenda da República de São Paulo”

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