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Articulando escalas: cartografia e conhecimento geográfico da bacia platina (1515-1628), 2018. Tiago Bonato, Universidade Federal do Paraná
201810/04/2024 19:33:04


O mapa é um reflexo direto da exploração feita por Martin Afonso de Souza, entre osanos de 1530 e 1533, na costa sul americana. A expedição seguiu até as proximidades do rio daPrata, onde uma tempestade fez com que Martin Afonso ficasse em terra e enviasse seu irmão,Pero Lopes, autor do diário da expedição, rio da Prata adentro. No retorno da viagem, MartinAfonso funda então a vila de São Vicente, no atual litoral paulista.327

Dois personagens bastante instigantes fizeram parte dessa exploração. O piloto Enrique Montes ofereceu à armada de Martin Afonso o mesmo serviço que havia realizado anos atrás com a expedição espanhola de Sebastião Caboto, conduzindo os europeus estuário adentro até a boca do rio Paraná. Pouco se sabe sobre ele. Sobre o também piloto Gonçalo de Acosta, ou da Costa, também chamado de Bacharel, as referências se multiplicam nas fontes coevas. O piloto acompanhou o capitão espanhol Diego Garcia Moguer ao rio da Prata em fins da década de 1520, na expedição em que esse juntou seus homens aos de Caboto no rio Paraná para tentar alcançar as serras de prata. Diego Garcia afirmou que Acosta já vivia no litoral vicentino há duas décadas. Depois de retornar à Espanha, o bacharel se colocou a serviço de Carlos V e esteve presente em alguns outros episódios importantes da exploração platina, acompanhando Pedro de Mendoza na expedição de 1535 e Alvarez Nuñez Cabeza de Vaca em 1540, sempre como língua e piloto. O personagem foi responsável pelo reconhecimento dos caminhos que seguiriam as entradas enviadas por Martim Afonso de Souza, no litoral vicentino e do próprio adelantado Cabeza de Vaca do litoral de Santa Catarina até Assunção, conforme retomarei mais tarde.328

Os objetivos da viagem de Martin Afonso nos dão algumas pistas sobre o traçado dabacia platina no mapa de Viegas. Em carta de 1531, a Imperatriz Isabel, mulher de Carlos V,dá notícias ao embaixador espanhol em Portugal, Lope Hurtado de Mendoza, sobre os objetivosda Coroa lusitana com o envio de Martin Afonso de Souza ao litoral sul. Segundo ela, aexpedição tinha entre seus motivos “construir algumas fortalezas nos portos, como o porto deSão Vicente, porque levavam muita artilharia grossa e porque, desde esse porto, que está na suademarcação, pensavam entrar por terra ao rio da Prata”.329 [Página 142]

Francisco Ortiz de Vergara foi um dos poucos espanhóis a cruzar, de leste a oeste, praticamente todo o continente sulamericano no século XVI. Em sua correspondência com o Consejo de Indias, o autor – que foi governador das Províncias do Rio da Prata e Paraguai entre 1558 e 1568 – dá relação de suas viagens. Primeiro, em 1540, acompanhou o adelantado Alvar Nuñez Cabeza de Vaca em uma das mais conhecidas travessias quinhentistas, partindo da Ilha de Santa Catarina, atual Florianópolis, e chegando até Assunção, às margens do rio Paraguai.

Segundo a narrativa de Vergara, entraram “por un rio que se dize Ytapocu. Caminhamos veinte y un dias y llegamos al campo de los piñones”. A partir daí foram com índios cariós – “que por otro nombre se llaman guaranies” – até a cidade de Assunção. No caminho, passaram por muitos rios (o autor lista o nome de uma dezena deles à margem da carta) e serras, “que al parecer tienen muestras de metales”. [AGI, PATRONATO,29,R.23. A carta narra os fatos da viagem de Vergara de 1540, mas é firmada em 1572.]

Vinte e quatro anos mais tarde, já como governador interino, Vergara deixou Assunçãoe partiu rumo ao Peru, para dar conta de seus negócios ao vice-rei e à Real Audiência.406Segundo Diaz Guzmán, houve “grandes aparatos y pertrechos, así de embarcaciones, como decaballos, armas y municiones”. Contavam mais de trezentos espanhóis os participantes daexpedição, entre eles um capitão, Pedro de Segura, com sua mulher e filhos. A armada partiurio acima com “veinte navios de vela y remo otros tantos barcones, muchos bajeles, balsas ycanoas”, os espanhóis e toda gente de serviço, “que eran más de 2000 personas sin otros tantosindios encomenderos, que iban por tierra con el capitán Nuño de Chaves”. 407 O própriogovernador relata que enviou por terra até o porto de Itatim “treinta españoles y ochocientos yochenta caballos”.408 No porto, Vergara conta que desfez doze navios, enviou os demais devolta a Assunção e partiu território adentro, com o capitão Nuflo de Chaves, sua mulher e filhos.No caminho, o encontro com grupos indígenas hostis era recorrente. Numa dessas escaramuças,“en un paso por donde no podia escusarme de passar, el mas malo y agrio que en toda el viajehalle”, os índios se postaram escondidos a espera da comitiva. O único que pressentiu aarmadilha foi um cacique amigo que o governador levava com ele, que lhes deu aviso e salvouos espanhóis. Mesmo assim os indígenas tomaram as bagagens da comitiva, entre elas a do [Páginas 203 e 204]

famoso de todos, que ligava a costa do Brasil ao Paraguai, chamado de Peabiru ou Piabiyu, ouainda Caminho de São Tomé ou do Pay Zumé.522Aqui, uma vez mais encontramos uma enxurrada de referências, muitas vezes cruzadas,entre caminhos indígenas reais percorrido por europeus e o mito do santo evangelizador que oteria construído. A referência mais famosa ao caminho, ligando-o ao santo e às suas pegadas édo padre Montoya, escrita em 1639:

"É fama constante em todo o Brasil entre os moradores portugueses e entre os naturais que habitam toda a Terra Firme que o santo apóstolo começou a caminhar por terra desde a ilha de Santos, situado ao sul, na qual hoje se vem rastros que manifestam este princípio de caminho ou rastro, nas pegadas que o santo apóstolo deixou impressas em umagrande pedra que está no final da praia, onde desembarcou em frente a barra de São Vicente, que por testemunho público se veem hoje, menos de um quarto de légua do povoado. Eu não as vi, mas 200 léguas dessa costa terra adentro, vimos meus companheiros e eu um caminho quetem oito palmos de largura e nesse espaço nasce uma pequena erva enos dois lados do caminho cresce até quase meia vara, e ainda que murcha a palha se queimem aqueles campos, sempre nasce a erva a este modo. Corre este caminho por toda aquela terra e me tem certificado alguns portugueses que corre sem interrupção desde o Brasil e que comumente o chamam o caminho de Santo Tomé e temos tido a mesma relação dos índios de nossa espiritual conquista." 523

Ainda hoje a questão dos caminhos indígenas interligando regiões longínquas da porçãosul do continente americano gera muita discussão entre historiadores, geógrafos e arqueólogos.Existem muitas pesquisas que tentam desvendar os supostos mistérios da milenar trilha,chamada Peabiru, que partiria da costa atlântica brasileira, chegando até a costa do Pacífico,no Peru. Durante algum tempo a construção do caminho chegou a ser considerada uma obra incaica. Além dos incas e de São Tomé, outras hipóteses atribuem aos indígenas do troncomacro Jê a construção, como forma de ligar uma tribo à outra. Alguns resquícios do caminhoforam encontrados por arqueólogos em cidades do interior do estado do Paraná. De qualquerforma, se a existência do caminho, ou de caminhos, é evidente, sua construção, continuidade eutilização ainda geram discussão.524 Do ponto de vista da história, a documentação é vestigial e bastante confusa a esserespeito. Ao que tudo indica, existia a possibilidade de se ir por terra da costa atlântica até oscontrafortes andinos e o Peru. Entretanto, não me parece possível afirmar com segurança, apartir da leitura documental, a existência de um grande e único caminho que ligasse essesterritórios. Ao que parece os caminhos eram muitos. Não há dúvidas, porem, de que apenetração e a ocupação do território só foram possíveis com a utilização desses e a partir dealianças com os grupos ameríndios.

3.3.2 – Dos muitos caminhos percorridos

Em meados do século XVI, Diogo Nunes escreveu a d. João uma carta descrevendo sua viagem ao Peru e ao interior do continente, na região do rio Amazonas. A partir dali, segundo ele, era possível “ir a São Vicente atravessando pelas cabeceiras do Brasil, tudo por terra firme”. Mesmo com a ressalva de que “há muita terra que andar”, a travessia do continente parecia ser realizável.525

A carta traz também uma descrição da terra, registrando a imprecisão geográfica comum nas primeiras expedições território adentro, notadamente o itinerário dos grandes rios. Segundo Nunes, Esta terra está entre o rio da Prata e o Brasil, pela terra adentro por esta terra vem o rio grande das Amazonas e na paragem desta terra tem este rio muitas ilhas no rio e bem povoadas de gente bem luzida e da outra banda do rio há muita povoação da mesma gente de maneira que de umabanda e de outra está bem povoada.526

A grande quantidade de povoações indígenas era uma constante em toda a região e éreforçada continuamente na documentação. Quando trata dos povos que encontrou, DiogoNunes fala da abundância de peixes que obtinham no rio, e que “eles levam a vender pelosertão”. Nesse comércio, “eles têm contratações com outros índios” e “vão os caminhos muitoabertos de muito seguidos porque corre muita gente por eles”.527Outro indício dos caminhos aparece na carta do irmão Antônio Rodrigues aos jesuítasde Coimbra, escrita em São Vicente em maio de 1533. Rodrigues tem uma trajetória peculiarpelo continente americano. Depois de atravessar o oceano como soldado da armada de PedroMendoza com destino ao Rio da Prata em 1534, ele aparece como um dos possíveis soldadosdesertores que acompanharam o bávaro Ulrico Schmidl quando foi de Assunção a São Vicentepor terra, para embarcar com destino a Europa, no ano de 1553.528 A carta de Antônio Rodriguesdeve ser tomada também como uma espécie de expiação, na qual ele conta sobre seu processode conversão. O início da carta marca o tom que acompanha sua narrativa:

"Ainda que até agora, com muitos perigos, andei navegando por este mar do sul, onde há tantas tormentas, que poucos navios escapam, contudo confesso, Caríssimos Irmãos, até agora ter navegado por outro mar mais perigoso, que é o deste mundo e suas vaidades, onde tantos se perdem, do qual Nosso Senhor me livrou por meio do Padre Manuel da Nobrega(...) vendo quanto tempo e com quantos perigos tinha sido soldado no mundo, com tão pouco proveito, e que entrando nela entrava em melhor batalha, que é de almas, e com tão grande prêmio, que é a remuneração eterna." [Páginas 241, 242 e 243]

O soldado arrependido conta na carta sobre sua ida do Brasil ao Peru e de outros episódios marcantes da conquista e povoação do rio da Prata, que aparecem também em outras fontes coevas. Não deixa de ser interessante o fato de Rodrigues falar de Brasil, uma vez que, pela descrição, sabemos que sua expedição partiu do Paraguai com destino ao Peru.

Isso pode significar uma ideia de unidade territorial do ponto de vista jesuíta. De qualquer forma, no final da carta o autor conta que deixou aquela terra do Paraguai e veio a São Vicente, “que são perto de 360 léguas, por uns gentios chamados Topinaquinas”.530

Depois disso, já tratando dos projetos de conversão indígena, Rodrigues afirma que “já o caminho está feito daqui ao Perú, e a gente muito aparelhada para receber a nossa santa fé”. Como exemplo bem sucedido, cita dois freis franciscanos que, alguns anos antes “entraram cerca de 50 léguas daqui desta Capitania, pela terra adentro, caminho dos Carijós, e a uma aldeia deles chamaram Província de Jesus, onde fizeram admirável fruto”.531

Não é difícil perceber, através do trecho citado, que a circulação de indígenas e jesuítas era frequente pela terra adentro. Da mesma forma é visível que os caminhos percorridos eram indígenas, o caminho dos carijós, pelo qual os referidos freis entraram.

Entradas em outras regiões da América portuguesa corroboram o fato de que diversos caminhos cortavam o interior do continente. Na virada do século, uma expedição saiu da vila de São Paulo com destino aos sertões ao norte da capitania.532

Apesar das poucas referências a ela na documentação, parece ter sido uma das entradas realizadas a mando do governador D. Francisco de Souza, em busca da serra de Sabarabuçu, supostamente rica em metais e minérios e encravada nos sertões da América portuguesa. As buscas pelas montanhas fabulosas deSabarabuçu foram um grande incentivo para as primeiras entradas no território, tanto a partirdo rio São Francisco como da região de São Vicente533. O autor do roteiro, Wilhelm Glimmerconta que a comitiva partiu pelo Anhembi, seguindo a pé quatro ou cinco dias, “através dedensas matas” seguindo o rumo do norte. No trajeto, os mesmos obstáculos das outrasexpedições já analisadas: corredeiras nos rios, cataratas e saltos “onde o rio, apertado entremontanhas alcantiladas, se despenha” – lugares nos quais era necessário caminhar com ascanoas pelas margens.534 O roteiro é particularmente interessante por apresentar algumasdescrições da paisagem, algo bastante escasso na documentação da época. Segundo o autor,com cinco ou seis dias de marcha, chegámos a raiz de um montealtíssimo, e, transpondo-o descemos a uns campos mui descortinados eaqui e acolá sombreados de bosques, nos quaes se vêem lindíssimospinheiros, que dão frutos do tamanho de uma cabeça humana; as nozesdesses frutos tem a grossura de um dedo médio e são protegidas poruma casca (...) Por muitas milhas no interior se encontram arvores destaespécie.535Sobre os rios da região, o autor escreve sobre as travessias em “embarcações chamadasjangadas” e deduz que os três rios pelos quais passaram “confluem num só leito e vão desaguarno Paraguay, em razão de que o curso deles é para o sul, ou para o Occidente”.536 Caminhosterrestres e rios fazem parte de um só conjunto de trilhas que levam ao sertão. Tratando doscaminhos, Glimmer conta que “tendo-nos demorado aqui quase um mês, abastecidos devitualhas, proseguimos a nossa viagem em rumo de noroeste e, decorrido um mês, semencontrar rio algum, chegamos a uma estrada larga e trilhada e a dois rios de grandezadiversa”.537 Orville Derby quando analisa o roteiro considera provável que a rota tenha sido [Páginas 244 e 245]

O fim dos intrépidos soldados também é narrado por Guzmán. Depois da morte docapitão Sedeño, em um enfrentamento com os indígenas, os soldados resolveram voltar aopasso do Rio Paraná. Lá, outros indígenas ofereceram suas canoas para a travessia. Entretanto,vários furos no fundo das embarcações, dissimulados com barro, se abriram no meio do rio.Enquanto os portugueses afundavam com o peso de suas armas e sucumbiam às flechasinimigas, os indígenas escapavam com facilidade “por ser grandes nadadores, y criados enaquella navegación, y sin ningun embarazo que les impidiese por ser gente desnuda”.555 Duasdas primeiras – senão as primeiras – travessias do território sul americano pelos europeusacabaram da mesma maneira. O ambiente envolto no fantástico manto das riquezas fabulosasmostrava também seu contraponto traiçoeiro e perigoso. Essa é uma das primeiras imagensconstruídas sobre o espaço platino.Na expedição de Alvarez Núnez, as histórias novamente se assemelham. Quando acomitiva se encontra entre o rio Iguaçu e o Paraná, depois de ultrapassadas as cataratas, oadelantado é informado que naquele lugar foram mortos os portugueses enviados por MartinAfonso e que sua própria comitiva corria o risco de ter o mesmo destino, já que os “índios delrio del Pequeri, que era mala gente (...) les estavan aguardando para acometerlos y matarlos enel passo del rio”.556

Sobre o caminho tomado pela expedição de Cabeça de Vaca ao deixar a costa catarinense rumo ao Paraguai também pairam algumas incertezas. Por mais que seja bastante comum na historiografia a afirmação de que o governador seguiu os passos que Aleixo Garcia dera duas décadas antes, seguindo pelo mesmo caminho, no relato de Pero Fernandez não há nada que comprove essa hipótese. Pelo contrário.

Finalizando os preparativos da viagem, o governador manda Pedro de Orantes a “descobrir a terra e buscar caminho pela terra firme a partir da dita ilha [de Santa Catarina], para mais brevemente poder chegar a dita cidade de Assunção, onde residem os ditos cristãos, e para que se descobrisse aquela terra”. [557] Orantesvolta e relata queHavendo atravessado grandes serras e montanhas, e terra muitodespovoada, havia chegado onde dizem o campo, que desde alí começaa terra povoada, e que os naturais da ilha disseram que era mais seguroe próximo a entrada para chegar a terra povoada por um rio acima quese diz Ytapocu, que está na ponta da ilha, a dezoito ou vinte léguas doporto558Em seguida, o governadorenviou a ver a descobrir o rio [Ytabucu] e a terra firme por onde haviade ir caminhando, o qual visto e sabido determinou fazer por ali aentrada, tanto para descobrir aquela terra que não se havia visto nemdescoberto, como para socorrer mais brevemente a gente espanhola queestava na província.559Mesmo que as inúmeras referências a Aleixo Garcia indiquem que Pero Fernandezconhecia a história da expedição, o narrador não menciona nada sobre o caminho ser o mesmo.É importante destacar, obviamente, que se trata de espanhóis entrando em um território aindaem disputa e supostamente já percorrido por um português. É bastante plausível que oadelantado quisesse mostrar seu pioneirismo nos territórios percorridos, sem mencionar se [Articulando escalas: cartografia e conhecimento geográfico da bacia platina (1515-1628), 2018. Tiago Bonato, Universidade Federal do Paraná. Páginas 251 e 252]

Os testemunhos coletados nas fontes mostram narrativas em duas direções: “por umlado, testemunhas insistiam desconhecer fronteiras e alegavam não ter qualquer prova de ondepoderiam estar localizadas. Mas, por outro lado, conseguiam descrever detalhadamente ondeos habitantes poderiam, ou não, vaguear, cultivar e formar pastos”.685Legalmente, as formas de reivindicar e legitimar a posse da terra também não erammuito claras, mesmo que diversas: chegar primeiro em determinado local, descobrir; utilizarcerta área sazonalmente para colher frutos e madeira; criar gado, fazer plantações; ou mesmomarcar árvores com escudos.686 Na região platina, outras duas formas de garantir a posse forambastante utilizadas: a conversão indígena e a penetração nos rios. A conversão indígena tinhaum papel bem claro. Uma vez batizados, os índios se tornavam cristãos, súditos do soberano epovoadores. Além disso, a conversão de alguns facilitava o contato para comércio e aliançacom os grupos, essa sim estratégia primordial na ocupação da região. As fronteiras ibéricas são,na realidade cotidiana, fronteiras indígenas na América. Não é a toa que o soldado UlricoSchmidl, que partiu de Assunção em 1553 rumo à costa atlântica em São Vicente, deixaregistrado em seu relato que: “Dejamos las canoas y el Paraná para ir por tierra en la provínciade la nación de Tupis, donde empieza la jurisdiccion del rey de Portugal.”687 Antes disso, obávaro havia utilizado índios amigos, cariós – ou carijós – como carregadores e guias. Se nolitoral haviam tentativas de definir onde passava a fronteira entre Portugal e Espanha – mesmo [Página 309]

557 - No original, “enbie el fator Pedro de Orantes á descobrir la tierra y buscar camino por la tierra firmede la dicha ysla, para mas brevemente poder llegar á la dicha Ciudad de la Asunción, donde resydian losdichos crystianos, porque se descubriese aquella tierra”. Relacion general que yo Alvar Nuñez Cabeçade Baca Adelantado y governador y capitan general de la probincia del rrio de la Plata, pormerced de su Magestad, hago para çe ymformar, y á los señores de su rreal consejo de Yndias, delas cosas subcedidas em la dicha probincia dende que por su madado partí destos reynos á socorrery conquistar la dicha probincia. in.: Relacion de los naufrágios y comentarios de Alvar NúñezCabeza de Vaca adelantado y governador del Río de la Plata, Ilustrado con varios documentosinéditos. Tomo Primeiro. Madrid: Librería General de Victoriano Suárez, 1906, p.07

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