Misiones y sus pueblos guaraníes, 1962. Guilherme Furlong
1962. Há 62 anos
Partindo de Assunção, subiram o Paraná e chegaram a Ciudad Real em 1º de fevereiro de 1610; ali eles se ocuparam tão intensamente com o bem espiritual dos espanhóis, que ambos os padres ficaram gravemente doentes e o presbítero Melgarejo, que tinha ido com eles, como dissemos, administrou-lhes o viático.
(...) Já era o mês de junho de 1610 quando voltaram ao rio Paraná e continuaram ao longo do rio, rio acima, até chegarem ao seu poderoso afluente, o Paraná-pané, que corre de leste a oeste, ficando a 23° de latitude sul. Este rio era o limite norte do território então conhecido pelos colonizadores. Os espanhóis naquela época chamavam toda essa área, no extremo norte, e perto do Paraná, Tebajiba, Pirapó e Guairá. [Páginas 102 e 104]
Como se pode deduzir deste e de outros documentos, a constituição dos bairros, nos quais se agrupou certo número de caciques, deveu-se ao fato de se buscar parentes próximos e estranhos estarem de certa forma distantes, de acordo com o fundo nativo. Por isso, os do bairro de Pirapó eram descendentes dos caciques que fundaram a cidade de Loreto; os de Los Angeles eram os que vinham de Tayaoba e Piquiru; os de Encarnación vieram de Nuantigui, e os de San Javier vieram de Yupabi e Ibitirembeta. [Página 270]
Um homem cortado de acordo com esse mesmo padrão foi o padre Diego de Salazar, um andaluz. Ingressou na Companhia em 1612, aos vinte anos, e cinco anos depois foi para o Rio da Prata. Quarenta e dois anos viveu entre os índios guaranis sem sair de seu território, nem visitar a cidade de Assunção, mas não havia área missionária onde não tivesse trabalhado, já em Guayrá, Gran Tayoba, Caayú, Atibajiva, Ipaundi, Yupabay, e em outros igualmente distantes e pouco conhecidos. Certa vez, tratou da conversão dos gualachos, cuja língua veio a conhecer, mas pouco pôde fazer com eles. Ele morreu em San Ignacio Miní, em 25 de março de 1659. [Página 332]
