' Anais de História de Além-Mar, 2010. José Carlos Vilardaga - 01/01/2010 de ( registros) Wildcard SSL Certificates
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Anais de História de Além-Mar, 2010. José Carlos Vilardaga
2010. Há 14 anos
Ver Sorocaba/SP em 2010
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Até o padrão de organização urbano foi alterado. Segundo NestorGoulart Reis, o governador foi o responsável pelo primeiro esforço para disciplinar o crescimento urbano – que no fundo ele mesmo propiciou.71 Esteautor sugere que algumas ruas foram traçadas por ordem de Souza, já sobos princípios da legislação filipina, e que a geometria e a largueza das ruassão dois indicativos da ação planejadora de engenheiros.72 Mas não só à vilade São Paulo ficaram restritas as ações de D. Francisco. Em suas andançaspelas minas descobertas na região, o governador fundou a vila de São Felipe– que não vingou – e logo depois estabeleceu pelourinho nas minas de NossaSenhora de Monserrate, em torno da ermida do mesmo nome, nas cercaniasde das minas de Biraçoiaba. Para além das óbvias influências espanholas emsua toponímia, Dom Francisco ainda incentivou a criação da vila de Mogidas Cruzes e o povoamento de Parnaíba, em torno das minas daquela região.Assim, irradiava para além do núcleo planaltino, espaços de ocupação basicamente direcionados para a exploração das supostas minas e da manutenção de fronteiras e caminhos, como era o caso de Mogi. A presença dogovernador foi marcante para o desenvolvimento da polis paulista, já queordenou espaços, regulou a vida cotidiana e organizou alianças familiares.No campo econômico, o motivo declarado para a ida de D. Francisco àcapitania de São Vicente foi averiguar as notícias a respeito da existência deminas de ouro, prata e ferro na região. Esta demanda, até onde se sabe hoje,foi bastante frustrante, apesar de algumas especulações posteriores. Derivoudaí a imagem de D. Francisco como uma espécie de “Quixote mineral”, quedespendeu toda sua energia e recursos (estes, nem todos seus) nos mirabolantes sonhos de uma nova Potosí inexistente. Por outro lado, na historiografia paulista a figura de D. Francisco foi louvada em função da paternidade das chamadas bandeiras. Mesmo decepcionante na questão mineral,teria sido D. Francisco o verdadeiro promotor do bandeirismo e o granderesponsável pelo impulso expansionista paulista, já que as expedições patrocinadas pelo governador (dentre elas as de André Leão em 1601 e NicolauBarreto em 1602) teriam potencializado certo espírito sertanista do paulista,despertando a tal “vocação para o sertão”.73Não entrando no mérito desta discussão, ainda a ser melhor balizada,uma coisa pode-se sublinhar de pronto: nenhum documento do período emque D. Francisco de Souza permaneceu em São Paulo sugere algum tipode expansão territorial com o propósito de assegurar a posse portuguesa. [Página 120]

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