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Governo local em uma Capitania sem governador (São Paulo, 1748-1765), 2016. William de Andrade Funchal. Universidade Estadual Paulo "Júlio de Mesquita Filho", Faculdade de Ciências Humanas e Sociais de Franca
201605/04/2024 05:25:38

Em 29 de janeiro de 1743, necessitou D. Mascarenhas publicar um bando “para atalhar os grandes danos e prejuízos que continuamente se estão experimentando e desassossego em que se acham os moradores desta cidade por causa dos contínuos desaforos que cometem os carijós negros, mulatos e bastardos”.380 O acesso às armas dava mais poder para que os marginais ameaçassem os habitantes, cometessem crimes, e resistissem à prisão. Desse modo, para qualquer escravo, forro ou cativo, que fosse visto de dia ou de noite portando “baeta, espingardas, espadas, facas, porretes, paus de bicos ou outra arma ofensiva”, determinava o governador o seu aprisionamento, incorrendo às enas previstas.

Após um ano, o quadro de insegurança não se alterou. Alarmava o procurador do concelho, Francisco de Salles Ribeiro, sobre “os insultos e roubos que faziam os negros fugidos por serem muitos os escravos que andavam fugidos fazendo roubos execrandos”.381 Diante da situação insustentável, o Senado voltou-se ao governador Mascarenhas para que contivesse as desordens causadas por tais negros. Em carta de maio de 1744, afirmavam os camaristas que: São tantos os clamores e opressões do povo e mais pessoas do contorno desta cidade contra os repetidos danos que tem experimentado, e atualmente recebem dos assaltos e insultos dos negros foragidos que pelas estradas roubam aos passageiros e viandantes e em escolta que passam do número de dez negros armados todos com armas de fogo e espadas, cujas armas têm adquirido no que tem roubado que pôs tão oprimidos deixam já de vir à cidade trazer e vencer os mantimentos de que os moradores dela se sustentam (...).

Amedrontados, os lavradores haviam interrompido o abastecimento do mercado com os produtos mais triviais, como milho, feijão, toucinho e aves. Não contentes em sequestrar os bens dos que pelas estradas circulavam, os negros passaram a invadir os sítios do termo de São Paulo “a cujos caseiros na falta de poder quem os defendesse ficaram roubados e destruídos” e também atentar “contra as mulheres e filhos dos miseráveis roceiros que por pobres não podem resistir a força e violência de tantos negros juntos e armados todos”. [Governo local em uma Capitania sem governador (São Paulo, 1748-1765), 2016. William de Andrade Funchal. Universidade Estadual Paulo "Júlio de Mesquita Filho", Faculdade de Ciências Humanas e Sociais de Franca. Página 153]
Governo local em uma Capitania sem governador (São Paulo, 1748-1765), 2016. William de Andrade Funchal. Universidade Estadual Paulo "Júlio de Mesquita Filho", Faculdade de Ciências Humanas e Sociais de Franca

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Para entender a História é necessário entender a origem das idéias a impactaram. A influência, ou impacto, de uma ideia está mais relacionada a estrutura profunda em que a foi gerada, do que com seu sentido explícito. A estrutura geralmente está além das intenções do autor As vezes tomando um caminho totalmente imprevisto pelo autor.
“A origem das idéias”, Olavo de Carvalho, youtu.be/vjO2sixWLgk

1840
“Os nossos tupinambás muito se admiram dos franceses e outros estrangeiros se darem ao trabalho de ir buscar o seu arabutan [pau-brasil]. Uma vez um velho perguntou-me: Por que vindes vós outros, maírs e perôs (franceses e portugueses) buscar lenha de tão longe para vos aquecer? Não tendes madeira em vossa terra ? Respondi que tínhamos muita mas não daquela qualidade, e que não a queimávamos, como ele o supunha, mas dela extraíamos tinta para tingir, tal qual o faziam eles com os seus cordões de algodão e suas plumas. Retrucou o velho imediatamente: e porventura precisais de muito? Sim, respondi-lhe, pois no nosso país existem negociantes que possuem mais panos, facas, tesouras, espelhos e outras mercadorias do que podeis imaginar e um só deles compra todo o pau-brasil com que muitos navios voltam carregados. — Ah! retrucou o selvagem, tu me contas maravilhas, acrescentando depois de bem compreender o que eu lhe dissera: mas esse homem tão rico de que me falas não morre? — Sim, disse eu, morre como os outros. Mas os selvagens são grandes discursadores e costumam ir em qualquer assunto até o fim, por isso perguntou-me de novo: e quando morrem para quem fica o que deixam? — Para seus filhos se os têm, respondi; na falta destes para os irmãos ou parentes mais próximos. — Na verdade, continuou o velho, que, como vereis, não era nenhum tolo, agora vejo que vós outros maírs sois grandes loucos, pois atravessais o mar e sofreis grandes incômodos, como dizeis quando aqui chegais, e trabalhais tanto para amontoar riquezas para vossos filhos ou para aqueles que vos sobrevivem! Não será a terra que vos nutriu suficiente para alimentá-los também ? Temos pais, mães e filhos a quem amamos; mas estamos certos de que depois da nossa morte a terra que nos nutriu também os nutrirá, por isso descansamos sem maiores cuidados.
Jean de Léry (1534-1611)
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