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Araçoiaba da Serra. Esconderijo do Sol: Conto, canto e encontro com os 150 anos da minha história... 2007
200706/04/2024 11:51:14

EDUCAÇÃO PAIXÃO E RESPONSABILIDADEAraçoiaba da Serra é uma cidade encantadora que possui História a ser preservada – berço do tropeiro, da educação e da lendária Pedra Santa. Atualmente, temmuitas realizações socioculturais que, igualmente, devem ser salvaguardadas. O melhor meio de manter o presente e o passado vivos é oferecer uma Educação dequalidade, que acontecerá se forem contemplados os ideais de igualdade, tolerânciae respeito aos direitos, à diversidade e à liberdade.Educação, uma paixão que nos move em direção ao outro para, no amor deDeus, no amor ao próximo, na solidariedade, na ética da lealdade, torná-lo cidadãocapaz de se apossar de conhecimentos e de ter a possibilidade de obter valores que olevem à felicidade de permanecer em harmonia com a natureza humana.Educação, uma responsabilidade para o município que deseja desenvolver-se e umobjetivo, alcançado mediante ação conjunta da equipe escolar formada por gestores,coordenadores, professores, funcionários, pais e os protagonistas – os alunos.Deus, sabendo de nossas necessidades educacionais, deixou-nos uma cartaindicadora do caminho do bem. Acredito que estamos fazendo nossa parte deixando esta obra didático-educativa para os araçoiabanos natos e para os araçoiabanosde coração.Ione Maria Florenzano GimenezCoordenadora Geral da Educação [Página 4 do pdf]

çoiaba da Serra, situada a 18 quilômetros de Sorocaba, foi fundada em 14 de novembro de 1826, por Bernardino José de Barros e pelo padre Gaspar Antônio Malheiros.Hoje, com uma população de, aproximadamente, 23.500 habitantes, formada por umpovo muito hospitaleiro, a cidade de Araçoiaba da Serra é a depositária de um dos melhoresclimas do País.Sua população aumenta significativamente nos fins de semana, devido ao grande número dechácaras para o lazer existentes no município, cujo nome original era Campo Largo de Sorocaba,alterado, em 1944, para Araçoiaba da Serra, que, em tupi, significa Esconderijo do Sol.Araçoiaba passou a ser conhecida por suas riquezas e belezas naturais, atraindo inúmerosvisitantes à procura de descanso e lazer.Também o crescimento agropecuário fez com que o comércio local se expandisse, formando um novo perfil, porém mantendo sua beleza, tranqüilidade e hospitalidade, características deuma cidade do interior.Suas maiores atrações, além do clima e sua vista panorâmica, são as festas que acontecemno decorrer do ano e que imprimem um fascínio à parte, como a AbrilFest, Festa do PeãoBoiadeiro, Festas Juninas e da Padroeira do município, que conseguem atrair à cidade milharesde visitantes de todas as regiões do País.Neste livro vamos conhecer um pouco de sua história e de sua gente. [Página 7 do pdf]

Os Primeiros Habitantes da Região

S egundo alguns pesquisadores, o local onde atualmente está localizada a cidade de Araçoiaba da Serra foi, primitivamente, ocupado pelos indígenas Tupiniquim. No final do século XV, às vésperas da chegada dos europeus à América, o continente tinha entre 80 e 100 milhões de habitantes. Deste total, cerca de 30 milhões estariam na América do Sul.

Na área do atual território brasileiro havia, segundo as estimativas mais aceitas, uma população de 3 a 5 milhões de habitantes, divididos em, aproximadamente, 1,5 mil grupos tribais, étnica e culturalmente distintos. Existiam 40 grandes famílias lingüísticas, com duas ou três dezenas de idiomas cada, na sua maioria, agrupadas em três troncos principais.

O tupi-guarani era o idioma mais importante entre as populações litorâneas, o macro-jê predominava nos cerrados e o aruak dominava a Amazônia. Dessas populações nativas originais restam, hoje, em torno de 350 mil indígenas de 215 etnias com 170 idiomas.

A partir de 1566, iniciaram-se as concessões, pelos governadores, de grandes extensões de terras (as sesmarias), antes pertencentes à Capitania de São Vicente, de Martim Afonso de Souza. Assim, colonizadores partem do litoral e vão se embrenhando pelos sertões e estabelecendo-se nos vales dos rios. [Página 13 do pdf]

Alguns pesquisadores destacam que, entre 1690 e 1740, uma organização religiosa pertencente à Igreja São Bento de Sorocaba foi possuidora de grande porção de terras e, com o objetivo de promover o povoamento na região das terras próximas ao Rio Sarapuí (região hoje compreendida entre Pilar do Sul e Salto de Pirapora), doou várias sesmarias para famílias de migrantes de Minas Gerais, predominantemente das cidades de São João Del Rey, Ouro Preto, Diamantina e outras do Sul daquele Estado.

A história de Araçoiaba da Serra começou a ser contada a partir do início do século XVI,com a chegada e movimentação de bandeirantes, caçadores e mineradores em busca de metaispreciosos.

O povoamento intensificou-se com a vinda de famílias procedentes de São João Del Rey, MG, e de tropeiros, que começaram a utilizar o lugarejo.Entradas e BandeirasExpedições de desbravamento no interior do Brasil, no Período Colonial, organizadas commaior freqüência no século XVII, que tinham como principais objetivos o reconhecimento territorial,a captação de mão-de-obra indígena, a submissão ou eliminação de tribos hostis e a procura demetais preciosos. As entradas têm seu centro principal de propagação no litoral nordestino, saindo da Bahia e de Pernambuco para o interior, em missão, geralmente oficial, de mapeamento doterritório. Também combatem os grupos indígenas que ameaçam ou impedem o avanço da colonização, como os Caetés, Caiapós, Potiguares, Cariris, Aimorés e Tupinambás. A atuação das entradas estende-se do Nordeste à Amazônia e ao Centro-Oeste, abrangendo, ainda, áreas próximasao Rio de Janeiro.

As Bandeiras, na sua maioria, saem de São Vicente e de São Paulo para o Sul, Centro-Oeste eregião mineira. São quase sempre expedições organizadas por paulistas e formadas por familiares, agregados, brancos pobres e muitos mamelucos, que têm como meta atacar missões jesuíticas e trazer índios cativos ou ir em busca de minas de ouro epedras preciosas. Entre as principaisBandeiras, destacam-se as de AntônioRaposo Tavares, Fernão Dias Paes Leme,Bartolomeu Bueno da Silva e DomingosJorge Velho.

A OCUPAÇÃO DA REGIÃO DE ARAÇOIABA DA SERRA

Existia na região a sesmaria de João Antunes Maciel, que ia do Pirapora ao Sarapuí acima, e a dos monges de São Bento, em 1693, que se estendia para além do município de Sarapuí, em direção ao caminho de Curitiba. O rio era transposto bem acima do local onde hoje a Rodovia Raposo Tavares o atravessa.

Em 1815, sitiantes já se aglomeravam como pioneiros pelas matas, hoje derrubadas, local pertencente ao atual município de Capela do Alto. Parte desses pioneiros passou para Itapetininga, mas o Ribeirão Iperó e o bairro do mesmo nome foram intensamente povoados ainda no século XVIII, apesar de grandes sesmarias avançarem para os lados de Tatuí. [Araçoiaba da Serra. Esconderijo do Sol: Conto, canto e encontro com os 150 anos da minha história... 2007. Página 14]

Com a desapropriação de terras para a Fábrica de Ferro de Ipanema, em 1811, 100 famíliasque ocupavam uma légua em quadra de antiga sesmaria legalmente dividida por herança ficaramdesabrigadas. Uma parte ficava no sopé do Morro Araçoiaba para os lados de Capela do Alto ea outra na região da atual cidade de Araçoiaba da Serra. O alferes Bernardino José de Barros,fundador desta cidade, conseguiu aglutinar parte dessas famílias nas proximidades da capela deNossa Senhora das Dores, que edificou em 1826.Outra parte foi para o lugar a que chamou Benfica (fica-se bem aqui), origem primária de Tatuí,que só foi fundado graças à doação de terras do alferes Manoel Rodrigues Jordão, de São Paulo.A capela, que deu nome à cidade de Capela do Alto, já existia em 1815, data esta que se lê emtrês ou quatro linhas de um dos três livros Tombo de Nossa Senhora da Ponte de Sorocaba. Acapela era dedicada a Santo Antônio e recebeu da igreja do Colégio dos Jesuítas de São Paulo, jápertencente ao governo, alfaias e imagens.A terra onde está a atual Capela do Alto, já estava ocupada por sitiantes e, por isso, asfamílias que foram expulsas das terras da Fábrica de Ferro de Ipanema dividiram-se em duasturmas: uma foi para Tatuí e a outra para a região de Campo Largo, o topônimo mais antigo.Também, os atuais bairros de Araçoiaba da Serra já eram povoados, como, por exemplo, Jundiacanga, que em 1840 chegou a ser distrito de Sorocaba, logo rebaixado à condição de bairro, como foi Aparecidinha.

Até 1857, Capela do Alto e Araçoiaba da Serra pertenciam a Sorocaba e eram os ninhos dos bandeirantes e tropeiros, sitiantes e grandes fazendeiros, como os Antunes, Maciel, os Silva e os Barbosa, os Mascaranhas e os Machado, entre outros. O colégio do Lageado ficava em Campo Largo, no limite com Sorocaba, pelo campo do Itinga, ao lado da Estrada Geral que ligava São Paulo ao Sul.

Um grande morador de Araçoiaba da Serra, antes de esta estar povoada e mesmo depois,foi o alferes José Luiz Antunes Vieira, a quem se refere Saint Hilaire em seus escritos. Seuinventário está em Sorocaba, no Cartório do Primeiro Ofício. Ele montou uma grande lojadepois que deixou de ser tropeiro.Araçoiaba da Serra é a típica cidade pouso de tropeiros.

SesmariaInstituição do Direito português, que consistia nadoação de extensões de terras, com a condição decolocá-las em cultivo dentro de um prazo de três anos,sob a pena de revogação da doação, as sesmariasnasceram com uma lei promulgada pelo rei d. Fernando I, em 1375. Inovação favorável à burguesia,no contexto do Direito feudal, foi transferida para oBrasil com o estabelecimento das Capitanias Hereditárias, pois os capitães-mores nomeados pelo rei tinham a obrigação de distribuir sesmarias aos colonos. Na prática, o sistema deu origem a latifúndios,ou seja, grandes extensões de terras controladas porpoucas pessoas. Essa minoria privilegiada passou adominar, sem ônus, essas grandes extensões territoriais,muitas vezes improdutivas. [Página 15]

O POVOAMENTO DA REGIÃOA povoação do nosso município decorreu de duas atividades econômicas: a mineração deferro no Morro Araçoiaba e o tropeirismo.Por aqui passava a estrada que ligava São Paulo às províncias do Rio Grande do Sul, SantaCatarina e Paraná.Os tropeiros traziam animais diversos, além de burros, mulas e cavalos do Sul, que por aquipassavam para serem vendidos, tanto em São Paulo como em Minas Gerais, Rio de Janeiro e atéem províncias do Nordeste.Posteriormente, com a realização da Feira de Muares, anualmente, em Sorocaba, tropeiros emuitos mineiros adquiriram terras na região de Araçoiaba, que, então, pertencia ao município deSorocaba, e aqui instalaram suas fazendas.Os animais trazidos do Sul do País e até da Argentina e do Uruguai eram agrupados noscampos do Itinga e do Rio Verde, considerados terras públicas. Aí as tropas descansavam, eramnegociadas e, então, encaminhadas para outras regiões.A existência de grandes áreas de campo deu origem ao nome de Campo Largo, que identificava toda a região e, por isso, a primitiva denominação de Araçoiaba da Serra era Campo Largo de Sorocaba.O tropeirismo teve uma relação direta com o povoamentobrasileiro e não foi somente uma alternativa ou o ciclo econômico e social que substituiu o bandeirantismo no início doséculo XVIII. O tropeirismo contribuiu para a consolidaçãodas nossas fronteiras e mudou a história das relações comerciais em nosso País.Ao lado da estrada do Sul, a primeira grande via que ligava São Paulo ao Rio Grande do Sul, foram surgindo povoações e, em nossa região, surgiram os bairros do Itinga, doJundiacanga e do Cercado, cuja população dedicava-se à agricultura, produzindo milho, feijão, arroz e mandioca. [Página 16]

Criavam alguns animais, como porcos, vacas e galinhas, que eram comercializados nos próprios bairrosou em Sorocaba.Em virtude das atividades próprias do tropeirismo e das feiras de animais, que aconteciamanualmente, surgiram em nossa região muitas atividades profissionais, como a de ferradores deanimais, seleiros, tecelãs, quitandeiras, ourives e mais uma variedade de artesãos temporários,que só apareciam quando da ocorrência da feira.Muitas famílias de Araçoiaba da Serra são descendentes de tropeiros, que iam, anualmente,buscar tropas xucras no Sul para serem negociadas na feira de Sorocaba.

TropeiroA palavra “tropeiro” deriva de tropa, numa referência ao conjunto de homens que transportavam gado e mercadorias no Brasil Colônia. O termo tem sido usado para designar, principalmente, o transporte de gado desde a região do Rio Grande do Sul até os mercados de Minas Gerais,posteriormente, São Paulo e Rio de Janeiro. Porém, há quem o use em momentos anteriores davida colonial, como no ciclo do açúcar, que compreendeu os séculos XVI e XVII, quando váriasregiões do interior nordestino dedicaram-se à criação de animais para comercialização aos senhores de engenhos.O tropeirismo está associado à procriação e venda de gado, porém, esta atividade iniciou-secom o desenvolvimento da mineração, entre os séculos XVII e XVIII.As descobertas do ouro e, posteriormente, de diamantes foram responsáveis por um grandeafluxo populacional, tanto de paulistas como de portugueses e mesmo escravos para a região dasMinas Gerais. Essa grande corrida em busca do “Eldorado” foi acompanhada por um graveproblema: a falta de alimentos, e gêneros agrícolas, produtos básicos, responsável por sucessivascrises na primeira década do século XVIII.Tais crises de fome afligiram a zona mineradora por longos períodos, nos quais se chegou,inclusive, a interromper os trabalhos extrativistas para dedicar-se à produção de alimentos.Assim, surgiram os pousos e a necessidade de abastecimento, que foi suprida pelos chamadostropeiros, que, além de transportarem animais, alimentos e outros materiais de primeira necessidade, ainda serviam de mensageiros. [Página 17]

Morro Araçoiaba e a Fábrica de Ferro de São João do Ipanema

Ipanema foi, sem dúvida, a “célula mater” que deu origem aos municípios de Sorocaba, Araçoiaba da Serra e Tatuí, pois teve sua exploração iniciada em 1591, quando os Afonso Sardinha, pai e filho, à procura de ouro na região, encontraram ferro. Eles eram peritos em mineração e passaram a vida à procura de metais.

Segundo escritos de Pedro Taques, que foi um intelectual e historiador brasileiro, Afonso Sardinha, o pai, morreu depois do filho, em 1629, e esteve presente na descoberta das jazidas de minério de ferro de Araçoiaba e na construção do Engenho de Ferro.

Pai e filho mineravam ouro no morro de Jaraguá, próximo de São Paulo, quando resolveraminvestigar a existência deste metal no Morro Araçoiaba, quando o Brasil e Portugal estavam sobo domínio espanhol.O ferro era tão ou mais importante que o ouro para a Colônia, pois com ele fabricavam-searmas, instrumentos de trabalho e utensílios domésticos.O Morro Araçoiaba, que faz fronteira com o município de Araçoiaba da Serra, ficou conhecido como o Morro de Ipanema por causa do rio, da fábrica de ferro e da Fazenda Ipanema.Está localizado na parte oeste da Fazenda Ipanema; sua forma é oval e o maior diâmetrotem quase 18 quilômetros e o menor perto de 4,5 quilômetros, a cerca de 970 metros acima donível do mar.Muitos viajantes célebres ocuparam-se em estudar o Morro Araçoiaba no decorrer dosanos. [Página 18]

Foram geógrafos, mineralogistas, botânicos e geólogos, entre eles, Augusto Saint Hilaire, Martim Francisco de Andrada, o barão de Eschwege, Von Martius, Theodoro Knecht e Leandro Dupré, efetuando detalhadas descrições de uma colina tão importante, palco de açõesextrativistas por mais de 350 anos, mesmo que em períodos dispersos.

O Morro Araçoiaba quebra o monótono relevo da depressão periférica nas vizinhanças de Sorocaba. O solo da região era rico em ferro e ouro e atraiu um grande número de invasores portugueses, que chegaram, inclusive, ao Morro Araçoiaba, que é considerado marco na história da siderurgia brasileira, pois em suas terras, em 1591, foi levantado o primeiro conjunto de fornalhas para fundição de ferro do País e também a primeira siderúrgica nacional, no final de 1818 e início de 1819.

Propriedade do governo desde a sua existência, a área foi foco constante de inúmeras iniciativas pioneiras no campo da geologia, mineralogia e siderurgia, principalmente em função dasreservas minerais existentes no local, que seduziram e promoveram a cobiça de administradorese políticos desde o Período Colonial.O primeiro engenho de ferro do Brasil estava funcionando na Serra de Araçoiaba, em 1597.Antes, havia apenas atividades de ferreiros.

Em 1532, Martim Afonso de Souza trouxe, em sua expedição, o mestre Bartolomeu Fernandes, também conhecido como Bartolomeu Gonçalves ou Bartolomeu Carrasco, que era ferreiro contratado por um período de dois anos, para abastecer a expedição e a colônia das necessidades de ferro. Com o fim do contrato, o mestre Bartolomeu instalou-se em solo paulista, como proprietário do sítio dos Jeribás, às margens do Jurubatuba, afluente do Rio Pinheiros, em Santo Amaro, SP.

Além de Bartolomeu Carrasco, outro ferreiro foi trazido para a terra: o noviço Mateus Nogueira, acompanhando o padre Leonardo Nunes na aldeia do Colégio dos Jesuítas, na Vila de São Paulo, em 1559. O ofício ia sendo passado aos povoadores, mesmo que em pequena escala, o que preocupava as autoridades, visto que os indígenas, em contato com os brancos, poderiam aprender o manejo do ferro para a fabricação de armas, em substituição às rústicas que usavam, feitas de pedra, madeira ou osso.

Em 1589, o homem branco penetrou pela primeira vez na região então habitada pelosindígenas Tupiniquim, a montanha chamada por eles de Araçoiaba (o lugar onde o Sol se esconde). Os primeiros bandeirantes, Afonso Sardinha, pai e filho, descobriram ferro, diorito e outros minerais na região.Desde que descobriu as ricas jazidas de minério de ferro e magnetita na Serra de Araçoiaba,Afonso Sardinha pensou logo na exploração sistemática dessa riqueza. Certamente ele possuíaconhecimento sobre fundição.O minério de ferro aflorava da terra em vários trechos do morro e era fácil seguir seus veios.Havia ainda o diorito, usado como fundente, e o grés, conhecido como arenito e utilizado paracalafetar fornos.Além da matéria-prima, havia na região muita madeira, o que incentivou a empreitada parao início do empreendimento. Estabeleceram, então, dois fornos rústicos de fundição, denominados fornos catalães, que, já no final do século XVI, encontravam-se em plena atividade.

Os Afonso Sardinha, pai e filho, deram início à implantação da primeira atividade siderúrgica no Brasil. Assim, pressupõe-se que os dois forninhos deveriam produzir, em conjunto, cerca de 200 quilos de ferro por dia, quando tudo corria bem.

Apostando na existência de ouro na região, comunicaram o feito ao governador-geral do Brasil, d. Francisco de Souza, que chegou ao local em 1611. Em sua visita, o governador-geral elevou o povoado ali existente à categoria de vila com o nome de Nossa Senhora do Monte Serrat do Itapebussu, no Morro Araçoiaba.

Porém, pouco interessado no minério de ferro, acabou dando por encerrado o empreendimento, que cessou por volta de 1628. Com isso, os habitantes da vila acabaram por espalhar-se pela região, dando início à formação de outros vilarejos, um deles hoje conhecido por Itavuvu, uma vila que acabou se transformando na Sorocaba de hoje. [Araçoiaba da Serra. Esconderijo do Sol: Conto, canto e encontro com os 150 anos da minha história... 2007. Páginas 19 e 20]

CAPELA DE SANTA CRUZ

A atual capela está situada na Chácara Santa Cruz, de propriedade da Ordem das Irmãs Beneditinas, em Araçoiaba da Serra. Nesta capela, em uma parede lateral, encontra-se a centenária e histórica Cruz Missionária, toda restaurada e colocada em lugar de honra.

Esta foi a quinta capela a abrigar tão preciosa relíquia, inaugurada em 19 de outubro de 1945, ano da demolição da antiga capela da família Vieira, antigos e influentes moradores de Campo Largo.

A respeito desta grande Cruz, preciosa relíquia histórica, diz a tradição, que os jesuítas da Companhia de Jesus, antes da perseguição cruel e injusta que lhes moveu o marquês de Pombal, erigiram uma singela capela, no antigo bairro denominado Sítio da Chinha, à beira da estrada de Tatuí, próximo às margens do Rio Sarapuí.

Os jesuítas foram expulsos e exilados do Brasil e a capela ficou ruindo ao abandono. Alguns alemães piedosos, moradores em Campo Largo, levantaram uma nova capela num lugar denominado Anhangüera, para as bandas do Rio Verde, não longe do sítio de Bento Alves de Oliveira.

A capela foi executada em taipa de mão, tendo esteios de madeira de lei, lavrados a machado, barrotes e ripas preenchidos com barro, batidos à mão. A capela foi ampliada e reedificada com tijolos pelo sr. Manoel Vieira Rodrigues, cidadão de dotes e benemérito para as obras cristãs em Campo Largo.

Foi benzida no dia 20 de dezembro de 1924, pelo reverendo padre Aníbal de Mello, reitor do Seminário Diocesano de Taubaté, com a autorização do vigário da paróquia da Vila de Nossa Senhora das Dores de Campo Largo, padre Carlos Regattieri, e no dia 21 de dezembro foi celebrada uma Santa Missa inaugural da mencionada capela, em louvor e honra a Santa Cruz, símbolo do Cristianismo e dos martírios de Jesus Cristo para a redenção da humanidade. Passado um tempo,daí foi trazida para uma terceira capela, na entrada da Vila de Campo Largo, demolida em 1945. As atuais proprietárias do velho solar da família Vieira, as irmãs Beneditinas, demoliram-na. Em seu lugar construíram uma capela semipública, pontificantemente benzida e inaugurada pelo bispo diocesano de Sorocaba, em 19 de outubro de 1945, na festa litúrgica de São Pedro de Alcântara, celestial patrono do Brasil.

Assim, essa Cruz histórica, não mais continuará sua odisséia de peregrinação, encontrando umposto definitivo de honra, onde recebe, diariamente, carinhoso culto de quantos freqüentarem ainexcedível Opus Dei, das Filhas de São Bento.O bispo diocesano dá e concede cem dias de indulgências a todos os fiéis, que, ajoelhadosdiante dessa Cruz, rezam um Padre Nosso e uma Ave-Maria pelo triunfo da Fé.Reverendo Carlos Regattieri – pároco de Campo Largo. [Araçoiaba da Serra. Esconderijo do Sol: Conto, canto e encontro com os 150 anos da minha história... 2007. Páginas 49 e 50]
*Araçoiaba da Serra. Esconderijo do Sol: Conto, canto e encontro com os 150 anos da minha história... 2007

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