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O caminho do Monte Crista: um panorama de sua historicidade, 2014. Romão Kath e Dione da Rocha Bandeira
201404/04/2024 23:42:17

Na história do governador Cabeza de Vaca, os indígenas da Ilha de Santa Catarina tiveram uma participação fundamental, pois foram eles que informaram ao governador um caminho seguro que conheciam para chegar por terra à região que desejava:

a maneira mais segura e próxima de entrar para a terra povoada era por um rio que estava um pouco acima, chamado Itabucu, que está na ponta da ilha, a dezoito ou vinte léguas desse porto” (CABEZA DE VACA, 2007, p. 117).

Cabeza de Vaca enviou para averiguar a informação o feitor Pedro Dorantes, que retornou após três meses e meio e confirmou a existência do caminho. O governador partiu da Ilha de Santa Catarina em 18 de outubro de 1541. Chegando ao local indicado, desembarcou da nau com os seus soldados e também com indígenas, que serviram de guias na expedição. Dessa forma começou a longa jornada a pé até a cidade de Ascensión (Assunção), cuja chegada está registrada em 11 de março de 1542.

Essa viagem do governador Cabeza de Vaca demonstra que os antigos caminhos da América do Sul eram conhecidos por diferentes grupos indígenas, pois os nativos da Ilha de Santa Catarina viviam a uma distância aproximada de 130 km do local indicado para o governador começar a sua viagem. Sem o conhecimento desses vários caminhos indígenas, é provável que o desbravamento dos sertões teria ocorrido mais lentamente.

O alemão Ulrich Schmidl deixou, em 1553, um importante registro sobre o caminhodo Peabiru, que foi bastante utilizado pelos exploradores europeus no começo da ocupaçãoda América do Sul. Schmidl foi “um mercenário alemão que, na região do Prata, lutara sobas ordens de Mendoza, Irala e do próprio Cabeza de Vaca” (GALDINO, 2002, p. 27). O seuregistro ocorre por ter sido chamado a retornar a sua pátria para receber uma herança.Logo que chegou uma notícia a Assunção, no Paraguai, sobre a partida de um barco emSão Vicente, no Brasil, rumo à Europa, Schmidl sem perder tempo iniciou os preparativospara a sua partida rumo a São Vicente. “Gentil de Assis Moura informa, passo a passo, oitinerário seguido pelo mercenário alemão que, na região do Prata, lutara sob as ordens deMendoza, Irala e do próprio Cabeza de Vaca” (GALDINO, 2002, p. 27).

Partiu de Assunção, desceu o rio Paraguai e subiu o Paraná até a barra do Iguaçu. Seguiu então pela margem direita, até a altura de Cotegipe, atravessando os rios Piqueri, Cantu e afluentes desses. Após transpor a Serra da Esperança, passou pela cabeceira do Corumbataí, indo cruzar o Ivaí nas proximidades de Terezina. No rumo do sudoeste, ultrapassou as cabeceiras do Tibagi, onde abandonou o caminho que ia ter no litoral catarinense, o mesmo usado por Cabeza de Vaca e Aleixo Garcia. Pendendo à esquerda, atingiu as matas do Açungui, passando pela aldeia dos índios Bilreiros e de Carieseba. E, logo adiante, chegava à encruzilhada do caminho que descia para Cananéia. Mantendo a rota sempre à esquerda, deixou o Açungui, indo alcançar os campos de Faxina, Capão Bonito e Itapetinga. Nas proximidades de São Miguel Arcanjo, deixou para trás nova bifurcação, caminho que ligava Cananéia à região de Piratinga. Ultrapassando os campos de Sarapuí e Sorocaba, foi ter em Biesaie, mais tarde Maniçoba, núcleo original da atual Itu, onde alcançou o rio Tietê. Pelas suas margens, atingiu as proximidades do rio Jerubatuva. E, daí, finalmente, Santo André da Borba do Campo (GALDINO, 2002, p. 27-28).

A viagem de Ulrich Schmidl iniciou-se no dia 26 de dezembro de 1552 em Assunção e terminou em 13 de junho de 1553 em São Vicente. Mesmo levando, praticamente, seis meses de viagem, conseguiu chegar a tempo de embarcar no navio que o levou a seu destino, a Europa. Entre as várias informações contidas no relato sobre Schmidl, destaca-se a bifurcação do caminho para o litoral catarinense, deixando claro qual era o caminho para o litoral catarinense e qual o caminho para o litoral paulista. [Página 4 do pdf]
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