Limites do Brasil com a Confederação Argentina. Memória sobre quais seja os verdadeiros - Santo Antônio e Pepiri e se devem estes dois rios constituir a linha divisória entre os dois países - 01/01/1883 de ( registros)
Limites do Brasil com a Confederação Argentina. Memória sobre quais seja os verdadeiros - Santo Antônio e Pepiri e se devem estes dois rios constituir a linha divisória entre os dois países
Todavia, por imparcialidade histórica, segui-lo-emosna sua excursão.A 20.11.1789 saiu ele do acampamento de NucoráGuazú para as margens do Uruguai. A 25 chegou o engenheiroportuguês que lhe fora dado por concorrente, o qual porémnão o acompanhou. Na base 1ª do seu “Diario” (pág. 203) dizele:Tiene principio esta base entre los ranchos y la bocadel Pepirí á medio río, aunque salimos haciendo lanavegación arrimados á la orilla meridional; á los 2´arrecife que atraviesa el río y remata en la puntaoccidental del Pepirí con algunos sarandíes; a los 4’quedan sobre la orilla del sur los ranchos de víveresde los Portugueses, y al fin una cañada de esta partey la orilla del norte hace punta, y sobre la cual hay uncerro alto sobre la margen oriental del dicho Pepirí.Daí, em vez de entrar pelo Peperi de que fala, vai terà “la boca del arroyo Apeterebui”, que já fica além, Uruguaiacima. Com tudo, na ponta Oriental deste Regato acharamum:un palo labrado por dos caras, y al rededor rozado deárboles, puesto por los geógrafos de la primerapartida, y tenía escrito á cuchillo en la del sur, á diezpies de altura del suelo.A 03.05.1788, chegaram aqui os reconhecimentos daprimeira partida da demarcação da América Meridional;cuyo palo es de altura como de quince pies, y en estelugar observaron la latitud austral, según sus diarios,27°01’51”. Y este arroyo , que es de 20 á 25 toesasde boca, fue también reconocido por los demarcadorespasados en 6 de marzo de 1759, cuyo baqueano, queera un indio del pueblo de San Javier, le nombró coneste nombre (pág. 204). [Página 48]
da primeira volta abaixo do Pitã, são sinais apontados pelosantigos demarcadores e que realmente existem, no dizer dosatuais.Este pequeno Rio, onde encontraram o pau lavradoque nele deixaram como marca, é o Apeterebi antigo, como ocom provavam os seus sinais característicos.Do referido Rio, antes Ribeiro, continuaram na derrotaque levavam Uruguai abaixo, até que chegaram à ponta destedo Peperi.Neste ponto desembarcaram e logo à subidacomeçaram a reconhecer que era o demarcado pelos antigosexploradores: árvores formadas apenas de restolhos ougalhos, tendo mediana grossura as que haviam de novonascido; no antigo roçado ou desmonte, na encosta do cerro,ainda parte do tronco que os demarcadores daquele tempo alitinham deixado com o letreiro: R. F. 1759.O que resta ainda desse pau, já carcomido pela partesuperior, acrescenta o comissário português de 1788,tem 7½ pés de altura, e de circunferência ou grossura4½ conserva-se preso às suas Raízes...Concluído este exame; continuaram a navegação peloUruguai abaixo até ao seu Salto Grande. Este notável acidentedo grande Rio é perfeitamente descrito pelo nosso comissário.Daí voltaram os expedicionários águas acima e entraram naBarra de um pequeno Arroio, que se conhecia antigamentepelo nome de Itayoá. Meia milha acima deste Arroio está outropouco maior, que foi o que notaram na derrota do diaantecedente; ambos porém inavegáveis. Terminada estaindagação, tornaram a subir o Uruguai e foram saltar na ilha(de 25 toesas por 92/3) próxima à Barra do Peperi.Na extremidade Ocidental de uma península, queentão se encontrou na Foz deste Rio e que podia não existirao tempo das primeiras explorações, fizeram uma derrubada de árvores de 12 toesas de comprido e 4 de largo, deixandode pé um alto loureiro, em que se aplainou um pequenoquadro na altura de 12 pés, do lado de Leste, no qual segravou com profundas letras o seguinte dístico:Sine auxilio tua DOMINE, nihil sumus (80). Pepiryguasu 1788.O facultativo espanhol levava um letreiro equivalente,aberto numa chapa de latão amarelo, que colocou na mesmaárvore pelo lado Ocidental. Dizia:Hucusque auxiliatus est nobis Deus (81). Pepiri-guasu 1788.
Isto se passava a 28 de julho. Preparado o roçado e colocados os dísticos, continuaram a exploração, navegando o Peperi águas acima, no dia 29. Depois de o terem subido cerca de duas léguas, apesar das cachoeiras e correntezas, “não com o fim”, diz o Diário, “de o reconhecer, mas sim de comparar as circunstâncias dele notadas na Demarcação passada”, regressaram para a sua Foz e foram pousar na margem Setentrional do Uruguai, logo acima da ponta de Leste do Peperi.
Daí continuaram a derrota do Uruguai acima, deixando na sua margem Setentrional o Apeterebi e tendo verificado que a Latitude achada pelos astrônomos passados na ponta de Leste do Peperi-Guaçu, de 27°09’20” Austral, concordava, com bem pouca diferença, da que pelas Derrotas últimas, e Observação que tinham os feito no Apeterebi na Diligência passada, obtínhamos no mesmo Peperi. [Página 136 e 137]
Para mais, firmarem a identidade da ilha de pedra queficava no Uruguai, abaixo do primeiro salto, foram medi-la, eno dia 1° de agosto, continuando a navegação deste Rio,entraram, 4¾ léguas depois, no Rio em que na exploraçãoantecedente tinham deixado o sinal, por o terem tomado peloPeperi-Guaçu, ecortado o Pau, que continha os Dísticos, se lançou aoRio, e nós fomos pousar segunda vez no Arroio quefica 2/3 de légua mais acima.No sábado 2 de agosto, continua o Diário:Concluída a navegação pelo Uruguai, e pelo Rio daPicada desembarcamos neste dia no 8° Paradeiro, eali pernoitamos.No dia 11 estava toda a partida volante da exploraçãorecolhida de volta ao povo de S. João, um dos das MissõesOrientais do Uruguai, onde o astrônomo português dá porfinda a sua tarefa. Convém declarar que o citado diário estátambém assinado pelo chefe da comissão demarcadoraSebastião Xavier da Veiga Cabral da Câmara, e é cópiaautenticada pelo oficial-maior da secretaria de estadorespectiva, José Pereira Leão.
Recapitulando o que fica exposto e transcrito, conclui-se que os demarcadores de que aqui se trata tinham a princípio tomado por Uruguai-Pitã o tributário da banda Meridional do Uruguai, assim como haviam também demarcado e assinalado o Apeterebi pelo Peperi, embora não estivessem inteiramente convencidos da sua identidade. Tendo, porém, depois à vista o roteiro dos demarcadores de 1759, voltaram a retificar a primeira exploração e reconheceram, a verdadeira situação do Pitã, pela cor vermelha das suas águas, e o verdadeiro Peperi, pelos seus sinais característicos e pelos vestígios, ainda bem visíveis, da sua primitiva exploração.
Note-se que não só aexploração de 1759 mas também esta de 1788 foram ambasfeitas por facultativos tanto espanhóis como portugueses. [Página 138]
Quanto à asserção de D. Diogo de Alvear de que osantigos demarcadores haviam tomado equivocamente esteRio por Peperi e do mesmo modo se tinham enganado acercado Uruguai-Pitã, responde o coronel Roscio:Na verdade não posso compreender, em que se fundauma tal expressão. Eu não o intendo assim como deixomostrado; antes pelo contrário me persuado queobraram não só com aceito, mas com demasiada, eprolixa cautela para que em nenhum tempo seoferecesse dúvida alguma.Prossegue ainda, alegando que o único prático quenesse tempo se encontrara naqueles países capaz de indicarqual era o Rio designado pelo sobredito nome, foraperguntado mais de uma vez a tal respeito e respondera comfirmeza e conhecimento. Continua o nosso comissário:Duvidaram desta verdade os Demarcadores.
Adiantaram a navegação; mostrou o prático o Apeteribi, e o Uruguai-Pitã; Foi reperguntado e respondeu com a mesma firmeza, e certo conhecimento e confessou não saber mais nada a respeito do Uruguai daquele lugar para diante água acima. Se estes estritos e miúdos conhecimentos e indagações são de equivocação, raras notícias poderá V M. encontrar, que tenham certeza; e com semelhantes motivos se pode duvidar de todos os monumentos os mais aprovados, os mais autênticos.
Ainda que pudesse ter-se dado essa equivocação, o que já ficou plenamente contestado, pondera o Coronel Roscio, mesmo assim não poderia o comissário espanhol pôr em dúvida a identidade do Rio, porquanto o Tratado não fala do Peperi simplesmente, “qualquer que pudesse ser a sua equivocação” mas do Piquiri ou Peperi-Guaçu) em que não poderia o seu adversário supor equívoco algum. Se o tivesse havido, onde poderia achar-se documento e prova que certificassem qual ele era, superiores e preferíveis ao prático [Página 149]
que, para a sua recusa formal, o seu competidor apenas sebaseia na “autoridade, perícia e prática de um índio infeliz,talvez malicioso”, que servira de vaqueano na passadademarcação, e averba de incorretos os Planos do Brasil, a seuver levantados por homens sem discernimento, guiados porfalsas aparências, etc.Considerando que não é dotado da imaginaçãodiscursiva de que fala o seu adversário e que a questão estavaafeta aos primeiros comissários, limita a sua resposta aoseguinte:Cuando los Comisarios de la antigua Demarcación D.Franco de Arguedas por parte de España, y JoséFernandes Pinto Alpoim por la de Portugal, llegaron ala boca de este Rio, frente del cual va a salir nuestraPicada, por Marzo de 59 seducidos de la aseveracióne informes del Indio Francisco Xavier Arirapy queconducían en calidad de vaqueano (89) desde suPueblo de San Xavier, y les aseguró ser aquel rio elPepiry que buscaban: diciéndoles para pruebaanticipada de sus conocimientos prácticos, que habíande llegar á el en un día de navegación desde el saltogrande del Uruguay, y que después aguas arriba ácorta distancia, se hallaban el Apetereby en la mismacosta septentrional, y en la opuesta el Uruguay-puitã,que era el término de su pericia adquirida en un viaje,que había hecho muchos años antes con los de suPueblo, a cierto paraje llamado de la “Espia”, secontentaron dichos Comisarios con hacer un ligeroexamen de aquellas circunstancias y convinieronfácilmente en dar al Rio aquella denominación dePepiry, otorgándose a consequência un instrumentocorrespondiente firmado de ambos a 8 de marzo delmismo año de 59, y desatendiendo el Mapa de suDemarcación, dado por los dos Plenipotenciarios...documento verdaderamente respetable de que puedo [Página 152]