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Guayrá: A “Florida Cristandade”
1 de janeiro de 2009, quinta-feira. Há 15 anos

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Pelo Tratado de Tordesilhas (1493 - 1640) cabiam à Coroa de Portugal as terras descobertas, apenas, até a atual cidade de Itu [27037].

Afonso d´Escragnolle Taunay (1876-1958), em “História Geral das Bandeiras Paulistas, escrita á vista de avultada documentação inédita dos arquivos brasileiros, hespanhois e portugueses”, Tomo I:

A região limítrofe das colonias portuguesas vicentinas era então chamada Guayrá, do nome de um famoso cacique, e correspondia a este vasto território. Densa era então a população nativa, afirmam os autores jesuíticos. Mais de 200.000 nativos. Entre eles só havia 15.000 cristianizados. [28019]

Caminhos e fronteiras, Sergio Buarque de Holanda (1902-1982):

A Província do Guairá ou o Sertão dos Carijós, do ponto de vista europeu nos séculos XVI e XVII, era uma fronteira. Fronteira tanto no sentido geopolítico, entre a América espanhola e portuguesa, como no cultural, um espaço de expansão, contato e tensão da cultura de base europeia com culturas indígenas diversas e, portanto, paisagens, hábitos, línguas, formas de espacialização e territorialização variados. [28291]

Maniçoba, porta do Paraguai, Luís Castanho de Almeida (1904-1981). Jornal Correio Paulistano, 08.09.1940:

A expressão "carijós" designação os nativos que habitavam o sertão imediato a Piratininga e anterior ao Paraguai, tendo por limites, mais ou menos, no litoral de Cananéia até Laguna, onde começavam os Patos, e no interior as bacias do Tietê e Paranapanema até o Uruguai, porém com os guaranis à margem esquerda do segundo destes rios, no Guaíra. [24312]

O mapa de Gusman encerra um erro grave que é uma verdade que desfigurou. Quanto mais podemos adiantar-nos no emaranhado das fontes, afirmamo-nos na certeza de que as expedições do ciclo do Guairá passaram por Sorocaba (então Ypanema e São Felipe), num caminho terrestre que era o mesmo antigo de São Tomé, dos nativos, e que os primeiros sorocabanos organizaram bandeiras que partiam por terra procurar o Paranapanema.

Uma vista rápida sobre esse mapa nos mostrará as reduções do Guairá em frente a Sorocaba. E o rio Sorocaba incrivelmente afluente do Paranapanema! E, pior, da margem esquerda.O fazedor da carta geográfica interrogou viajantes, estes disseram: De São Felipe chega-se ao Paraná, pelo Paranapanema. Mais que depressa, o rio de Sorocaba passou a cair no Paranapanema. Uma verdade que se abusou...O caminho das bandeiras que destruíram o Guairá só podia ser esse mesmo Peabirú, depois estrada de tropas com encruzilhada em Itapetininga.
[24848]

Para Jaime Zuzarte Cortesão (1884-1960), o que ficou conhecido como Província do Guairá (...) tendo sido seu sítio original abandonado. Talvez tenha depois dado lugar ao Tambo, local de extração de ferro.

O Guairá era, em sua maior parte, um espaço indígena sobre o qual europeus e euro-americanos avançavam, onde perambulavam, faziam acordos, cativavam, matavam e guerreavam. Contudo, não tinham um domínio político-militar e paisagístico efetivo daquele espaço. Quando penetraram naquelas terras e se estabeleceram nelas no século XVI, interferiram, direta ou indiretamente, nas dinâmicas existentes, mas também foram obrigados a se conformar a elas. Foram principalmente culturas Jê e Guarani que dominaram, se defrontaram, conviveram e transformaram aquele espaço, muitos séculos antes da chegada dos espanhóis e portugueses (NOELLI; CORRÊA, 2016).

Para Aluísio de Almeida, o Peabiru era um sistema viário, um feixe de comunicações entre São Vicente-Piratininga, Cananéia-Itapetininga, Paranaguá Curitiba, Santa Catarina-Tibagi, eram as descidas do planalto para o mar. Ligando-se a este, dois novos ramais, um começando nos Campos Gerais (Paraná), outro em Itapetininga, para alcançarem o Guaíra e o Paraguai.

Luís Castanho de Almeida (1904-1981):

Desde então era uma vez São Felipe! Se o povo ficou chamando Itavuvu, inventou ainda outro nome: é o bairro dos Quartéis, por causa de umas ruínas até hoje existentes. Era de fato aquele povoado o mais próximo, então dos castelhanos e dos imensos povos de nativos contra quem era mister previdência, tal como Piratininga foi também fortificada. [24848]

A maioria dos Historiadores relacionam a chegada de D. Francisco de Sousa ao Brasil, em 9 de junho de 1591, com o dramático rumo que segue a História: os europeus e seus descendentes, que até então eram apenas se defendiam, passam ao bandeirismo ofensivo. [13717]

Em 8 de setembro de 1594, escrevendo o Padre Barzana o seu Provincial, conta que Guayrá, o tal cacique mór tinha tuxauas amigos que governavam doze grandes povos, cujos nomes cita. A parte oriental do Guayrá ele a dá como populosíssima especialmente, onde aponta sete grande povos. Refere-se aos habitantes da província de Tayaoba, guerreiros e indomáveis. [28020]

Para Eduardo Bueno, eram 12 cidades, com cerca de seis mil habitantes cada! Com os ervais, gado, escolas, nativos tocando e aprendendo música, todos catequizados! [25969]

*Revista do Instituto Histórico e Geográfico de S. Paulo: “Nossos Bandeirantes - Baltazar Fernandes” (1967) Luiz Castanho de Almeida:

Cerca do ano de 1600 casou-se Baltazar Fernandes com Maria de Zúnega, nascida na Vila Rica de Guairá, filha de Bartolomeu de Torales e de Violante se Zúnega. O casamento de Baltazar precedeu de 30 anos a transmigração das famílias do Guairá para São Paulo. É um verdadeiro romance de aventuras este namoro a tantas léguas, de um bandeirante com uma, digamos, sul-americana.

Vê-se com nitidez a união simbólica das duas raças ibéricas no coração da América. Raças que o caldeamento com os guaranís renovou em proporções gigantescas. Desse matrimônio nasceu em Vila Rica Maria de Torales, que se casou com outro vilarriquenho: Gabriel Ponce de Leon e com ele e outros parentes se transplantou para São Paulo antes de 1634 e depois de 1630.
[24432]

Balthazar Fernandes casa-se com Maria de Zunega e tem uma filha, da qual genealogistas discordam da sua paternidade. Não se sabe se a sua primeira filha, única do primeiro casamento, Maria de Torales, era sua filha biológica ou adotiva.

Falecimento de Pedro em São Paulo; Antônio era Capitão de Ciudad Real(ou Pedro Fernandes Cabral), ainda vivia em 1621, no Paraguai, para onde havia ido com o irmão Antonio, e pode ter sido (ou o mesmo irmão em segundas núpcias), cc. Maria de Zunega (que já seria viúva quando cc. Baltazar Fernandes, e veio para o Brasil com a filha abaixo, do 1º marido), f. de Bartolomeu de Torales e Violante de Zunega, já falecidos em 1636: (PP.77/78 e 182).

A Carta de dada de terras de Diogo de Onhate que lhe deu o capitão Gaspar Conqueiro no caminho de aldeia de Tabaobi, em 7 de março de 1608, (...) abaixo de uma banda e da outra banda pelo mesmo mato ao longo do caminho que ia ao rio Nharbobon Sorocaba e sendo caso que do rio Pirayibig para a banda do campo não houver a legua de matos se encherá a dita légua ....... em quadra tanto de comprido como de largo da outra banda do dito rio Pirayibig que fique a dita légua de terra em quadra tanto de comprido como de largo e receberia merce que na dita petição é mais légua de terra em quadra por virtude dos poderes governador Lopo de Sousa. [ Sesmarias: 1602-1642 (1921) Departamento do Arquivo do Estado de São Paulo. Páginas 33, 34 e 35]

Por Sorocaba passava ou ou mais caminhos; era o Guayrá, o caminho de Nharbobon era o Peabiru, pois. Pedro Lozano (1697 - 1752)

Peabirú - De "pe", estrada e "abirú", de abi, "cabelo". "Por esta província (Tayaobi) corre o caminho dourado, pelos Guaranis Peabirú e pelos Espanhóis de Santo Tomé; tem oito palmos de largura, em cujo espaço cresce apenas um capim muito pequeno, que pela fertilidade chega a meio metro e embora seco a palha, os campos queimados, nunca a grama do referido caminho sobe mais alto.

A presença desta ordem no Guairá se deu entre 1609 e 1610, quando os padres José Cataldino e Simon Maceta organizaram a primeira redução de Nossa Senhora de Loreto. [23465]

Em carta escrita de Assunção, dia 26 de novembro de 1609, o Capitão D. Antonio de Añasco, tenente-general do Governador e Chefe de Justiça nas províncias do Paraguai e Río de la Plata, informa:

Comanda o Capitão Pedro García e qualquer outro juiz de Guayrá; que não saiam ou mandem fazer malocas, viagens, nem entrem em nenhuma para a província; porque sua redução ao Padre Provincial está comprometida com eles. José Cataldino e Simón Maceta, da Companhia de Jesus, a quem irão e farão vir com a ajuda necessária; nem permitirão que nenhum soldado ou vizinho os perturbe com doenças que estão indo para a mita.

E porque nosso povo fez cara de defesa de pessoas sem proteção humana, eles também se voltaram contra eles porque cudicia (?) cega os Srs. e os leva a tanta confusão. E por fazer guerra de dois lados, o inimigo, nesta mesma época e até anos antes, incitou nossos portugueses que estão nas minas de São Paulo, a voltar para casa desses, como se fossem soldados para levá-los à força e por engano para trabalhar algumas minas que aquela cidade tem e embora alguns se defendam com seus arcos e flechas (...)
[27092]

Eis o que em 1613 o padre José Cataldino escrevia a este respeito ao provincial padre Diogo de Torres: "Muitas coisas me tinham dito desde o princípio estes nativos, acerca do glorioso apóstolo São Thomé, que eles chamam pay Zumé, e não as tenho escritas antes, para melhor me certificar e averiguar a verdade. Dizem pois os nativos anciãos, e os caciques principais, que tem por certíssimo, por tradição derivada de pais a filhos que o glorioso apóstolo São Thomé veio á suas terras do lado do mar do Brasil, e que atravessando o rio de Tibaxiva (onde eles e seus antepassados moravam) então povoadíssimo de nativos, foi passando por seus campos ao rio Haybay, e que dai foi ao rio Piquirí, donde não sabem aonde foi. Nas cabeceiras deste rio, dizem os nativos, se acham pisadas do glorioso santo impressas em uma penha, e o caminho pelo qual atravessou estes campos está ainda aberto, sem se ter nunca fechado, nem ter crescido nunca a erva, apesar de estar no meio do campo onde não trilham os nativos, e asseguram que as penhas por onde vem este caminho estão abertas, deixando no meio um caminho igual ao mesmo chão, afirmam terem-o eles mesmos vistos." [Páginas 269 e 270 do pdf]

Quanto ao triste destino de D. Francisco de Souza, fundador do Itavuvu e 7° Governador-Geral do Brasil, as Atas se calam. Por elas sequer sabemos quando exatamente ele morreu. E não sabemos, ainda hoje, onde foi enterrado. Por aproximação, estima-se que tenha morrido entre 10 e 11 de junho de 1611, em meio a uma epidemia que atingia a vila. Ou seja, não sabemos bem quando, nem onde e muito menos de quê morrera o governador.

As versões dão conta mais das ansiedades de cada um do que de uma informação legítima. Até mesmo nas versões de sua morte o governador foi apresentado de diversas maneiras. E talvez essa série de versões nos ajude a revelar um pouco mais do que foi a história da região nas décadas posteriores: uma disputa acirrada por hegemonia e pelos despojos do governador, com alianças instáveis, conexões interrompidas e a eclosão de grupos e facções em confronto. [24461]

O Itavovú vegetou de 1611 a 1661. A historia emudece a seu respeito. Nunca foi vila nem paroquia. Tudo leva a crer que nenhuma das duas povoações de Dom Francisco tivesse vereadores. Vigarios, nem se fala. O pelourinho, pois, foi apenas o companheiro temeroso de um governador-geral, um símbolo de sua autoridade. [27316]

Concordo com Basílio de Magalhães (1874-1957), em “Expansão Geográfica do Brasil Colonial” (1935):

Ao tempo em que d. Francisco de Sousa administrou a Repartição do Sul, não consta a existência de expedições de "resgate", o que se explica por ser a elas contrário aquele governador. Mas, na interinidade de seu filho d. Luiz de Sousa, este mandou á sua custa diversos tuxáuas de Guayrá, então em São Paulo, a buscar os parentes que tivessem por lá, afim de lhe virem lavras as minas de Araçoyaba, que ele herdara do pai. Combinando-se os relatos de Gay e de Pastells, verifica-se que a expedição, da qual era Fernão Paes de Barros, um dos cabos, atingiu ao Paranapanema em fins de outubro de 1611, saqueando o povo de Taubiú, e dele e de outra maloca arrebanhando mais de 80 indivíduos ou 800 famílias; mas, perseguida a tropa do governador de Guayrá, que ali acabava de chegar, o general d. Antonio de Añasco, foi quase completamente destroçada. Isso não impediu que Sebastião Preto, em agosto de 1612, andando a prear escravizados nativos naquela zona, reunisse cerca de 900 deles, com os quais marchava para São Paulo, quando o governador de Ciudad Real saiu com as forças superiores no encalço do paulista, conseguindo retomar-lhe mais de 500 guaranys apresados, dos quais, todavia, a metade ainda fugiu, para de novo juntar-se ao comboio do paulista. [Página 115] [26761]

Seguindo os "passos" do mestre Historiador Adolfo Frioli! Estima ele que em abril de 1611 d. Francisco de Sousa, após a mudança do povoamento, elevou o novo local com o nome de vila de São Filipe, em referência provável à administração hispano-portuguesa dos Reis Filipes, no período da União Ibérica das coroas. [24535]

Entre 5 e 12 de junho este ano, d. Francisco de Sousa faleceu. O mestre de Frioli, Luís Castanho de Almeida (1904-1981), destaca que Entre 1611 e 1654, tudo é silêncio [9049]. Mas seu falecimento ter-se-ia dado na vila de São Paulo ou no sertão?

As dúvidas e a falta de pesquisas nos arquivos, nos colocaram "em choque" com os tradicionalistas que preferem continuar com as lendas, do que procurar o que realmente aconteceu naquele período de transição luso-hespanhola-luso de 1580 a 1640. Parabéns pelas pesquisas e divulgações de seus trabalhos, que tomo a liberdade de compartilhar. Cada vez melhor e sempre dinâmico nesse trabalho árduo de mostrar a verdade verdadeira.” [28141]

Quase que imediatamente a morte de D. Francisco de Souza, Antonio de Añasco, comunicava, com pesar, o falecimento de D. Francisco, dando como motivo o desgosto pela falsa notícia da morte do filho D. Antonio, colhido por piratas argelinos, em alto mar, enquanto levava presentes de ouro a El-Rei. Curioso como Añasco praticamente chegou às portas da vila de São Paulo, justo na região das minas de Montesserrate e Araçoiaba. [20284]

Um ano antes o governador havia enviado a Madrid um de seus filhos, Antônio de Sousa, com dois regalos para d. Filipe II: uma espada e uma cruz forjadas com o pouco ouro das minas de São Paulo. [27894]

No Libro de los sucessos del ano de 1624, alocado na BNE (MSS2355), fala-do mineiro alemão que teria sido assassinado a mando dos jesuítas, que temiam que a notícia da riqueza aumentasse a servidão dos gentios.

Conforme o manuscrito, o mineiro descobrira que poderia retirar “tan gran pedazo de oro como el cavallo en que estava”, e tal noticia alarmara tanto os padres, que, na mesma noite, o mineiro foi encontrado morto. Menciona ainda que os jesuítas tiravam ouro de São Paulo e o enviavam ao Duque de Bragança, para financiar a revolta. O documento é do reinado de Felipe IV, já que nele se fala da prata que nunca foi retirada do Brasil no tempo de Felipe III, “ni en el de su majestade”. [20623]

Em 1627, Frei Vicente do Salvador, contemporâneo de D. Francisco de Sousa e que bastante estimava-o, a esse tempo se achava na Bahia. Em sua História do Brasil, a par das benignas qualidades de d.Francisco, conservava sempre toda a sua autoridade e respeito, e “assim foi o mais benquisto Governador, que houve no Brasil, junto com ser o mais respeitado e venerado”:

"... com uma enfermidade grande que teve na vila de São Paulo, da qual morreu (o governador), estando tão pobre que me afirmou um padre da Companhia que se achava com ele a sua morte, que nem uma vela tinha para lhe meterem na mão, si a não mandara levar do seu convento; mas quereria Deus alumia-lo em aquele tenebroso transe, por outras muitas que havia levado deante, de muitas esmolas e obras de piedade que sempre fez." [12857][24528]

Uma dos depoimentos mais confiáveis foi prestado por Salvador Correia de Sá e Benevides, em 3 de Maio de 1677. Segundo Luis Castanho de Almeida, "Salvador Correia, a quem se deve a oficialização dos esforços anteriores, tem retrato verdadeiro, mas não se pode reduzir a um esquema único o motivo da fundação de Sorocaba". [9049]

Sérgio Coelho de Oliveira destaca, em “Baltazar Fernandes: Culpado ou Inocente?”:

Como se fosse coisa de Deus, a oportunidade de se fazer o pedido surgiu "de bandeja", com a visita do capitão Salvador Correa da Sá Ybenavid (e Benavides), governador da Repartição Sul, a que pertencia a São Paulo. Na versão mais correta, ele esteve fugindo de problemas que enfrentaria com os moradores do Rio de Janeiro, sede do governo da Repartição Sul.

Salvador, uma das pessoas mais influentes do Brasil da época, era muito amigos dos Fernandes, desde os tempos do Paraguay. Balthazar não teve dúvidas, encilhou o cavalo e seguiu para São Paulo, levando consigo um pedido para elevação de Sorocaba à Vila.
[21228]

Salvador relatou que quando este, sendo ele conselheiro de 12 para 13 annos, passara ao Brasil, aonde particularmente em S. Paulo, acompanhando o pai e o avó, que estiveram perto de cinco anos, fazendo differentes fundições, e em todas ellas achando metais não conhecidos, porque parecia ferro ou cobre, e nem um destes dois gêneros era. Deu notícias da morte do tal mineiro alemão que andava com Francisco de Souza e dos boatos de que se fundia ouro do tamanho da “cabeça de um cavalo”.

Também relatório do governador Antonio Paes de Sande (1622-1695), registrado em 31 de Maio de 1692, indicando a el-rei as causas do malogro das pesquisas de minas nas Capitanias do Sul, escrito em 31/05/1692. Expõe esse documento que os paulistas se orgulhavam de ter conquistado para si um território extenso, que eles mesmos governavam.

Temiam sobremodo que os representantes da Coroa viessem a saber das riquezas da Capitania - pois tal seria o mesmo que arrancar-lhes das mães o que eles entendiam mui justamente pertencer-lhes.

Consoante esse pensamento, escrevia o governador do Rio de Janeiro:

"... Evidente prova é deste receio o sucesso que teve d. Francisco de Sousa, quando foi áquela Capitania, pois acompanhando os paulistas o mineiros que mandou á serra de Sabarabossú, para saberem a parte donde ela ocultava as minas, depois de achadas, de que se fez aviso ao dito d. Francisco de Sousa, e tiradas muitas cargas de pedra, que o mineiro trazia com grande contentamento, ponderando eles a mesma sujeição, que agora temem seus netos, mataram no caminho ao mineiro, e esconderam as pedras, disseram a d. Francisco que morrera no caminho, e se enganava no que havia escrito a s.s., de que resultou morrer o dito d. Francisco de Sousa em breves dias, e se perpetuar na suspensão, daquelas minas a tradição de as haver muito ricas, e ainda ha poucos anos algumas pessoas que existiam na vila de São Paulo davam notícia da prata que se fundiu das cargas de pedra, que se encobriram, das quais tinha uma Fernão de Camargo e eram suissos os filhos do ourives que fez a fundição." [20084]

Na Ata de 24 de Dezembro de 1612, os moradores da vila de São Paulo se queixavam de que os homens que iam ao sertão e ajudavam a “vir o gentio carijó que voluntariamente vêm para esta capitania [de São Vicente] e os moradores lhe saiam ao caminho com suas ferramentas [e] mantimentos para os ajudarem a vir e deseja-lhes com isso granjear as vontades e ver se os querem servir pagando-lhes com vestir e doutrinar e o dito administrador [dos índios Mateus da Costa Amorim] os avexa com excomunhões sendo a jurisdição real de Sua Majestade e suas justiças não indo contra direito nenhum da Santa Madre Igreja porque não dão guerra a ninguém nem levantam bandeira...”

E é aqui que a bandeira sai do baú onde se guardavam os pertences da Câmara e se torna símbolo, por metonímia, de uma expedição militar, mesmo que a intenção belicosa seja do inimigo, no caso o índio: levantar a bandeira em uma lança significa ter intenção agressiva declarada. No caso específico, a intenção do gentio carijó que vinha a São Vicente não era agressiva, pois não levantavam bandeira e nem faziam guerra a ninguém.Nesse pequeno trecho está resumida toda a problemática daquilo que seria tratado no futuro como o /ciclo das Bandeiras Paulistas: alguns nativos vinham voluntariamente ou involuntariamente ao encontro dos paulistas? Os nativos eram escravizados ou trabalhavam em troca de uma recompensa em termos de alimento, vestuário, moradia e alimentação? nos conflitos entre os paulistas e a Santa Madre Igreja – sendo que nesse momento em São Paulo a Santa Madre Igreja era fortemente (se não totalmente) representada pela Companhia de Jesus – qual era a posição da jurisdição real de Sua Majestade? e o que podemos entender por jurisdição real de Sua Majestade em um momento que o rei era espanhol, mas a administração era portuguesa?

"ITAOBI

Ha na História silêncios inexplicáveis. Está neste caso a obscuridade que rodeou a pessoa e o nome do chefe da tribo e aldeia de Ururay, Piqueroby, eis que Martim Afonso de Souza tomou posse do território Pirá-tininga e começou a distribuir sesmarias. Parece que Piquiroby já era falecido; e ou, aliás, foi o chefe que "não preservou em lealdade para com os brancos", visto que a cronica não refere senão três, Tebir-içá, Piquiroby e Cayubi, quando Martim Afonso de Souza aportou á Buriqui-óca, ou, por corrupção, Bertioga.

Parece que havia firme propósito da parte dos historiadores em ocultar a origem indígena de Amador Bueno da Ribeira. pelo lado espanhol, o que é mais discutido e analisado por esses escritores coloniais, apenas conseguiram estes traçar a sua origem a duas gerações, sendo seu pai Batholomeu Bueno e seu avô D. Francisco Remires. [Carta de Pedro Taques de Almeida Pais Leme (1714-1777) ao Frei Gaspar da Madre de Deus (1715-1800). Publicação Oficial de Documentos Interessantes para a História e Costumes de São Paulo. Vol. IV, 1896. Página 38]Piqueroby, cacique, chefe ou rei de uma das tribos Guaynases, que ocupavam a costa marítima de São Paulo no começo do século XVI. [Carta de Pedro Taques de Almeida Pais Leme (1714-1777) ao Frei Gaspar da Madre de Deus (1715-1800). Publicação Oficial de Documentos Interessantes para a História e Costumes de São Paulo. Vol. IV, 1896. Página 34]

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