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Ilha Brasil
1 de janeiro de 202303/05/2024 03:23:11
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Descobrimento do Brasil
Data: 26/04/2024


[29321] 1° fonte: 01/01/484
Navigatio Sancti Brandani

A "Navigatio Sancti Brandani" foi uma das narrativas mais populares da Idade Média. Ela menciona uma "Ilha de Hy Brazil", que para alguns vem daí o nome de nossa nação derivaria, portanto, das aventuras de São Brandão.

Conta o livro ‘Navigatio Sancti Brandani’, que o santo irlandês, nascido em Tralee, por volta de 484 d.C., após fugir dos invasores da Normandia, pediu à Deus para ver o paraíso e o inferno.

Após encontrar um abade irlandês chamado Barinthus, que lhe falou te feito uma viagem através do Oceano e encontrado a ‘Terra repromissinonis Sanctorum’, São Brandão pegou um navio e, junto com mais catorze monges, resolveu ir atrás dessa ilha perdida, que, em sua mente, deveria ser o verdadeiro paraíso.

Começa, então, uma espécie de peregrinação! Desbravando o mar desconhecido, São Brandão chega numa ilha selvagem, onde um cão o conduz a um castelo decorado com vasos finos, imagens de cavalos e chifres ornados em metal precioso e toda o tipo de riqueza imaginável. A mesa está posta com uma ceia farta, baseada em peixes brancos e muito vinho. São Brandão, no entanto, logo percebe que trata-se de satanás. Põe-se a orar e, de tanto orar, consegue, com o poder da fé, livrar-se da tentação demoníaca.

Desembarga numa ilha que julga ser deserta. A Ilha, no entanto, é Jascônio – um imenso peixe, o maior peixe do oceano. Após ser derrubado nas águas, São Brandão consegue voltar ao navio e salvar os monges.

Em seguida, chega na ilha dos pássaros. Os pássaros, na verdade, são anjos decaídos. Parte para a ilha dos carneiros, onde celebra a Páscoa. É atacado por grifos – um animal fantástico, metade águia, metade leão.

No mar, os monges pedem para que São Brandão reze uma missa para afastar os monstros marinhos. Depois isso, o navio encontra uma ilha vulcânica, onde a tripulação é recebida por um ser peludo com o corpo em chamas. Era a ilha do inferno.

Por fim, dando de cara com um denso nevoeiro, São Brandão é guiado por uma luz forte até uma ilha cheia de árvores frutíferas. É a Ilha de Hy Brazil. Finalmente, ele e os monges encontram o paraíso prometido. A luz que os guiou revelou-se, na verdade, a próprio luz do Cristo!

Guardado por dragões brilhantes como o fogo, o paraíso é um imenso jardim que descansa por trás de portões de mármore cravejados de pedras preciosas – esmeraldas, topázios, amestistas e tudo mais que se pode imaginar.

São Brandão e os monges encontraram o paraíso depois de enfrentar o grande oceano (que é a vida) e terem adquirido sabedoria e conhecimento, enfrentando o mal e a tentação, escolhendo o bem em vez de Satanás. Afinal, santo que é santo não pode estar em dois altares. Por fim, São Brandão e os monges regressaram à terra natal e essa grande aventura foi eternizada nas páginas da história.

Agora, o mais interessante – para São Brandão, o paraíso é Hy Brazil. 11481'Ilha Brasil

De fato são muitas referências “a uma Ilha Brasil” circum-navegável entre a foz do Amazonas e a boca do Prata para uma selecção de mapas que reproduzem a mesma ideia da ligação entre estes dois grandes rios sul-americanos articulada por um grande lago interior, cuja designação se modifica de mapa para mapa.

Nessa lista expurgada das centenas de cartas que copiariam este modelo cartográfico até meados do século XVII – mais precisamente, até à carta da América meridional de Nicolas Sanson d´Abbeville de 1650 – cartográficos:

"De todas as cartas a mais notável e extraordinária é o mapa de Bartolomeu Velho, de 1561, onde o Brasil aparece claramente delimitado como uma ilha enorme, subdividida em ilhas mais pequenas. O Prata e o Pará, este último assim nomeado e na posição aproximada do Tocantins, ligam-se e comunicam-se pela vastíssima lagoa Eupana, ao sul da qual se vê o “Mar grande ou Paraguaia”, que identificamos com os pantanais dos Xarais.

Da mesma lagoa nasce o S. Francisco, o qual se reúne por um lado menor ao Parnaíba e mais abaixo ao Paraná, que, por sua vez, se reúne à lagoa Eupana, encerrando esta ligações em seu conjunto de cinco ilhas".Este mapa de Bartolomeu Velho servirá de mote para o artigo sobre as "Origens indígenas da Ilha-Brasil" da mesma séria dedicada às bandeiras paulistas, ou não fosse esse "o primeiro mapa onde a Ilha-Brasil, delineada como um todo orgânico e em oposição ou como complemento à divisória de Tordesilhas, aparece pela primeira vez". 11763'Visão do ParaísoPassagem de São Thomé pelo Brasil

Para alguns, a carta de Pero Vaz de Caminha muito se assemelha ao descrito nos livros sobre a navegação do Santo e sua fascinação com o paraíso quando encontrou a ilha que tanto procurava.

A descoberta da América é fruto de uma série de circunstâncias causadas pelo acaso. A saída de Portugal ao mundo, a série de descobrimentos, posseamento e agarramento as terras conquistadas, tinham um fundo religioso mais do que um fundo imperial.Não apenas Portugal. O fato de que tenha sido na América é muito curioso,

Como explicar a colonização ter iniciado-se na América e não na África? A África era mais próxima e a conheciam melhor. O périplo africano inicia por volta de 1412, com a tomada de Ceuta. A viagem de Vasco da Gama foi 1497 e a de Bartholomeu Dias em 1499. Ou seja, temos quase 1 século de conhecimento da África. Mas a colonização deu-se na África, mas sim na América.

São muitas as interpretações que, ao longo dos séculos, a Humanidade fez do texto bíblico do Gênesis, sobre a localização do Paraíso de que Adão e Eva foram expulsos. Todas coincidem em que seria um lugar muito difícil de atingir, mas não impossível, especialmente com a ajuda divina.

Esse mito inicialmente situava o Paraíso Terrestre em algum ponto entre o centro da África e o Subcontinente Indiano.Essa lenda começou a ganhar forma mais definida na Irlanda, por volta do século X e perduraria por mais 600 anos, com inúmeras versões, conhecidas principalmente como Navigatio Sancti Brandani, em que São Brandão noticia a existência de uma ilha povoada de aves falantes (e lembre-se que no Paraíso todas as aves falavam, emudecendo em conseqüência do Pecado Original).

A mítica Ilha de São Brandão, por ele atingida após 40 dias e noites de navegação, aparece às vezes na forma de um arquipélago

colonização está ligada a três processos. Ela se dá na América, no Novo Mundo. As características da colonização envolviam: ocupação de território, criação de uma outra sociedade, formação social e um sistema econômico de produção. Não apenas entrepostos para comércio, como houveram na África. Nesse momento histórica, somente na América e nela se dá colonização e não na África.Os portugueses foram os pioneiros na expansão marítima e também na colonização, seguidos por espanhóis, franceses, ingleses, holandeses, até dinamarqueses.“Portugal e Brasil: Antigo sistema colonial”; Fernando Novais 13944'cotidiano, a igreja sempre teve um problema com a catequese dos nativos, era a justificativa para a colonização. Quando o Papa Alexandre VI dividiu o mundo a ser descoberto, entre Portugal e Espanha, a justificativa era descobrir o "gentio", catequiza-los e expandir a cristandade. Não tratava-se apenas da expansão do capitalismo.

A descoberta do gentio foi a coisa mais notável na Europa da época. Na realidade do mundo, levado em conta, estava dividido em três: os cristãos, os infiéis (muçulmanos) e os judeus. De forma geral, aos infiéis, é a guerra, os judeus são aqueles que que não aceitaram o último de seus Messias, de seus profetas. Estes assumiam tarefas que eram proibidas aos cristãos,como cobras juros, o comércio do dinheiro. O que causava ainda mais preconceito.

Quando há a descoberta da América, foi uma loucura, pois os nativos não eram judeus, cristãos ou muçulmanos. E estavam nus, portanto só poderiam estar descobrindo o "gentio" no Paraíso, por isso andavam nus. Este é o tema de um dos mais belos livros de história do Brasil: “Visão do Paraíso - Os motivos edênicos no descobrimento e colonização do Brasil”. Sérgio Buarque de Holanda. Enquanto todos procuravam os motivos econômicos...

Isso pode ser visto na carta de Pero Vaz de Caminha. São doze páginas, fantásticas, nas quais ele volta sete vezes a palavra nudez: "Estavam nus! Não cobriam as suas vergonhas!"


antes de Cabral

Documentos antiquíssimos atestavam a ida de São Tomé para a Índia e seu martírio através de lanças. Muito mais tarde, no Século XVI, quando os portugueses chegaram àquele país, descobriram a cripta onde está sepultado o corpo de São Tomé, bem como suas relíquias, um pouco de sangue coagulado e um pedaço de uma lança que o feriu de morte. São Francisco Xavier, também no Século XVI encontrou a herança cristã deixada por São Tomé na Índia.

Em 1597 o Rei de Portugal ordenou a Vasco da Gama encontrar o sepulcro do apóstolo Tomé! Gaspar da Gama se apresenta á Vasco da Gama1 de setembro de 1498.

Um batel (a maior das embarcações miúdas que serviam aos navios antigos, naus e galeões) da nau Capitânia, e nela estão Nicolau Coelho, um veterano que havia viajado á Índia com Vasco da Gama dois anos antes, 4 remadores, sendo um escravizado angolano e um grumete da Guiné, e um homem alto, misterioso, de barba branca, também vestido de branco, com a cabeça coberta com uma touca.Este homem vinha da Índia, mas não era indiano. Falava ao menos dez línguas. 13931'Os nativos acolheram bem os europeus, Nóbrega fica surpreso. Mais ainda quando percebe que esses mesmos nativos procuravam a casa de culto e de catequese como se aquilo fosse um hábito antigo." Os nativos levam Nóbrega até um local sagrado. Alí haviam marcas de pegadas nas pedras, as quais apontavam os nativos e diziam "Zumé", Pay Zumé. O padre logo escreve uma carta ao seu superior em Coimbra informando a grande notícia: São Tomé esteve no Brasil!

“Senhores, ha perto de três mil anos que o rio Amazonas é navegado e que de seus seios transborda o ouro nos cofres dos reis da terra!”

“Onffroy de Thoron, depois de largos e demorados estudos, rasgou a nossas vistas o véu do grande mistério: os navios de Salomão traziam rumo da América Meridional; vinham buscar as grandes riquezas que levavam ao rei de Tyro, na terra do El-Dorado, da legendária Manôa, sonhada á margem ocidental da lagoa Parima, á boca de um grande rio, que a ela levava suas águas caudalosas roladas sobre o leito esmeraldino, coberto de areias de ouro...” (Sociedade de Geographia do Rio de Janeiro. TOMO V. 4.° Boletim, 1889. Redator Engenheiro Dr. A. de Paula Freitas. Página 222)



Revista trimensal do Instituto Histórico, Geográphico e Etnográphico Brasileiro, tomo XXVI1863

A vinda do Apóstolo São Thomé á estas partes da América, e principalmente ao Brasil e ás regiões do Paraguay, está baseada em tais fundamentos, que d´ela não se pode duvidar. Faltam monumentos antigos que testifiquem a vinda de São Thomé, e por tanto a tornem perfeitamente certa, mas é inegável que a tradição constante e uniforme de diversas nações do novo mundo, os sinais e vestígios, e o nome de São Thomé conhecido desde tempo imemorial por elas, fazem probabilíssima sua vinda a estas regiões. Muitos autores, e entre eles o padre Pedro Lozano, traram difusamente deste ponto. Desde que chegaram os jesuítas ás províncias de Guayrá, Paraná-pané e Tibaxiva, ouviram os gentios falar de São Thomé, ao qual davam o nome de pai Zumé, e dele narravam coisas prodigiosas, e o tinham em conta de varão maravilhoso, cuja memória o tempo no decurso de tantos séculos não pode fazer esquecer. Eis o que em 1613 o padre José Cataldino escrevia a este respeito ao provincial padre Diogo de Torres: "Muitas coisas me tinham dito desde o princípio estes nativos, acerca do glorioso apóstolo São Thomé, que eles chamam pay Zumé, e não as tenho escritas antes, para melhor me certificar e averiguar a verdade. Dizem pois os nativos anciãos, e os caciques principais, que tem por certíssimo, por tradição derivada de pais a filhos que o glorioso apóstolo São Thomé veio á suas terras do lado do mar do Brasil, e que atravessando o rio de Tibaxiva (onde eles e seus antepassados moravam) então povoadíssimo de nativos, foi passando por seus campos ao rio Haybay, e que dai foi ao rio Piquirí, donde não sabem aonde foi. Nas cabeceiras deste rio, dizem os nativos, se acham pisadas do glorioso santo impressas em uma penha, e o caminho pelo qual atravessou estes campos está ainda aberto, sem se ter nunca fechado, nem ter crescido nunca a erva, apesar de estar no meio do campo onde não trilham os nativos, e asseguram que as penhas por onde vem este caminho estão abertas, deixando no meio um caminho igual ao mesmo chão, afirmam terem-o eles mesmos vistos.

estudo geognóstico deste distrito é digno de ocupar por muitos meses a atenção dos mais sábios geólogos. Dos altos morros manam alguns ribeirões, porém o mais notável é o chamado da Fábrica Velha, ou do Valle das Furnas, por seguir por uma espécie de caldeira, ou algar que ás vezes, parece cratéra de um vulcão. Sobre a cima do principal cabeço ha uma lagoa que chamam aqui Dourada, na qual o povo diz aparecerem fantasmas, que, guardam os tesouros nela escondidos. O mineral solto á superfície do morro é tanto e tão rico que creio só dele se poderia, por mais de cem anos, alimentar a maior fábrica do mundo, sem recorrer a trabalho algum mineiro."[Página 362.


[k-1129] 2° fonte: 01/01/1000
Cartas falam da Ilha Brasil

Conta Darcy Ribeiro:

(...) "Antes do Brasil existir como é que era o mundo? O Brasil nasce sobre o signo da utopia a terra sem males a morada de Deus. Há mil anos atrás, lá pelo ano 1000, existem cartas que falam de uma ilha Brasil, isso significa que o nome Brasil não vem do pau-brasil, não. Isso aqui era a ilha Brasil que alguns navegantes sabiam, mas um dia os portugueses precisaram fazer uma descoberta oficial, mandando até um escrivão do cartório, declarar no cartório, que foi descoberto. Isso foi em 1500, mas pré existia há muito, fisicamente, biotericamente e humanamente. Humanidade indígena, humanidade diferente, de uma gente que agradecia a Deus o mundo ser tão bonito, que existia para viver a vida para gozar a vida a finalidade da vida era viver." 13753'] 16° fonte: 01/01/2003Brasil: uma história, 2003. Eduardo BuenoPor volta do ano 1000, a região foi invadida por povos tupis-guaranis procedentes da Amazônia, que expulsaram os habitantes anteriores, falantes de línguas do tronco linguístico macro-jê, para o interior do continente. No século XVI, quando os primeiros europeus chegaram à região, a mesma era habitada pelos carijós. [BUENO, E. Brasil: uma história. 2ª edição revista. São Paulo. Ática. 2003. p. 19

Como era a Europa no ano 1000?

Era um tempo de medo. Há mil anos, na mesma Europa que agora se prepara para ingressar, próspera e unida como nunca, no terceiro milênio do calendário cristão, os homens viviam o pior dos mundos. O irreversível desmoronamento, século após século, do que ainda restava da civilização greco-romana, depois do fim do Império Romano do Ocidente, no século V, transformara o território europeu em campo de batalha onde gerações sucessivas se guerreavam interminavelmente — visigodos e vikings, bretões e saxões, vândalos e ostrogodos, magiares e eslavos,um sem-fim de povos que não por acaso entraram para a História sob a denominação coletiva de “bárbaros”. Além da violência, a miséria, a ignorância e a superstição recobriam a Europa na marca do ano 1000.

A centralização política abençoada pela Igreja na virada do século IX, com a coroação de Carlos Magno, rei dos francos e dos lombardos, no trono do Sacro Império Romano, em 800, produziu um lampejo de renascimento cultural ao redor de sua corte em Aix-la-Chapelle (ou Aachen, na atual Alemanha). O que pudesse haver de paz e progresso, porém, não sobreviveria muito tempo ao imperador, falecido em 814.

Fragmentada em reinos cada vez mais fracos, apesar da tentativa de restauração imperial, em 962, comandada pelo rei germânico Otto, o Grande, a Europa Ocidental se converte numa colcha de retalhos de governos locais. Papas e imperadores, uns e outros invocando direitos divinos, competiam pelo pelo poder, celebrando alianças movediças com príncipes, duques, condes, bispos que também acumulavam títulos de nobreza e ainda uma vasta gama de barões da terra. Tudo isso só fez apressar a pulverização do continente em feudos.

Os proprietários de terras transformavam seus domínios em unidades autônomas, territórios com fortificações feitas de árvores e espinheiros e com habitações cercadas de paliçadas. Registrou um observador do ano 888: “Cada qual quer se fazer rei a partir das próprias entranhas”. A cidade, como sede da política e da administração, centro do comércio e do conhecimento, à maneira de Roma, Atenas ou Alexandria.

na Antigüidade clássica, virtualmente inexistia na paisagem ocidental desse período. Havia, é bem verdade, burgos descendentes dos centros fundados pelos conquistadores romanos, como também ajuntamentos de um punhado de milhares de almas, nascidos da presença, nas proximidades, de um mosteiro ou de um vale fértil, ou do fato de se situarem no centro de uma região dominada por um príncipe.

Nada, porém, que se comparasse a Constantinopla (hoje Istambul), capital do Império Romano do Oriente, com suas centenas de milhares de habitantes, abastado comércio e porto movimentado.

Há cerca de mil anos, amplas extensões do continente europeu eram constituídas de florestas um mundo sombrio, estranho e ameaçador aos homens que construíam povoados, cultivavam cereais e criavam gado em grandes clareiras nas suas cercanias, numa economia de pura subsistência, da mão para a boca. A construção de castelos, abadias e mosteiros ocupava igualmente muitos braços. Mas o principal motor da atividade econômica era a guerra: a necessidade de produzir armas, acumular provisões para a tropa e pagar os mercenários em metal sonante estimulava o comércio. Perigos reais, como os animais selvagens, e terrores imaginários, como monstros e demônios, espreitavam os aldeões que adentravam a mata em busca de carne de caça e de mel, a única fonte de açúcar dos europeus de então. Vista pelos olhos de hoje, a vida cotidiana tinha tons de pesadelo.

As aldeias, com suas poucas dezenas de casas mambembes, eram de um primitivismo de dar dó—nada que pudesse lembrar nem as edificações do passado pré-cristão no Egito, Mesopotâmia, Grécia e Roma, nem as construções contemporâneas de povos tão diferentes entre si como árabes, chineses e incas. As habitações eram muito pequenas, de madeira, com coberturas de palha que chegavam rente ao chão. Janelas, quando havia, eram simples buracos. Móveis eram escassos. Animais compartilhavam o parco espaço com a família. Algumas casas eram precariamente cercadas por muros de adobe; outras, por grossas sebes de espinhos. Os germanos chamavam tais espinheiros zaun, o que daria em inglês, significativamente, thorn (espinho) e town (cidade).

Se um europeu atual caísse do céu num dia qualquer numa dessas aldeias talvez presenciasse uma cena que o deixaria escandalizado, com razão, mas cujo sentido lhe escaparia. Um homem, semidespido, corre em círculos; dois outros, tochas nas mãos, tentam queimar-lhe o traseiro, enquanto o populacho morre de rir. A grosseira palhaçada é séria: o homem está sendo castigado pelo roubo de um cachorro. O ladrão até que poderia ter se livrado do vexame se tivesse 5 soldos ou moedas de cobre para indenizar o dono do cão, mais 2 soldos de multa para o Conselho que fazia as vezes de governo do lugarejo — tão rústicos haviam se tornado a administração da justiça e o sistema de governo. A punição, em todo caso, dá idéia do valor dos cachorros em tais sociedades como auxiliares de caça freqüentemente dizimados nas incursões à floresta. Outros animais, como cervos, cavalos e falcões, eram também valorizados, com castigos à altura para os ladrões. Entre os burgúndios, povo germânico que vivia no que viria ser a Áustria, a um falcão recapturado era servido 1,5 quilo de carne crua—sobre o peito do ladrão.

O treinamento do homem medieval como caçador e guerreiro começava depois da barbatoria, o rito de iniciação que consistia na raspagem da primeira barba do jovem, por volta dos 14 anos. A partir de então, o rapaz deveria exercitar-se em corrida, natação, montaria (com o cavalo em movimento e sem estribo, que só apareceria em meados do século XI) e no manejo do arco, do machado e da espada. O homem passava da infância à condição adulta em pouco tempo porque pouco também era o tempo de vida. Morria-se geralmente por volta dos 30 anos, a mulher ainda mais cedo, quase sempre de parto. Os historiadores calculam que de cada 100 crianças nascidas vivas 45 morriam na infância. Diante disso, era preciso que houvesse muitas mulheres e muitas crianças para assegurar a sobrevivência das comunidades.

Por isso, conquistada uma aldeia, as mulheres e crianças pequenas eram levadas pelos vencedores como despojos de guerra. O resto da população, ou mais especificamente “todos aqueles capazes de mijar contra a muralha”, segundo uma expressão da época, eram passados pelo fio da espada. Pelo mesmo motivo, entre os francos, quem batesse numa mulher grávida era condenado a pagar 700 soldos de multa; se matasse uma jovem solteira, portanto em idade fértil, pagaria 600 soldos. Mas, se matasse uma mulher idosa, só desembolsaria duzentas moedas. Morria-se com facilidade nas florestas, nos vilarejos e nos nos caminhos entre eles. Naturalmente, procurava-se viajar apenas de dia, calibrando o percurso de modo a se estar ao alcance de um mosteiro ao cair da noite. A hospitalidade, ao menos a dos religiosos, era algo sagrado na época. Os mosteiros costumavam ter dependências especiais para abrigar os viajantes, aos quais era praxe fornecer pão e vinho — uma frugalidade para os padrões alimentares vigentes. De fato, quem podia, como os monges, fartava-se de comer. A gula, aparentemente, não figurava entre os pecados capitais e a sabedoria convencional dizia que, quanto mais farta, gorda e pesada fosse um refeição, mais saudável seria a pessoa e mais filhos poria no mundo.

Uma dieta diária à base de muito pão, sopa, lentilhas, queijo, e ainda vinho ou cerveja à farta, totalizava algo como 6 000 calorias, mais que o dobro do que se considera hoje necessário, em média, a um trabalhador braçal. Nos banquetes, que podiam durar até três dias, a comilança incluía também ovos, aves e carnes de caça.

A vida de todos os dias, para a mente medieval, estava tão impregnada de eventos extraordinários que não havia como separar realidade e fantasia. O europeu de mil anos atrás acreditava piamente em milagres e apocalipses. Como a Terra imaginada imóvel no centro do Universo, a Igreja era o único ponto fixo de referência para os homens da época—uma instituição segura num mundo onde o poder político não cessa de mudar de mãos ao sabor dos golpes de espada entre os senhores da terra e os príncipes leigos e clericais em seus eternos conflitos. No século X, uma das uma das preocupações da Igreja tinha a ver com a persistência dos resquícios de paganismo nos cultos praticados pelas populações que de há muito professavam a fé cristã. A luta contra a herança pagã se dava, por exemplo, em relação à morte. A atitude das pessoas diante da morte era ambígua. Naquela sociedade tão brutal, em que a morte violenta fazia parte do cotidiano, os mortos eram especialmente temidos. Os cemitérios ficavam afastados das povoações e os túmulos cobertos de arbustos espinhosos para impedir que os cadáveres viessem atormentar os vivos. Além disso acreditava-se que os mortos precisavam ser apaziguados de tempos em tempos, o que se fazia mediante grandes banquetes funerários, nos quais as famílias dos falecidos os obsequiavam com comidas, cantos e danças — um costume que, pelo visto, não parece ter conhecido fronteiras ao longo da história humana. Condenando severamente esses rituais, os padres trataram de ocupar-se eles próprios da questão. Em conseqüência, cemitérios passaram a existir dentro das aldeias, ao redor das igrejas. Sepultados em campo-santo, os mortos ficariam em paz, não havendo mais razão para a angústia dos vivos nem para práticas reprováveis. E, realmente, o culto pagão dos mortos foi rareando até desaparecer de vez.

A Igreja concentrava toda a cultura erudita. O alto clero falava latim, língua em que também eram redigidos os raros documentos da época— textos que serviam para estabelecer direitos, como cartas de transferência de propriedades e notificações de decisões reais—, pois o uso da escrita, já muito restrito, desapareceu quase por completo depois de 860. Nos mosteiros, os monges copistas reproduziam minuciosamente os livros sagrados e as obras dos filósofos gregos, como Aristóteles, cujo pensamento era considerado compatível com a doutrina oficial do cristianismo. Um monge gastava um ano de trabalho para fazer uma cópia da Bíblia. Duro favor. “Embaralha a vista, causa corcunda, encurva o peito e o ventre, dá dor nos rins”, deixou registrado um copista. “É uma rude provação para todo o corpo.”

Dos mosteiros se propagava também, pela voz dos abades nos sermões que acompanhavam as missas, uma terrível profecia que submeteria os fiéis a outro tipo de provação: o fim do mundo exatamente no ano 1000, com a ocorrência, em sucessão, de incomparáveis acontecimentos, como a aparição do Anticristo, a volta de Jesus à Terra e o Juízo Final—o julgamento de todos os homens por Deus. A crença no fim do mundo no ano 1000 derivava de uma interpretação literal de um dos mais obscuros textos bíblicos, o Apocalipse de São João. De fato, ali se lê que “depois de se consumirem mil anos, Satanás será solto da prisão, saindo para seduzir as nações dos quatro cantos da Terra e reuní-las para a luta (…). Mas desceu um fogo do céu e as devorou (…) e os mortos foram julgados segundo as suas obras (…). Vi, então, um novo céu e uma nova terra, pois o primeiro céu e a primeira terra desapareceram e o mar já não existe”. Esse “milenarismo crasso”, como dizem os comentaristas do Novo Testamento, apropriou-se dos corações e mentes dos europeus.

Quanto mais se espalhava a profecia e mais próximo se estava da data fatal, mais apareciam indícios infalíveis do fim dos tempos —um eclipse, um incêndio inexplicável, o nascimento de um bebê monstruoso, uma praga agrícola, a passagem de um cometa no céu, o relato da aparição de uma baleia do tamanho de uma ilha na costa francesa, a grande epidemia de 997. Uma crônica de um certo Sigeberto de Gembloux descreve um “terrível tremor de terra” e a imagem de uma serpente vista através de uma fratura no céu. Muita gente doou todas as suas posses, muitos também se inflingiram cruéis castigos, a título de penitência. Os historiadores interpretam o “terror milenar” que se apossou dos europeus como uma expressão do caos político que se seguiu à desagregação do Sacro Império, desenhada com tintas fornecidas pelas Escrituras. Em 954, um Pequeno tratado do Anti- Cristo, de autoria de Adson, abade de Montier-en-Der, França, previa o fim do mundo depois de “todos os reinos estarem separados do Império Romano, ao qual haviam estado anteriormente submetidos”.

O mundo, como se sabe, não acabou na passagem do milênio, nem no ano seguinte, nem no outro. Aos poucos, os homens começaram a suspeitar que o Apocalipse, afinal, não viria. Assim, em 1033, justamente no milésimo aniversário da Paixão de Cristo, um texto permitia-se festejar a “alegria dominante no Universo” — apesar da fome que devastava a Europa, do mau agouro representado por um eclipse solar e do desassossego causado pela revolta contra o papa Benedito IX, que ascendera ao trono com a extraordinária idade de 13 anos.

À espera do apocalipse: o continente na virada do milênio

Por volta do ano 1000, o Império Russo cobria a maior parte dos territórios europeus do leste, tendo o seu centro no principado de Kiev, na Ucrânia. População, língua e costumes eram eslavos. A dinastia tinha origem viking. A unidade do império era precária: Novgorod e Kiev eram governadas por diferentes membros da dinastia. Mesmo assim, amedrontava os povos balcânicos e servia de pára-choque entre os impérios e tribos do Oriente e os da Europa.

Entre a Rússia e a Alemanha, estavam, de um lado, os povos do Báltico, relativamente independentes das influências germânicas e cristãs; de outro, os reinos da Polônia, Hungria e Boêmia. Seus habitantes eram eslavos ou aparentados a eles no idioma e nos costumes, embora já começassem a se ocidentalizar.

Na Europa Ocidental, as populações da Alemanha, Itália, França e das llhas Britânicas eram cristãs, ou, como no caso dos vikings da Escandinávia, prestes a se converter ao cristianismo. O Império Bizantino se estendia, a oeste, até o sul da Itália. Mas o Reino da Sicília, assim como a Península Ibérica (menos o norte), fazia parte da Europa muçulmana.


[29136] 3° fonte: 01/01/1322
“A bandeira portuguesa já tremulava nas naves d´El-Rei”



[k-1874] 4° fonte: 01/01/1330
Carta de Angelino Dalorto

Nascido de uma inspiração religiosa ou paradisíaca, esse topônimo, se não o mito que o originou, perseguirá teimosamente os cartógrafos, revelando uma longevidade que ultrapassa a da própria Ilha de São Brandão. Com efeito, representada pela primeira vez em 1330 (ou 1325) na carta catalã de Angelino Dalorto, ainda surge mais de cinco séculos depois, em 1853, numa carta inglesa de Findlay, com o nome de High Brazil Rocks, isto é, Rochedos do Brasil ou de Obrasil, tal como nos mapas medievais e quinhentistas", cita ainda Sérgio Buarque.


[29119] 5° fonte: 12/02/1343
O mareante português Sancho Brandão encontra “Brandam ou Brasil”

A 4 de maio, Pedro Álvares Cabral não “descobriu” o Brasil, naquele 22 de abril; só cumpriu missão ordenada por Dom Manuel I de fazer “apenas” a confirmação das terras portuguesas descobertas, em 1342, pelo capitão Sancho Brandão.

A Carta de 12 de fevereiro de 1343, do rei de Portugal Afonso IV ao Papa Clemente VI e guardada no Museu do Vaticano atesta e comprova a descoberta da Ilha do Brasil (com esse nome) no século XII. Assim, conforme “Documentos do Arquivo Reservado do Vaticano” (livro 138, folhas 148/149), junto com um mapa da região descoberta, no qual se vê a inscrição “Insula do Brasil”, escreve-se:

Diremos reverentemente à Vossa Santidade que os nossos naturais foram os primeiros que acharam as mencionadas ilhas do ocidente… dirigimos para ali os olhos do nosso entendimento e, desejando pôr em execução o nosso intento, mandamos as nossas gentes e algumas naos para explorarem a qualidade da terra, as quais, abordando as ditas ilhas, se apoderaram, por força de homens, animais e outras coisas e as trouxeram com grande prazer aos nossos reinos.

Afonso IV enviou com a carta um mapa da região descoberta com a inscrição “Insula do Brasil ou de Brandam”. E os portugueses monopolizaram o comércio do pau-brasil, proveniente daquela ilha. Porém, a confirmação de Cabral foi importante, já que o valenciano Rodrigo de Boja, o Papa Alexandre VI, impusera o Tratado de Tordesilhas (1994), aos reinos da Península Ibérica.

A descoberta do Brasil refere-se, na ótica europeia, ao achamento do território conhecido como Brasil, momento visto como sendo o do avistamento da terra que denominaram de Ilha de Vera Cruz, a 22 de abril de 1500, nas imediações do Monte Pascoal, pela armada comandada por Cabral. Esta descoberta inscreve-se nos “Descobrimentos Portugueses”.


[29135] 6° fonte: 01/01/1380
O vocábulo brasil aparece na Inglaterra em versos

A América do Sul aparece em outras importantes cartas cartográficas, como a de Nicolao Zeno (ano de 1380), e, O "Brasil de Portugal"... diziam os ingleses no fim do século XIV. Nesse mesmo ano, de 1380, o vocábulo brasil aparece na Inglaterra em versos:

He locketh as a sparhawk his eyen
Him nedeth not his colour for to dyen
With Brasil, no with grain, of Portugal
13883'


[29336] 7° fonte: 01/01/1428
Viagens do Infante D. Pedro

Relato da Cauda do Dragão

António Galvão em 1563 transcreve um relato em que dá conta do prévio conhecimento do Estreito de Magalhães, então conhecido como cauda do Dragão:

No ano de 1428 diz que foi o Infante D. Pedro a Inglaterra, França, Alemanha, à Casa Santa, e a outras daquela banda, tornou por Itália, esteve em Roma, e Veneza, trouxe de lá um Mapamunde que tinha todo o âmbito da terra, e o Estreito de Magalhães se chamava "Cauda do Dragão", o Cabo de Boa Esperança: "Fronteira de África", e que deste padrão se ajudara o Infante D. Henrique em seu descobrimento. Francisco de Sousa Tavares me disse que no ano de 1528 o Infante D. Fernando lhe mostrara um Mapa que se achara no Cartório de Alcobaça que havia mais de cento e vinte anos que era feito, o qual tinha toda a navegação da Índia, com o Cabo de Boa Esperança, como as de agora, se assim é isto, já em tempo passado era tanto como agora, ou mais, descoberto.


[29138] 8° fonte: 01/01/1464
As ilhas Flores e Corvo foram doadas à uma senhora de Lisboa, D. ...

As ilhas Flores e Corvo foram doadas em 1464 à uma senhora de Lisboa, D. Maria de Vilhena. O flamengo Guilherme van den Haagen, em nome da donatária, recebeu o documento de doação. Nesta também há uma referência à "ilha do pau-brasil". No século XV se encontrava a atual América do Sul referenciada como ilha e com o nome Brasil ou Brandão.


[29323] 9° fonte: 01/01/1467
Mapa de André Benincasa

Pedro Álvares Cabral foi um fidalgo, comandante militar, navegador e explorador português, creditado como o descobridor do Brasil. Realizou significativa exploração da costa nordeste da América do Sul, reivindicando-a para Portugal. WikipédiaNascimento: 1467, Belmonte, Portugal


[23276] 10° fonte: 01/01/1470
Dêsde o século XV, conheciam os portugueses o páu de tinta com o ...



[22613] 11° fonte: 01/01/1484
Achando-se então ancorado em Gomera, nas Canárias, recorda que um...

Por outro lado, diz o Padre Francisco do Nascimento Silveira, em seu "Apparato Chorographico", que antes de Colombo descobrir a América, já a haviam descoberto quatro pilotos portuguezes: Pedro Corrêa, Vicente Dias, Affonso Sanches e Martim Vicente.

Sobre Affonso Sanches convérgem de forma categórica e convincente os depoimentos dos mais antigos e notáveis autores, de tal maneira, que não seria demais se lhe conferissem definitivamente os lauréis de verdadeiro descobridor da América.

Assim, lemos — em Frei Antonio de São Romão, na "HISTORIA GERAL DAS ÍNDIAS O CCIDENTAES escripta em 1557, que Colombo foi á América servindo-se dos papéis de cérto marinheiro famoso que lhe morrera nos braços (Affonso Sanches).

Garcilaso de La Vega, autôr da mesma época, nos "Commentarios Reales" affirma que Affonso Sanches foi o primeiro descobridor da América. Pedro de Mariz, nos "DIÁLOGOS DA VARIA HISTORIA" de 1594, faz a mesma afirmação.

O Padre Manoel Fialho, em "ÉVORA GLORIOSA", de 1728, diz que Affonso Sanches adoeceu na casa de Christovam Colombo, genovez que morava no Funchal, onde tinha casa de pasto, vivendo disso e de ilustrar cartas geográficas para o que tinha muita habilidade, onde sentindo-se morrer, como gratidão por quanto lhe proporcionára Colombo, a elle fizéra entréga "in articulo mortis", como presente de grande valor e que lhe pagaria de tudo, das suas cartas de marear e do roteiro que tinha feito desde a Terra-Nóva até á Ilha da Madeira onde morava. Explica também aquelle autôr, que Affonso Sanches vivia de viagens em barco próprio, de Lisboa para os Açores, commerciando entre as ilhas e o continente, e que, numa dessas viagens em 1486, apanhado por violentos temporaes se afastára tanto da rota costumeira, que acabára por descobrir uma nova terra, que certamente por isso denominára de Terra Nova.

Brito Freire, na "HISTORIA DA NOVA LUZITANIA" — 1675 — conta a mesma cousa. Frei Apolonio da Conceição, na "PRIMAZIA SERÁFICA NA REGIÃO DA AMÉRICA", de 1733, faz idêntica descripção histórica. Simão de Vasconcelos (1597-1671), em sua famosa" CHRONICA DA COMPANHIA DE JESUS"; Gaspar da Madre de Deus (1715-1800) em suas "NOTICIAS DOS ANNOS EM QUE SE DESCOBRIU O BRASIL", José de Sousa Azevedo Pizarro e Araújo (1753-1830), Manuel Aires de Casal (1754-1821), Cunha Mattos, Mello Moraes, Jean de Laet (1571-1649 e tantos outros grandes escritores, cronistas e historiadores de mérito reconhecido, estão conformes com esta verdade, mas, um dos fatores que mais concorre para a definitiva consagração do descobridor Affonso Sanches, é o depoimento insuspeito dos historiadores italianos e hespanhóes em seu favor, quando é sabido que elles deveriam ter mais interesse na primazia de Colombo, genovês a serviço da Hespanha.

É que tais historiadores, á vaidade de um merecimento pátrio inverídico, preferiram a verdade da História e a ella se cingiram portanto. Táes são: Antonio Remosal "HISTORIA GENERAL DE LAS ÍNDIAS OCCIDENTALES"; J. Baptista Ramuzio "NAVIGAZIONI E VIAGGI"; Capellan "VIAGE DE LA NUEVA FRANCIA"; B. de Las Casas — "OBRAS Y VIAGES"; Bernardo de Vargas — "DESCRIPCION DE LAS ÍNDIAS"; José Acosta — "HISTORIA NATURAL DE LAS ÍNDIAS", e Pedro de Cieca "CHRONICA DEL PERU" (1)

Esta versão de Affonso Sanches, é autenticada mas ligeiramente alterada pelo próprio Colombo, quando em seu "Diário", achando-se então ancorado em Gomera, nas Canárias, recorda que um homem viéra da Madeira em 1484, pedir ao Rei de Portugal, uma caravella para "descobrir" uma ilha que descobrira e que jurava ver cada anno, sempre na mesma direcção.

Por sua vez, com pequena differença, Fernando Colombo, positivando as declarações de, seu pae, o pretenso descobridor, em sua "Historie deli Ammiraglio", no Cap. IX, referindo-se á passagem de Oviedo, rectifica-a, declarando que foi um português de Tavira, Vicente Dias, regressando de Guiné á Terceira, com escala pela Madeira, quem contára a Colombo ter avistado uma ilha no rumo do Poente, para onde o vento lhe impellira, durante dias, o navio.


[8421] 12° fonte: 07/06/1494
Tratado de Tordesilhas

Ela se dá na América, no Novo Mundo. As características da colonização envolviam: ocupação de território, criação de uma outra sociedade, formação social e um sistema econômico de produção. Não apenas entrepostos para comércio, como houveram na África. Nesse momento histórica, somente na América e nela se dá colonização e não na África.

Os portugueses foram os pioneiros na expansão marítima e também na colonização, seguidos por espanhóis, franceses, ingleses, holandeses, até dinamarqueses.

Como explicar a colonização ter iniciado-se na América e não na África? A África era mais próxima e a conheciam melhor. O périplo africano inicia por volta de 1412, com a tomada de Ceuta. A viagem de Vasco da Gama foi 1497 e a de Bartholomeu Dias em 1499. Ou seja, temos quase 1 século de conhecimento da África. Mas a colonização deu-se na África, mas sim na América.

Não apenas Portugal. O fato de que tenha sido na América é muito curioso. A descoberta da América é fruto de uma série de circunstâncias causadas pelo acaso.

É por demais conhecido o fato de que toda a empresa marítima portuguesa foi expressa pelos contemporâneos em linguagem religiosa e, mais ainda, missionária. Os contemporâneos (página 23) nos dão a impressão de que, para eles, o maior acontecimento depois da criação do mundo, excetuando-se a encarnação e morte de Jesus Cristo, foi a descoberta das índias.

(...) No cotidiano, a igreja sempre teve um problema com a catequese dos nativos, era a justificativa para a colonização. Quando o Papa Alexandre VI dividiu o mundo a ser descoberto, entre Portugal e Espanha, a justificativa era descobrir o "gentio", catequiza-los e expandir a cristandade. Não tratava-se apenas da expansão do capitalismo.

A descoberta do gentio foi a coisa mais notável na Europa da época. Na realidade do mundo, levado em conta, estava dividido em três:

- cristãos
- infiéis (muçulmanos)
- judeus

De forma geral, aos infiéis, é a guerra, os judeus são aqueles que que não aceitaram o último de seus Messias, de seus profetas. Estes assumiam tarefas que eram proibidas aos cristãos, como cobrar juros, o comércio do dinheiro. O que causava ainda mais preconceito.

Quando há a descoberta da América, foi uma loucura, pois os nativos não eram judeus, cristãos ou muçulmanos. E estavam nus, portanto só poderiam estar descobrindo o "gentio" no Paraíso, por isso andavam nus. Este é o tema de um dos mais belos livros de história do Brasil: “Visão do Paraíso - Os motivos edênicos no descobrimento e colonização do Brasil”. Sérgio Buarque de Holanda. Enquanto todos procuravam os motivos econômicos...

Isso pode ser visto na carta de Pero Vaz de Caminha. São doze páginas, fantásticas, nas quais ele volta sete vezes a palavra nudez: "Estavam nus! Não cobriam as suas vergonhas!"


[28214] 13° fonte: 29/03/1500
Calmaria?

As 13 embarcações, sendo três caravelas e 10 naus, que zarparam de Lisboa em 9 de março de 1500, seguiram um caminho não muito comum, uma demonstração de que eles fariam uma mudança nela, de forma a explorar o oeste antes de ir para a Índia.

A expedição entrou na zona de calmaria do oceano entre os dias 29 e 30 de março, permanecendo nela por cerca de 10 dias. Ela cruzou a Linha do Equador no dia 9 de abril, e em 21 de abril, os primeiros sinais de terra tinham sido avistados: algas marinhas. No dia seguinte, 22 de abril, foram avistadas aves pela manhã, e, no entardecer, os portugueses avistaram o Monte Pascoal. 4984'De todos os artefatos criados pela humanidade, talvez apenas a Grande Pirâmide de Gizé tenha sido mais abusada por promotores de teorias pseudo-históricas do que o mapa de Muhiddin Piri Reis (1465-1554) de 1513. Nos quase 100 anos desde que o único fragmento restante desse mapa foi descoberto na Turquia, inúmeros livros, filmes e documentários foram produzidos para tentar convencer o público de que a carta tem uma precisão quase sobrenatural, inexplicável com base nos conhecimentos geográficos da época em que foi desenhada.

Dependendo do autor citado, essa assombrosa precisão só pode ser explicada se o autor do mapa, o almirante, geógrafo e cartógrafo otomano em Constantinopla1513, tivesse tido acesso a informações produzidas por uma supercivilização perdida, por alienígenas ou, claro, por uma supercivilização perdida com a ajuda de alienígenas. Entre essas hipóteses dividem-se nomes como Jacques Bergier (do popular, ainda que comicamente equivocado, “Despertar dos Mágicos”), Charles Hapgood (cujo livro “Maps of the Ancient Sea-Kings” influenciou praticamente todos os autores que vieram depois) e o indefectível Erich von Däniken.

Seu desenho da costa sul-americana incorpora muita informação que, na época, devia ser recentíssima, compilada originalmente por navegadores portugueses e, segundo o cartógrafo Gregory McIntosh, traz o que pode ser a mais antiga menção cartográfica conhecida do nome “Rio de Janeiro”, que aparece como “Sano Saneyro”. Inclui ainda um breve relato do descobrimento do Brasil. Curiosamente, na versão reproduzida por Piri Reis foi uma tempestade, e não uma calmaria, que desviou Cabral do Caminho das Índias.


[27963] 14° fonte: 01/01/2016
“Portugal e Brasil: Antigo sistema colonial”; Fernando Novais; Cu...

Visão do Paraíso



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Em 1929 m desse mendigos, falecido, deixou várias propriedade, inclusive uma chácara. Outro que perambula pela cidade empresta dinheiro a juros.
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