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Anais da Biblioteca Nacional volume 76
195606/04/2024 08:38:17

A quarta expedição embarcou no Porto de Nossa Senhora da Conceição do Rio do Registro em 28 de agosto de 1769. Comandante dela Bruno da Costa Filgueiras, da Vila de Curitiba, com 24 camaradas, gente da mesma vila, mateiros e caçadores.

Embarcando em três canoas, navegou pelo Rio de Registro de Curitiba abaixo, e na distância de trinta léguas, que está a barra do Rio Petinga, deixando ali a maior parte do trem, e mentimentos, subiu por ele acima até dar em um rio da parte esquerda, a que deu o nome Rio Verde, enquanto foi navegável, a ver se se descobriu os Campos de Gorapuava, como Sua Majestade havia ordenado.

Para continuar a diligência de que estava encarregado, deixando ali as canoas, marchou por terra, levando os camaradas, as armas, e os mantimentos, que puderam, às costas. Andando quarenta dias pelos sertões adentro, foi ter o mesmo Rio do Registro, ao Porto de Nossa Senhora da Victória, aonde tinha chegado a primeira expedição comandada pelo tenente Domingos Lopes Cascais, parecendo-lhe que estava muito abaixo dos saltos grandes do mesmo rio, julgando estar perto dos Campos de Putrebu, ou Missões. Por estar entre o mato figurando-se-lhe os urros das onças, e tigres, que era gado, que andava em campo, voltou a dar parte do que tinha aparecido, e prover-se de mantimentos por se terem acabado, e passar só com a caça do mato; com três dias de volta encontrou a Bernardino da Costa, e José da Costa, seus irmãos, e outros mais, que iam socorrê-lo por ter entrado na quinta expedição, que se segue, e se uniu a esta, e continuou debaixo da ordem do comandando dela, o capitão Antônio da Silveira Peixoto.

A quinta expedição embarcou no mesmo Porto de Nossa Senhora da Conceição de Caiacanga em duas esquadras, aos 16, e aos 28 de outubro de 1769. Comandante o alferes da vila de Pernaguá, Antônio da Silveira Peixoto, com 85 praças, gente da mesma vila, prática em navegar.

Partiu a primeira esquadra aos 16 de outubro de 1769 do Porto de Nossa Senhora da Conceição do Rio do Registro em sete canoas, embarcando nelas o mesmo capitão com o alferes Antônio da Costa.

A segunda esquadra partiu do mesmo porto aos 28, comandada pelo tenente da mesma companhia Manoel Teles Bitancurt em nove canoas, levando todo o resto da gente e mantimentos pertencentes à mesma expedição.

Navegando esta pelo Rio do Registro abaixo, tendo chegado o dito capitão, o seguiu em procura da expedição de Bruno da Costa, que encontrando de volta com errada notícias nos Campos de Putrebu, e Missões, figurando-se-lhe tudo entre os matos, uniu a gente dessa esquadra à sua companhia como levava por ordem. [Páginas 10 e 11]

Vem outra carta escrita em Parnaguá ao 5 de janeiro de 1771, à Câmara de Pernaguá, para nomear um cirurgião que com o comandante e capelão,entrasse as expedições do sertão.

Carta escrita ao tenente Cândido Xavier de Almeida:

Na cidade de São Paulo recebi as contas, que me tem dado depois que desceu por esse rio abaixo, cujas me deram motivo de encucar s S. Ex. o seu bom préstimo, e quanto obrou até descobrir os Campos de Guarapuava e estabelecer-se, foi com bom acerto, e mereceu ser provido no posto de tenente da companhia do capitão Silveira e logo se passou o seu nombramento que se lhe registrou na Provedoria, e lhe não mando agora, por ter ido em cargas, que já mandei para a Vila de Curitiba e na primeira ocasião o farei.

A parte que deu da felicidade com que descobriu os Campos de Guarapuava, foi muito vem aceita, e serviu não só de gosto para mim, mas para todos os seus patentes e amigos da cidade de São Paulo, e ficavam esperando correspondessem os fins aos princípios. A planta do forte a que deu princípio nos mesmos campos mereceu aprovação de S. Ex., e pelo bem que pintou o medo de poder conservar-se e mais disposições que pretendia obrar, ficamos certos desempenharia e promessa de fatura da dita fortaleza, e sempre saberia conservar o crédito de oficial que deseja adquirir honra, para merecer os prêmios, que logaram os beneméritos, e com as boas notícias, que nos deu da bondade dos campos, que tinha descoberto, parti logo da cidade de São Paulo, para vir dar-lhe ás providências necessárias e socorros precisos, com que pudesse subsistir, e não houvesse motivo algum que o fizesse desamparar o posto, em que se achava, de que deu parte ficava fortificado.

Em Sorocaba recebi a parte, que me deu depois de chegar a êsse quarte de Nossa Senhora da Victória, em que me dizia, tinha saído dos campos, que descobrirá, com o fundamento de não ter mantimentos e poder ser atacado pelos nativos, tomando-lhes estes os caminhos, e não poder utilizar-se dos mantimentos que de cá lhe fossem, e por esta causa suceder-lhe alguma infelicidade. Esta parte ofuscou toda a glória, que podia ter merecido, sendo um oficial que deve ter obrigação de saber o regulamento, e mais ordens de Sua Majestade para ver o crime, que cometeu, e as penas, a que está sujeito, de que o não isento, enquanto não recuperar o posto, que abandonou sem ordem, nem motivo algum; pois a falta de mantimentos que diz não é atendível: porque tendo achado os paióis cheios de mantimentos, deles se podia prover pelo modo, que lhe fosse mais possível havê-lo dos nativos; munições sei, que as havia com muita abundância; as armas estavam boas; os nativos mostravam boa condições; logo que causas haviam, para largar uma praça, cuja planta serve de acusar a sua covardia?

Sei, que chegando os nativos ao barrando do rio tempo, que os 3 ou 4 soldados, que estavam embarcando a anta na canoa, apontando os nativos as flechas para eles, e batendo as palmas os mesmos soldados, os nativos substiveram os tiros das flechas, e virando estas as ofereceram ao mesmo soldado, e da parte que não tinham ferro: foi a tal rudez do soldado, que não soube tirar as facas da cintura, ou as próprias camisas, para darem aos nativos pelo benefício de lhe não tirarem a vida, mostrando eles queriam comunicação conosco, deixando vir os soldados com a canoa para outra banda do rio (...)

(...) Espero desempenhe o cenito, que formei, quando foi para esse sertão; assim para com mais brevidade se poder ir aos campos, logo que receber esta, suba pelo Petinga acima, ou por outro qualquer caminho que lhe parecer mais fácil do Porto de Senhora da Victória para cima, de modo que vá sair aos campos, que deixou, ainda que seja mais, ou menos acima, não importa. E logo que chegar aos ditos campos, me avise: e como se acha muita gente por lá, senão tiver forças, para se sustentar neles, se retire, e venha fazendo caminho o melhor que puder, até sair no Rio do Petinga ou a este Registro, e no Porto de Nossa Senhora da Victória esperará ordens, que lhe forem; mas é preciso até os 20 de janeiro estarem descobertos os campos, e haver notícia desse quartel de Nossa Senhora da Victória do que tem obrado: pois fico dispondo o mandar um oficial, que saiba conservar-se nos postos, a que chegar; e na mesma ocasião darei as mais providências, que me parecer.

Deus guarde a V. M. muitos anos. Fazenda dos Carlos, 17 de dezembro de 1770, Afonso Botelho de S. Paulo e Sousa. [Páginas 130, 131 e 132]
*Anais da Biblioteca Nacional volume 76

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“Os nossos tupinambás muito se admiram dos franceses e outros estrangeiros se darem ao trabalho de ir buscar o seu arabutan [pau-brasil]. Uma vez um velho perguntou-me: Por que vindes vós outros, maírs e perôs (franceses e portugueses) buscar lenha de tão longe para vos aquecer? Não tendes madeira em vossa terra ? Respondi que tínhamos muita mas não daquela qualidade, e que não a queimávamos, como ele o supunha, mas dela extraíamos tinta para tingir, tal qual o faziam eles com os seus cordões de algodão e suas plumas. Retrucou o velho imediatamente: e porventura precisais de muito? Sim, respondi-lhe, pois no nosso país existem negociantes que possuem mais panos, facas, tesouras, espelhos e outras mercadorias do que podeis imaginar e um só deles compra todo o pau-brasil com que muitos navios voltam carregados. — Ah! retrucou o selvagem, tu me contas maravilhas, acrescentando depois de bem compreender o que eu lhe dissera: mas esse homem tão rico de que me falas não morre? — Sim, disse eu, morre como os outros. Mas os selvagens são grandes discursadores e costumam ir em qualquer assunto até o fim, por isso perguntou-me de novo: e quando morrem para quem fica o que deixam? — Para seus filhos se os têm, respondi; na falta destes para os irmãos ou parentes mais próximos. — Na verdade, continuou o velho, que, como vereis, não era nenhum tolo, agora vejo que vós outros maírs sois grandes loucos, pois atravessais o mar e sofreis grandes incômodos, como dizeis quando aqui chegais, e trabalhais tanto para amontoar riquezas para vossos filhos ou para aqueles que vos sobrevivem! Não será a terra que vos nutriu suficiente para alimentá-los também ? Temos pais, mães e filhos a quem amamos; mas estamos certos de que depois da nossa morte a terra que nos nutriu também os nutrirá, por isso descansamos sem maiores cuidados.

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É por demais conhecido o fato de que toda a empresa marítima portuguesa foi expressa pelos contemporâneos em linguagem religiosa e, mais ainda, missionária. Os contemporâneos nos dão a impressão de que, para eles, o maior acontecimento depois da criação do mundo, excetuando-se a encarnação e morte de Jesus Cristo, foi a descoberta das índias.
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