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Bacharel de Cananéa, Capitanias, Peabiru, Pretensões portuguesas e a Primeira Guerra do Brasil
9 de janeiro de 202307/04/2024 06:39:41

Caminho do Peabiru
Data: 01/01/1500
Créditos: pedradoindiobotucatu.com.br
(mapa(.282.

Por que os portugueses dividiram o território em Capitanias somente em 1530? Afinal, Pedro Álvares Cabral (1467-1520) descobriu as terras ao leste do Tratado de Tordesilhas no ano de 1500.

“Capitanias Hereditárias”, Márcia Macedo. educamaisbrasil.com.br:" a Coroa Portuguesa focou na extração de recursos da terra como o pau-brasil. Esse interesse surgiu porque foram encontrados metais preciosos nessas dependências. A começar da expedição de Martim Afonso de Sousa (14901564) no ano de 1530, foi estabelecido o sistema de capitanias hereditárias.

Isso porque os portugueses estavam com medo de perder suas terras já conquistadas para os outros europeus, que tentavam se estabelecer naquele local propondo negócios aos índios brasileiros. A Coroa Portuguesa priorizou ações com o intuito de habitar a colônia e assim conseguir impedir ataques e invasões surpresas.


Eventos indicam que o motivo teria sido a revelação do Caminho do Peabiru [24377]. Teria sido a ambição de Henrique Montes, um dos genros do Bacharel de Cananéa, levando-o a pôr-se em desacordo com os seus amigos e protetores. [24418]

A prova da traição de Henrique Montes seria a “pressa” com que o rei D. João o nomeou Provedor dos Mantimentos da armada de 3 de dezembro de 1530, visto que a sua nomeação foi feita em carta de 16 de novembro desse ano, assinada em Lisboa, dias antes da nomeação do próprio Martim Afonso para chefe da mesma armada, o que só se daria pelas cartas de D. João datadas de 20 de novembro de 1530, da Vila de Castro Verde. [24487]

A GUERRA DE IGUAPE

Um dos momentos mais importantes da nossa história foi a chegada da esquadra de Martim Afonso em Cananéa e o "projeto", com o Bacharel de Cananéa, outro personagem fantástico da nossa história, que é omitida dos livros escolares, um degredado que aqui ele dominava toda região de Cananéa, comercializava com o mundo inteiro. Uma pessoa de cultura superior, hoje sabemos, com a qual Martim Afonso de Souza teve que fazer um acordo para a "penetração".

Foi então que a primeira "bandeira". A 1 de setembro de 1531 Martim Afonso de uma tropa de quarenta besteiros e quarenta espingardeiros, de Pero Lobo, em busca do "El Dorado de dos 400 escravizados nativos. com cada um som um cesto de ouro”. Tudo quanto se sabe do destino ulterior desta expedição é que foi completamente destroçada pelos Carijós. [27694]

“Os Cavaleiros Templários e o caminho de Peabiru” (14.09.2018) Professor Jorge Ubirajara Proença:

O motivo desta vinda foi o Caminho do Peabiru, já conhecido na Europa. [24377]A morte de Pero Lobo, que foi o primeiro a primeira "bandeira" foi realizada no Peabiru, e a primeira guerra entre europeus neste território foi justamente por causa desta morte. Martim Afonso, enraivecido, quis aprisionar o Bacharel.

Este, Intimado por Martim Afonso, que fundeara em Bertioga, não só matou os oficiais de justiça, como arrasou a primeira cidade por ele, Martim Afonso. O que obrigou Martim Afonso a recuar para Santos. Determinando a mudança geopolítica, a extinção do sistema de Capitanias hereditárias, obrigou o acordo com a, recém formada, Companhia de Jesus, para fundarem São Paulo, e fornecerem a mão-de-obra necessária para a penetração ser feita a partir dali. Atrasando em muitos anos o projeto português em achar minas..."


Em 6 de abril de 1585 a Atas da Câmara da Cidade de São Paulo registram a solicitação dos colonos paulistas para atacarem e "descerem" nativos Carijós: “...pela quall rezão requeremos ao sor capitão da parte de deus e de sua magª q sua mercê com a gente desta dita capitª faca guerra campal aos índios nomeados Carijós os quaes a tem a mtos anos merecida por terem mortos de quareta anos a esta parte mays de conto e cinqtª homes brancos assi portuguezes como espanhóis atee matare padres da compania de jesus q foram doutrinar e ensinar a nossa santa fé católica...” [28111]

ONDE

Manuel Aires de Casal (1754-1821):

"Não sabemos se foi antes de ir ao Rio da Prata, se depois da chegada, quando os Carijós lhe assassinaram oitenta portugueses, que expedira a descobrir, ou conquistas as minas de Cananéa." [27635]

Jornal A República (29/03/1911)

O desconhecido, a interrogação do infinito, é a maior atração á que obedece o espírito humano. Transpor a serra, saber o que havia lá atrás, era indubitavelmente o primeiro desejo do aportado navegante. Não é pois de admirar que logo em 1531, partisse de Cananéa uma expedição de oitenta homens que, galgando a serra negra, atingiu os campos de Curitiba. [26280]

Francisco Negrão (1926):

"A expedição de Pedro Lobo, guiada por Francisco de Chaves, de Cananéa tomou rumo para o sertão parananiano, passando pela Serra Negra e, provavelmente, pelas proximidades de Curitiba, com rumo á Foz do Iguassú." [25276]

Manoel Rodrigues Ferreira (1933):

"Martim Afonso de Sousa deixou Lisboa em Dezembro de 1530, com cerca de 400 homens, com esse objetivo. Depois de tentativas malogradas de chegar ao Rio Paraguai através do Rio da Prata e por terra com a expedição de Pero Lobo que partiu de Cananéa e foi dizimada inteiramente pelos nativos Carijós (do grupo linguístico Tupí-Guaraní), Martim Afonso de Sousa chegou à conclusão de que somente com sertanistas experimentados, formados num núcleo para tanto criado, poderia chegar á célebre Lagoa Dourada. Por isso resolveu fundar no planalto a Vila de Piratininga (hoje a cidade de São Paulo), no ano de 1532 (provavelmente no dia 10 de outubro)." [27502]

A História da Ribeira de Iguape (1939):

É na (nesta) mencionada faixa, e principalmente na parte sul da mesma, que estão situados os lugares donde irradiou a civilização paulista. Foi, também, de um desses lugares, que partiu a primeira expedição paulista em demanda aos inóspitos sertões sulinos, então povoados por tribos de nativos bravios. Foi em um desses lugares, isto é, foi em Cananéa, extraordinário porto de mar, que abordou, em o ano de 1531, o primeiro português, o célebre e nobre Martim Afonso de Sousa, que, em missão de alta responsabilidade, organizada por ordem de El-Rei D. João III, veio tomar posse definitiva do Brasil, já descoberto trinta e um anos do Pedro Alvares Cabral. [28070]

E tão conhecida se tornaram as riquezas do subsolo do vale do Ribeira, que novos horizontes acabam se surgir, assegurando-se desde já o seu ressurgimento.Para certeza disso é bastante o registro das palavras com o que o Dr. Ademar Pereira de Barros chefe do executivo estadual se dirigiu ao povo paulista em seu memorável discurso pronunciado em 27 de maio de 1939 no Teatro Municipal, comemorando a data de seu primeiro ano de governo:

“Durante muitos anos, jazeu a zona da Ribeira à espera de quem lhe compreendesse a importância e a riqueza. Projeto de aproveitamento não lhe faltaram, mas sempre, por motivo ou outro, frustrados.

No entanto, ali está sem exageros a Bolívia Brasileira, reprodução da região andina, onde, por um paradoxo geológico se agrupam jazidas de minerais cada qual mais valiosa: ouro, platina, mercúrio, prata e chumbo.

Essa imensa riqueza não podia sair do patrimônio do Estado e já então chegando da Europa as máquinas que realizarão em São Paulo o sonho do lendário Robério Dias. Novas estradas rasgarão aquele solo abençoado. E muito em breve se retificará a sua principal artéria fluvial, hoje em dia fator máximo das suas célebre e malfazejas inundações”.

Essa lenda, a nosso ver, parece de real importância, se procurarmos liga-la à existência das famosas minas de prata de Francisco de Chaves e o desaparecimento da primeira bandeira paulista, que, de Cananéia, partiu a 1° de Setembro de 1531, sob o comando de Pero Lobo, sendo inteiramente sacrificada nos sertões.

Uma relação íntima deve existir entre a denominação dada a es se ribeirão dos sertões de Pedro Cubas e a morte dos componentes daquela bandeira, cujo ponto exato onde foi sacrificada, até hoje é assunto controvertido.
[26108]

Correio Paulistano - 01/12/1940:

Presumo que me escreveu de Sete Barras, pelo que pude decifrar do carimbo do correio, quase ilegível. Zona da Ribeira, lugar, até a pouco tempo esquecido dos deuses e dos homens... Em pleno abandono, ha mais de quatrocentos anos, desde a época em que desapareceu misteriosamente, sem deixar o mínimo vestígio, a malograda expedição enviada por Martim Afonso de Sousa, em busca do Eldorado, do Perú ou do país de Ophir...

Em busca, talvez, da fabulosa "montanha resplandecente", lenda que, por séculos encandeceu a imaginação dos colonos... Região que, afinal, desperta do seu letargo multi secular, com o inicio da exploração de suas riquezas minerais, transformando em realidade a lenda da "motanha resplandecente"...
[26488]

Ensaios de Geografia Lingüística. Eugênio de Castro (1941):

Martim Afonso quando abordou Cananéa em 1531 trazendo como "línguas" da expedição Pedro Annes, e certamente Enrique Montes, já aí encontrou a Francisco de Chaves, ao Bacharel e a três ou quatro castelhanos; ao fundar as primeiras vilas de São Vicente e Piratininga, já encontrara gente capaz dessas empresas nos descendentes dos criadores do "pueblo de San Bicente", e com João Ramalho nos seus mamalucos da borda do campo aonde depois Thomé de Sousa Fundou a vila de Santo André.Esse conhecimento, porém, da língua e da terra ainda gentílicas, não haveria de ser inteligentemente fundido entre os colonizadores, senão a chegada dos jesuítas.Embarcados em São Vicente, seguindo pelo braço do rio que ia dar ao Peaça (ou porto de João Ramalho, onde começava primitivo caminho serrano), subindo os alcantilados, palmilhando caminhos de lama ou tijuco, com o fim de atingirem as culminâncias da serra onde se avista o mar, o que lhe deu batismo de Paranapiacaba, tinham por ponto de referência distante a Itutinga ou "Salto branco" da cachoeira. [24576]

Boletim do Departamento do Arquivo do Estado de SP, Secretaria da Educação (1953):

Cabe a Cananéa, como se vê, a glória de ter sido berço da primeira bandeira que de terras paulistas se embrenhou nos sertões do Continente. Entretanto, quer parecer que a de Pero Lôbo não foi a única dessas expedições que daquele sítio partiu. Segundo alguns historiadores teria sido Aleixo Garcia, também alí saído, pelo chamado "caminho do Paraguai", em busca do Perú, país que logrou alcançar entre Mizque e Tomina. Limite meridional da região em que viviam os tupis, porque, para o Sul, até a lagoa dos Patos, habitavam os Carijós, justamente sobre o seu território era que vinha atingir o litoral, no dizer, ainda, de outros historiadores, o "meridiano" de Tordesilhas que separava em terras do Novo Mundo o domínio luso do de Castela. Dai a afirmativa do cosmógrafo Vespúcio, que de Cananéa para o Sul - "todo lo mas es de Castella". [27095]

“História do Brasil”, Antônio José Borges Hermida (1958):

"Do lado português tem-se o registro da viagem de Francisco de Chaves aos Andes, sob autorização do colonizador Martim Afonso de Souza. Chaves, genro de Cosme e igualmente degredado, partiu de São Vicente em 1º de setembro de 1631, com o capitão Pero Lobo, mais acerca de cem homens armados e um sem número de nativos escravizados, rumo aos Andes via Paranapanema, prometendo grande carregando de ouro e prata além de escravizados, mas quatro meses depois, na travessia do Rio Paraná, a expedição foi destroçada pelos nativos guaranis." [27884]

Rubens Calazans Luz (1993):

"Conta-nos que seu objetivo seria encontrar minas no rio Paraguai, e que teria sido dizimada pelos nativos Carijós na foz do rio Iguaçú. Entretanto, como ainda não havia carta geográfica do interior do continente recém descoberto, os cursos d´água ainda não tinham nome e nem se conheciam os habitantes nativos, tem-se que nenhuma daquelas hipóteses poderá ser aceita como escorreita.Tanto mais que não restaram sobreviventes da infausta caravana. E como ela estava a cata de riquezas minerais, não poderá ser descartada a versão de que os aventureiros tenham passado por terras hoje pertencentes a Apiaí e imediações, onde pouco mais tarde ricos depósitos de ouro seriam encontrados e explorados.A respeito da gradual ocupação do vale do Ribeira no caminhar dos anos que se seguiram naquele século XVI não se catalogaram fatos concretos esclarecedores. Mas é certo que as minas de ouro descobertas desde Iguape até Apiaí se constituíram no motivo de sua colonização.Relatamos que a primeira expedição exploradora mandada por Martim Afonso de Souza partiu de Cananéia, seguindo a rota do rio Ribeira que em seu trecho mediano dista pouco mais de vinte quilômetros de Apiaí, cujas minas passaram a ser vasculhadas pouco tempo depois." [25743]

SOROCABA

1° - Necessário informar que o termo serra negra não consta nestes documentos. Atualmente existem diversas "serras negras", mas á época, somente uma Ibituruna, este sim, foi a "verdade" registrada:

Os nomes Ibituruna, Buturuna ou Voturuna, são apenas formas diversas de um mesmo vocábulo - ybytyruna, que quer dizer monte negro. [21917]

2° - "Sobre a cima do principal cabeço ha uma lagoa que chamam aqui Dourada, na qual o povo diz aparecerem fantasmas, que, guardam os tesouros nela escondidos. O mineral solto á superfície do morro é tanto e tão rico que creio só dele se poderia, por mais de cem anos, alimentar a maior fábrica do mundo, sem recorrer a trabalho algum mineiro."

3° - O nome Voturantim, do conhecido salto do rio Sorocaba, é corruptela do Ybytyra-tin, de que o primeiro vocábulo se alterou para butura ou votura, e o segundo não é senão a fonna contrata de tinga, branco, branca, comum no dialeto guarani, que chegou até São Paulo. Portanto, voturantim significa mui propriamente montanha branca, pois que o salto do Sorocaba, naquele lugar, não é mais do que uma encosta alta, coberta de alvo manto de espumas. A denominação dada à famosa serra de excelente clima, no Ceará, Baturité, é notável exemplo da corrupção dos vocábulos tupis.

4° - Jean de Laet esteve no Brasil em 1596, segundo Francisco Adolfo de Varnhagen (1816-1878), e certamente antes de 1625, quando imprimiu "O Novo Mundo: Descrigão das Indias Ocidentais", do qual dois livros pertencem coisas do Brasil e, nestes, dois capítulos à capitania de São Vicente. Assim, escreveu ele:

"As minas de ouro que se descobriram nestes annos precedentes, na capitania de São Vicente, são: Santiago e Santa Cruz, nas montanhas de Paranapiacaba, a quatro ou cinco leguas do mar; Jaraguá, cerca de cinco leguas de São Paulo para o norte, e a dezesete ou dezoito leguas do mar; Serra dos Guaramumis ou Marumiminis, seis ou sete leguas de São Paulo, ao nordeste e a vinte ou pouco mais do mar; Nossa Senhora do Monserrate, dez ou doze leguas de São Paulo para o noroeste, onde se encontram pepitas que pezam ás vezes duas e tres onças; Buturunda ou lbitiruna, a duas leguas da precedente, para o oeste; Ponta da Cahativa, a trinta leguas de São Paulo para o sudoeste. Quase trinta leguas da. mesma villa de São Paulo para o sudoeste, ficam as montanhas de Berusucaba ou Ibiraçoiaba, abundantes em veios de ferro, não lhes faltando também veios de ouro, que os selvagens CANANÉAS TEM POR COSTUME EXTRAIR". [22897]
Bacharel de Cananéa, Capitanias, Peabiru, Pretensões portuguesas e a Primeira Guerra do Brasil

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