"Povoadores de SP - Afonso Sardinha" Revista da ASBRAP nº 17, consultado em
20 de fevereiro de 2023, segunda-feira. Há 1 anos
AFONSO SARDINHA, n. em Portugal por 1530, veio para Santos, cerca de 1554, e passou a residir pouco antes de 1566 na vila de S. Paulo. Nesse ano, por escrituras do tabelião João Fernandes, a 26 de janeiro e a 6 de setembro, vendeu a Cristovão Gonçalves e a Rodrigo Álvares uns quinhões de terras herdados do sogro em Santos (RIHGSP, XLIV, 262 e 263).
Havia casado por 1555 nessa vila com MARIA GONÇALVES, n. por 1541, filha de Mestre Bartolomeu Gonçalves e de s/m. Antônia Rodrigues. Em S. Paulo, viveu de negócios e como agricultor, na posse de várias sortes de terras. Esteve em entradas do sertão e ajudou com seus administrados ao Padre José de Anchieta na abertura do caminho de S. Paulo a Santos.
Antes do final do século, descobriu com o filho Afonso Sardinha, o moço, diversas minas em São Paulo (RGCSP, I, 123/125). Exerceu na Câmara dessa vila os cargos de vereador em 1572, 1576, 1590, 1596 e 1610; almotacel em 1575, juiz ordinário em 1587 (ACCSP, I, 50, 81, 93, 309, 382 e 511; II, 267) sendo nomeado capitão da vila em abril de 1592, e capitão da gente de guerra contra o gentio revoltoso (...) ["Povoadores de SP - Afonso Sardinha" Revista da ASBRAP nº 17. Página 1 do pdf]
Faleceu em 1616 ou pouco depois, com o testamento de 1592 (v.nota). Declarou em 1615, na escritura de confirmação do testamento, nãoter herdeiro forçado; o filho Afonso Sardinha, o moço, já falecido, recebera 500 cruzados, incluindo sesmaria em Amboaçava.
II- AFONSO SARDINHA, O MOÇO, n. depois de 1556 (sua mãe, dos povoadores) residente em S. Paulo onde, a 31 de julho de 1593 (como elegível da Câmara) foi nomeado almotacel com Simão Borges (de Cerqueira) estando ambos ausentes da vila (ACCSP, I, 446; RGCSP, I, 122). Em 1598, comandou uma entrada ao sertão formada por moradores de S. Paulo, com cerca de cem administrados cristãos, mas a Câmara decidiu pelo seu regresso (ACCSP, II, 47).
Segundo Carvalho Franco, tornou-se notável como iniciador dopequeno ciclo das minas de S. Paulo, tendo descoberto ouro de 1589 a1600, na serra da Mantiqueira, em Guarulhos, Jaraguá, S. Roque e Ipanema (nesse lugar ouro e ferro). Em 1604, seguiu na bandeira do Cap. Nicolau Barreto, ao Guairá. Fez testamento nessa bandeira, escrito pelo PadreJoão Alves, e faleceu em data ignorada antes de 1615.Não é conhecido o nome de sua mulher, devido a perda do referido testamento e de escrituras, sendo seus descendentes declarados netos depovoadores.Pais de:1(III)- PEDRO SARDINHA, n. por 1580, C. por 1606 c. MARIA MENDES,n. por 1590 (tia do Cap. João Mendes Giraldo, juiz ordinário e deórfãos em Parnaíba em 1634, 1642 e 1650) filha de André Mendes e de s/m. Isabel Afonso (Revista da ASBRAP nº 8, p. 166).Faleceu no sertão dos carijós, em 1615, na bandeira doCap. Lázaro da Costa, com testamento escrito e assinado porFrancisco Nunes Cubas. Dispôs missas a Nossa Senhora do Carmo, ao Anjo da Guarda, a S. Pedro e cinco missas em honra dasCinco Chagas de Cristo, todas com seus responsos. Nomeou testamenteiro o cunhado Pedro da Silva.A mulher já havia falecido, sem geração.Seu legítimo herdeiro, em 1616, o avô Afonso Sardinha, desistiu de herdar e os bens passaram à única irmã do falecido, que segue (INV. E TEST., III, 391) [Página 3 do pdf]
faleceu em 1669; com grande geração descrita por Silva Leme(1º, 76).2 (IV)- MARIA DA SILVA, n. por 1614, C. em S. Paulo a 1º de maio de1634 c. o CAP. MOR FRANCISCO DA FONSECA FALCÃO, natural daIlha de S. Miguel, cavaleiro da Ordem de Cristo, governador dasCapitanias de S. Vicente e S. Paulo nos anos de 1643 a 1648;com geração (S.L., II, 312 e III, 94).xxxxxxxxxxxxxxxxxxxx
Nota: Num rol de escritos sem datas, apenso ao seu testamento, em 1592, relacionou o Cap. Afonso Sardinha as dívidas de diversas pessoas, entre as quais as de alguns parentes declarados como cunhados e outros. Por esses anos eram ditos cunhados os primos afins, os consortes dos primos etc. Conforme a antiguidadedessas gerações o parentesco viria de PortugalEntre outros figuram:
1- O CAP. MOR ANTÔNIO DE PROENÇA, nasceu por 1540, que serviu o cargo de locotenente do donatário de S. Vicente, entre os anos de 1585 e 1589. Era proprietário de um navio que fazia transportes entre o Brasil e Angola. Casou em Santos com Ana Rodrigues (n. por 1548) e faleceu em 1592 ou antes. Contraiu a viúva casamento com o Cap. Mor e Ouvidor Pedro Cubas (falecido em 1628, sem geração) fº do Cap. Mor Brás Cubas. Havia falecido Ana Rodrigues antes de 1628, com inventário aberto em Santos (Revista da ASBRAP nº 10, p. 176).
Não apareceu prova de que fosse o Cap. mor Antônio de Proença genro de Mestre Bartolomeu; pelas datas, poderiam ter parentesco em Portugal. Num apenso do testamento, declarou Afonso Sardinha que lhe deviam João Batista Málio 80 cruzados e a fazenda “do seu cunhado Antônio de Proença”, falecido, 100 cruzados. Seria o Cap. Mor Antônio de Proença “cunhado” de João BatistaMálio; em outro caso diria “e a fazenda do meu cunhado”.
2- ANTÔNIO GONÇALVES DE PROENÇA, n. por 1564, fº do anterior, que, em 1592, possuía navio em trânsito de Angola para o Brasil trazendo bens comerciais. Chamado cunhado e não sobrinho pelo Cap. Afonso Sardinha (parente do 2º ou 3º grau?). Não constou o nome da mulher.
3- DOMINGOS PIRES, morador no Rio de Janeiro em 1592, igualmente referidocomo cunhado pelo Cap. Afonso Sardinha, a quem devia 50 cruzados; por hipótese, irmão de João Pires, o ruivo, casado com uma irmã de sua mulher Maria [Página 5 do pdf]