c | Costas com Dom: Família e Arquivo (Séculos XV-XVII) Margarida Maria de Carvalho Ortigão Ramos Paes Leme Tese de Doutoramento em História Área de especialização: Arquivística Histórica |
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| outubro de 2018. Há 6 anos |
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| | | como certamente o de armador-mor. Nesse período Álvaro da Costa não terá ficadoinactivo na gestão do seu próprio património, pois que em 1510, quando da segundaida de Lourenço Moreno183 para a Índia, lhe confiou 200 cruzados. Conhecemos estatransacção pela ordem dada, em 19 de Abril de 1513, ao feitor da Casa da Índia “paraentregar a João Francisco o que cabia a Álvaro da Costa haver” dessa quantia184, masoutras terão certamente existido, pois Álvaro da Costa, a exemplo de muitos outrosfidalgos seus contemporâneos, não perderia a oportunidade de investir no comérciooriental185. Desde pelo menos 1509 Álvaro da Costa já tinha o estatuto de “fidalgo daCasa real”, com que é nomeado em diversos documentos186.Em 26 de Agosto de 1512, assina o contrato de promessa de casamento entreseu filho primogénito Gil Eanes e Maria, filha única de João do Outeiro, rico mercadore proprietário nos Açores, e de sua mulher Catarina Gomes Raposa187, primogénitoque será tratado em capítulo próprio188. Não quero, porém, deixar de chamar a atençãopara o significado deste contrato. Contrariamente ao que mais tarde foi especulado189,este casamento foi escolhido pelo próprio Álvaro da Costa para Gil Eanes e, tendo emconta a considerável fortuna que seria a da noiva por morte dos pais, de quem era filhaúnica, ele garantia-lhe assim um futuro confortável e mesmo um presente abonado,pois que, nos termos do contrato, João do Outeiro enviaria dos Açores sua filha Mariapara ser criada em casa do futuro sogro, pagando-lhe anualmente uma tença de 70.000 [Página 86]
altura terá casado com a rica viúva, Catarina Gomes, e ambos terão uma filha única,Maria, prometida em casamento a Gil Eanes da Costa, como vimos. Até à data da suamorte, em 1522, João do Outeiro não deixou de aumentar o seu património nosAçores, e de simples mercador, escudeiro, subiu a cavaleiro da Ordem de Cristo, títuloque exibe nos documentos a partir de 1512. Em 1516 foi feitor régio nos Açores, paracuja função recebeu Regimento315, e em 1517-1518 era recebedor das rendas régias316.Assinou-se o contrato de promessa de casamento entre Gil Eanes, moçofidalgo, filho de Álvaro da Costa, e Maria, filha de João do Outeiro, em 26 de Agostode 1512, em Lisboa, em Cata-Que-Farás, nas pousadas do senhor D. João de Menesese Vasconcelos, sobrinho d’el rei, conde de Penela, na presença dos pais de ambos e dopróprio conde de Penela, bem como de Tristão da Cunha, do Conselho d’el rei, comotestemunhas, entre outras. Estipulava-se, além do dote que seria dado à noiva, que GilEanes, então com dez anos, e Maria do Outeiro, que pouco mais velha seria, casariamlogo que ele completasse os dezoito anos. No entretanto, Maria, no Verão seguinte,seria trazida a Lisboa, a casa de seu futuro sogro, onde seria criada, para tal pagandoseu pai anualmente uma tença de 70.000 reais, quantia essa paga mesmo que a suavinda se atrasasse, “para que o dito seu genro possa andar mais luzido no paço”. Odote, que quando o casamento se efectivou, teve um razoável aumento, era já vultuoso:11.000 dobras (da ordenança dos casamentos de 120 reais a dobra), 80 moios de trigopor ano, pagos em Agosto, e tantas casas na ilha de São Miguel que valessem 20.000 [Página 114]
D. Duarte da Costa a Simão Fogaça, por carta de 21 de Novembro de 1521,confirmada por carta de 26 de Agosto de 1522; 50.000 rs comprados por D.Duarte da Costa a Fernão de Ferreira, por carta de 17 de Junho de 1524.B. ANTT – Chanc. D. Sebastião e D. Henrique, lv. 16, fl.219v.71566-01-25Carta régia de padrão de 13.568 rs de tença, trespassados em D. Álvaro daCosta por seu pai D. Duarte da Costa.De um padrão de 20.000 rs de tença deixada pelo infante D. Luís a D. Duarteda Costa, por carta de 22 de Junho de 1548, paga na Portagem de Lisboa.B. ANTT – Chanc. D. Sebastião e D. Henrique, lv. 20, fl.8.VIII. DOCUMENTOS PESSOAIS (DOTES, INVENTÁRIOS, PARTILHAS, TESTAMENTOS)81559-06-15, LisboaContrato de dote de D. Leonor de Sousa para casar com D. Álvaro da Costa,filho de D. Duarte da Costa e de D. Maria da Silva.C. ANTT – CJCR, Cartório dos Jesuítas, mç. 98, nº 215.91567-12-06, LisboaContrato de dote e doação das casas da Porta da Oura, feito por D. Duarte daCosta e sua mulher D. Maria da Silva a seu filho D. Álvaro da Costa.B. ANTT – CJCR, Cartório dos Jesuítas, mç. 98, nº 215. [Página 406] | |
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