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Sorocaba precedeu a luta pela libertação dos escravos no País
20 de novembro de 201804/04/2024 23:54:43

Hoje, quando se comemora o Dia Nacional da Consciência Negra, um capítulo da história da luta pela abolição da escravatura marca a Loja Maçônica Perseverança III de Sorocaba como instituição protagonista do movimento pela libertação dos escravos no Brasil. A fundação da loja e o início da campanha pelo fim da escravatura aconteceu em 1869, 21 anos antes da Lei Áurea, assinada em maio de 1888.Quem conta esse marco histórico comprovado por meio de documentos, é o escritor José Aleixo Irmão em seu livro “A Perseverança III e Sorocaba 1869/1889” - Volume 1, em edição de 1999 da Fundação Ubaldino do Amaral (FUA).Segundo a narrativa de Aleixo Irmão, na noite fria de 19 de julho de 1869, numa casa da rua da Penha, no centro de Sorocaba, 24 maçons da Loja Maçônica Constância realizaram um encontro histórico. Eram homens de projeção política, social e econômica da cidade. A pauta era a fundação de uma nova Loja Maçônica no município. Atas dos registros das sessões, contidas no livro, reconstituem os debates que inseriram a Perseverança III na história da luta pela Abolição da Escravatura no Brasil.Liberdade e educaçãoUm dos presentes naquela sessão da casa da rua da Penha, o advogado José Leite Penteado (era o proprietário da residência), abriu o debate: “Todos estão animados do firme propósito de pugnar pela cada vez maior campanha de libertação dos escravos, de vez que faz tema principal da maçonaria brasileira, paralelamente ao da Proclamação da República.”Em seguida, o jornalista e advogado Ubaldino do Amaral Fontoura argumentou: “Sem dúvida que essa ideia, ou melhor, o binômio libertação e educação constitui o mais nobre desideratum sobre o qual assentaremos as bases da nova loja.” E acrescentou: “Bem sei que o movimento que vamos encetar, lado a lado com a loja América, pela libertação das crianças, filhas de escravos, terá repercussão de âmbito nacional e é isso que queremos. Por isso mesmo, em contrapartida, desencadearão sobre nós forças interessadas na manutenção do status quo ofensivo à dignidade humana, enxovalhando a própria nação.”Outro integrante da Constância, o advogado Vicente Eufrásio da Silva Abreu, lembrou que os Estados Unidos, Chile, França, Portugal, Espanha e outros países já tinham libertado os escravos. E Mascarenhas Camelo, outro membro entre os 24 presentes, interveio: “Urge, por conseguinte, que nos coloquemos na vanguarda do movimento, como tropas avançadas prontas a agir.”Nesse instante, o empresário e um dos fundadores da Estrada de Ferro Sorocabana, Matheus Maylasky, se pronunciou: “Também sou favorável a uma tomada de posição para que com o exemplo nos tornemos pioneiros desse nobre ideal.” Em meio a aplausos, indicaram Vicente Eufrásio para presidir os trabalhos e este chamou Ubaldino do Amaral para se sentar ao seu lado como secretário.Votação e aprovaçãoFoi então que Leite Penteado oficializou: “Proponho, pois, oficialmente, a criação de outra loja, nos termos por mim já expressos, no início, que tenha por fim, além dos que lhe são próprios, promover a libertação dos escravos, pelos meios legais, bem como a difusão da instrução popular, assuntos dignos da nossa instituição maçônica.”Vicente Eufrásio apresentou a proposta para discussão e votação e ela foi aprovada por unanimidade. Depois, sugeriu o nome Perseverança como evocação do “estado de ânimo que nos empolga e que servirá de encorajamento nos reveses e lutas que viermos a sofrer”. Por fim, Vicente Eufrásio foi aclamado como o venerável (igual a presidente) da nova loja. Ubaldino do Amaral, por indicação de Vicente Eufrásio, ocupou o cargo de orador da nova instituição.O cenário político da época, marcado pelos ideais republicanos, também contribuiu para a cisão da Constância e consequente fundação da Perseverança III. A análise com esse foco é feita por Aleixo Irmão. Segundo ele, além dos 24 fundadores, muitos outros se agregaram à nova loja: “As grandes personalidades do município e da região fizeram dessa loja a trincheira de idealismo construtivo que, num crescendo, atravessou os anos, firmou-se no conceito dos homens justos e se estratificou na Fundação Ubaldino do Amaral.”

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Muhamad Ali se recusou a entrar no Exército dos Estados Unidos e a participar da guerra Vietnã

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(...) aprendi que o homem tinha qualidades que o separavam inteiramente da bruta animalidade, que lhe constituíam uma natureza moral que não pertencia ao mundo animal, puramente físico, que a espontaneidade e a consciência, que os outros animais não possuíam lhe criavam direitos e deveres anteriores aos governos, que só foram inventados para segurar-lhes o gozo.
Rafael Tobias de Aguiar (1794-1857)
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