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A mais intrigante “chuva de sangue”
4 de abril de 202309/04/2024 15:24:58

Choveu sangue em Sorocaba
Data: 15/09/1927
Créditos: Jornal O Estado (SC)
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Em julho de 1841, os escravos de uma plantação no Condado de Wilson, Tennessee, informaram que, pouco antes do meio-dia, uma nuvem vermelha apareceu subitamente no céu limpo, e da nuvem caiu uma chuva de "matéria fibrosa muscular, ensangüentada e adiposa", nas palavras de um médico da região, W. P. Sayle, que a examinou no local. Sayle juntou algumas amostras e escreveu a um professor de química da Universidade de Nashville:

"As partículas que envio, colhi com minhas próprias mãos. O trecho da superfície na qual caíram e a maneira regular com que se dispunham sobre algumas folhas de tabaco quase não deixam dúvidas de terem caído em forma de chuva... Estou enviando o que acho ser uma gota de sangue, sendo que as demais partículas estão compostas de músculo e gordura, embora a chuva apresentasse uma maior proporção de sangue do que de outros materiais."

Há um caso registrado nos jornais de 30 de agosto de 1968 em São Paulo, Brasil, que fala de uma chuva de carne e sangue em Caçapava e São José do Rio Preto, entre São Paulo e Rio de Janeiro. Diz a concisa declaração de uma autoridade:

"Os pedaços de carne foram encontrados a distância de meio metro uns dos outros, com comprimentos que variam entre 5 e 20 cm. A carne era de textura esponjosa e de cor violeta e veio acompanhada de gotas de sangue. O céu na ocasião estava limpíssimo. Não haviam aviões, antes, durante ou depois do evento e tampouco pássaros no céu". [28719] [28720]

Sorocaba/SP

O caso mais intrigante, ocorrido em 1927 na cidade de Sorocaba, foi divulgado por vários jornais em todo o Brasil, inclusive pela Tribuna do Norte, de Pindamonhangaba, ainda hoje chama a atenção dos leitores. Era a edição de 2 de outubro de 1927 da Tribuna, o título “Chuva de sangue”:

Uma chuva de sangue em Sorocaba é noticiada pelo nosso colega ‘Cruzeiro do Sul’, daquela cidade: – ‘Os moradores da rua Caputera, nas imediações da Santa Casa, foram surpreendidos ante ontem por um fato curioso que os atemorizou e suscitou os mais desencontrados comentários. Ao meio dia de ante ontem, quando o sol dardejava com intenso vigor, aquela rua, de súbito, foi coberta inteiramente, numa extensão de cem metros, por uma tênue camada de sangue, caída como chuva, de um só jato’”.

Conforme o artigo republicado pela Tribuna, ao perceber a ocorrência do fenômeno, além dos receosos e assustados moradores da rua, grande número de curiosos foram atraídos para a rua Caputera para constatar e comentar o ocorrido. Anoiteceu e muita gente ainda para lá se dirigia.

Presente ao local para cobrir o fato, o enviado pelo jornal Cruzeiro do Sul lembrava que a referida rua ficava nas proximidades de um matadouro. A explicação àquilo seria a mesma dada a um fato idêntico que havia acontecido no Rio Grande do Sul, em local próximo de charqueadas (áreas onde se produz o charque, normalmente galpões cobertos onde a carne é salgada e exposta para o processo de desidratação) onde:

O sangue animal infiltrado no solo e depois evaporado e retido pelas nuvens, retornou novamente liquefeito, em forma de chuva, produzindo-se ali, esse fenômeno mais de uma vez”.

Segundo o jornal Cruzeiro do Sul, a rua Caputera ou qualquer outra via próxima de um matadouro estaria sujeita à chuva vermelha.

Sobre o assunto a edição de 16 de outubro de 1927 da Tribuna trouxe um artigo de autoria de seu cronista colaborador (que assinava seus escritos sob o pseudônimo “Phebo”), tentando explicar a tal “chuva de sangue”.

Para o cronista, terem na atribuído ao fato da tal rua se localizar próxima ao matadouro, lugar onde o solo recebe constantemente o sangue dos animais abatidos, embora tenha sido uma atribuição racional não parecia de toda verdadeira, e explicava o porquê:

Se costumam atirar constantemente o sangue desses animais sobre esse solo é porque, naturalmente ele é poroso, e se poroso, graças ao poder seletivo do solo, esse sangue infiltra-se pela terra abandonando de passagem toda partícula sólida existente, atingindo somente o lençol subterrâneo a água pura e completamente límpida, que se captada convenientemente serve para a nossa alimentação”.

E prosseguia: “A parte evaporada do solo vai constituir a umidade atmosférica (vapor d’água) e a albumina pela dessecação (raios solares), reduzir-se-ia a pequenos fragmentos que depois impulsionados pelo vento, iriam constituir a poeira atmosférica”.

Ao articulista Phebo, esta era a explicação que parecia mais razoável. Ele, lembrando que Sorocaba era cidade industrial por excelência, então conhecida como a “Manchester Brasileira”, contava com várias fábricas de tecidos. Por conta disso:

Naturalmente algum produto corante, ganhou sob a forma de vapor, altura na atmosfera (produto indiscutivelmente químico) e depois de contato com a água, ou melhor, umidade atmosférica, caiu sob a forma de chuva com coloração semelhante a do sangue”.

Finalizando sua “croniqueta”, título de sua coluna semanal na Tribuna, reforçava que, apesar de sua opinião não passar de simples curiosidade de quem escrevia por “amor à arte”, ela parecia ser mais razoável, e concluía: “Em todo caso na terra tudo vem dela e tudo volta pra ela”. [28713]

Em 15 de setembro, portanto, cerca de um mês antes do jornal Tribuna (Pindamonhangaba), o jornal O Estado, de Santa Catarina, publicou, sob título “Uma chuva de sangue, em Sorocaba, ao meio-dia, cobriu uma rua, numa extensão de cem metros”, Jornal O Estado (SC):

Sorocaba foi palco de um fato curiosíssimo que alarmou a população.Os moradores da rua Caputera, nas imediações da Santa Casa da Caridade, foram surpreendidos, ante-ontem, por um fato curioso que os atemorizou e suscitou os mais desencontrados comentários.

Ao meio dia, quando sol dardejava com intenso vigor, aquela rua, de súbito, foi coberta, inteiramente, numa extensão de cem metros, por uma tênue camada de sangue, caída, como chuva, de um jato.

Apercebendo-se do estranho fenômeno, os moradores logo se puserem á rua, a fim de comenta-lo, entre sustos e receios. Rapidamente, espalhou-se a noticia, tendo corrido para aquela rua milhares de curiosos. Até a noite, o sangue ainda cobria a terra, conservando-se, em muitos pontos, bem vivo e úmido. O fato tem despertado desencontrados comentários. A cidade está tomada de pavor geral.
[6002]

Outros casos

Em março de 1902, por ocasião da chuva que caiu nesta cidade (Limeira/SP) notou-se o extraordinário fenômeno de uma perfeita chuva de sangue. O fenômeno foi observado em um arrabalde da cidade, tendo ficado as calçadas manchadas por muito tempo com um liquido semelhante a sangue. O fato foi observado por muitas pessoas e foi nos narrado por um cavalheiro que nos merece inteira confiança. [17862]

Em março de 1907, em Santa Rita de Passa Quatro/SP, foi observado um curioso fenômeno. Pelas 9 horas da manhã caia leve chuva, que desde a véspera não se interrompera, quando foi observado que a água tinha a cor arroxeada. Em certos lugares da cidade, notadamente nos passeios, viam-se manchas semelhantes às de sangue. [22491]

O ocorrido no Rio Grande do Sul

O caso ocorrido do Rio Grande do Sul em 1925, acima citado e comparado ao ocorrido em Sorocaba, cuja proximidade ao Matadouro teria causado os fenômenos, foi contestada pelo Jornal “Folha do Povo”, do Maranhão, em 25 de Agosto desse mesmo ano:

No Rio Grande do Sul, após o preparo das rubras nuvens, caiu, sobre uma das suas grandes cidades, forte carga de sangue. Destacam as notícias que um telegrafista apanhou a suposta água purpurina num copo onde ela se coagulou, provando aos incrédulos que se tratava, realmente de sangue.

No Brasil e no governo do sr. Bernardes a atmosfera, sobre o solo pátrio, se carregou tanto de sangue que um fenômeno nunca visto se realizou-a chuva de sangue. Que quererà o Céu significar com esse fenômeno extraordinário, desconhecido? Que prenuncio será esse que nos abala tanto o pensamento? Chuva de sangue! Donde esse sangue evaporou para que se condensasse nos ares, e voltasse á Terra?

O Sangue, composto de glóbulos e plasma, tema sua cor vermelha ou preta, conforme seja arterial ou venoso, devido aos glóbulos coloridos, ás hematias que, fora da corrente sanguínea, se transformam, e a cor passando por diversos matizes, cada vez mais claros, acaba desaparecendo. Quer isto dizer que perdem o vermelho rotulante tão vivo e belo e característico.

Como explicar, então que normalmente, isso acontecendo possa se ter dado a evaporação do plasma e globulos vermelhos conservando estes a sua cor primitiva e mais o sangue a propriedade de se coagular?

Os atuais conhecimentos científicos quedam diante desse fenômeno espantoso. Mas, afirma pessoas muitas, uma população, a veracidade do fato. Choveu sangue, no Brasil!

E, derramou-se, do espaço um líquido rubro e coagulante, semelhante ao sangue, que ensopou parte do território gaúcho, dese fértil solo dos pampas onde as forças da legalidade esquartajaram e decapitaram, diversos irmãos, na mais sangrenta e feroz luta fratricida que a história registra.

Está assinalando mais esse fenômeno como mas um brado de indignação e revolta no governo do homem que, por uma dessas atrocidades de sorte, galgou as rédeas do governo, de um povo ordeiro e bom, para fazer desencadear, como uma alma satânica, catapultas de ódios e perversidade.

É a época do sangue. É a época do crime. É a época da delação. É a época da morte. E Deus, horrorizado de tanta maldade, faz voltar, ao solo donde partiu, esse sangue macularia as celestes paisagens onde o vermelho escaldante do sangue seria uma mancha hedionda na alvura imaculada das regiões divinas.

Ao mesmo tempo parece que Deus recorda aos da Terra o horror dos crimes perpetrados, nessa impressão tenebrosa que, ha causado, ao paíz inteiro, o sangue vindo em chuva, como um meio que aviva a brutalidade de tantas vidas ceifadas por causa de um déspota que levou a Pátria ao despenhadeiro da ruína.

Neste sangue tão rutilante e forte estão simbolizadas preciosas vidas que se consumiram. Os filhos que morreram, as mães que choram. Os maridos trucidados, as esposas inconsolável. Os pais fuzilados, as filhas órfãs. Apontam os céus, com o sangue, a selvageria desumana, nessa carnagem de irmãos que, de consciência obliterada, praticam as mais degradantes cenas bárbaras.

Mandam os céus o sangue para a reflexão. Que vejam os brasileiros na retentiva de triste passado próximo, como tanto sangue foi derramado sem motivo senão sustentar no poder um desvairado que teceu a trama terrível do ódio na família brasileira gerando vindictas que desviam o povo da senda do progresso para decepar a serpente venenosa acoitada na estrada da porvir.

Que vejam os brasileiros a magnifica lição da chuva de sangue pelo verdadeiro prisma que deve ser encarado, como o mal produzido pelas suas próprias mãos. Porque tanto sangue derramado e erguido logo aos céus, com tanta rapidez para que, numa hipótese plausível, não tivesse tempo de se transformar a hemoglobina?

Porque foram mortos tantos irmãos, tantos fatores valiosos para o progresso da Nação? Estava em perigo a Pátria? Estavam em perigo as instituições? Não. A causa de toda essa sangueira foi manter num posto um homem contra, a opinião nacional. Por causa de um homem só vida de centenares! Por causa do capricho de um prepotente se infiel cita um povo, uma família! Seja, entretanto, a chuva de sangue embora terrível, o prenuncio celeste de uma época de reabilitação.
[24371]

Caso recente

Em julho de 2018As redes sociais inundaram-se de fotografias e vídeos daquilo que parece ser “chuva de sangue” na Sibéria, na Rússia. Apesar das imagens poderem parecer apocalípticas, há algumas explicações científicas para o fenómeno.

Tudo aconteceu em Norilsk, no Ártico Siberiano, uma cidade com 100 mil habitantes, no dia 6 de julho. Nas imagens, a chuva parece avermelhada, de tal forma que conseguiu tingir o chão de vermelho.

A “chuva de sangue” já foi registada noutros países da Europa e normalmente pode ser atribuída a partículas de pó e areia levadas pelo vento. Muitas vezes as partículas provenientes do Deserto do Saara podem tingir o céu ou a chuva de vermelho.

De acordo com o IFLScience, o mesmo fator pode produzir chuva castanha ou amarela, que é mais difícil de detetar. Um meteorologista entrevistado pela BBC News afirmou que este fenómeno acontece muitas vezes por ano no Reino Unido, mas quase passa despercebido.

Para tal suceder são precisos dois fatores: estar perto de um deserto e que chova pouco, porque precipitação torrencial dissolveria o pó e seria impossível ver tal coloração.

Contudo, apenas o deserto Gobi da Mongólia está relativamente perto da Sibéria. O IFLScience aponta ainda que o fenómeno pode acontecer também por causa da presença de algumas algas vermelhas na água da chuva.

No entanto, o jornal “LiveScience” aponta que a fonte desta chuva vermelha pode ser uma fábrica local, que extrai níquel e paládio, e que parece estar a fazer uma limpeza à ferrugem presente nos telhados das instalações. [28718]
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