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Apontamentos sobre Maçonaria, Abolição e a Educação dos filhos de escravos na cidade de Sorocaba no final do século XIX. Ivanilson Bezerra da Silva Mestrando em Educação na USP História da educação e historiografia
200706/04/2024 11:49:08

discursos promovidos em Lojas e na construção de escolas segundo os ideais republicanos.O trabalho de Carmem é importante porque nos ajuda a entender como a Maçonaria atuounum momento decisivo da história brasileira. Sua proposta esclarece aspectos importantesda maçonaria como organização política.A segunda abordagem é sustentada por Mansur Barata, que por sua vez, procuracompreender a maçonaria como uma rede de sociabilidade, embora não descarte o caráterpolítico do movimento.Pensar os novos espaços públicos surgidos no século XVIII (clubes, sociedadesliterárarias, lojas maçônicas), é compreender, na visão de Roger Chartier, aemergência de uma nova cultura política, marcada pela progressiva politizaçãodesses espaços intelectuais e pelo deslocamento da crítica em direção a domíniostradicionalmente interditos: a Igreja e o Estado (2000, p. 222).Para Mansur Barata, a maçonaria pode ser entendida como a rede de sociabilidade,porque ajuda a compreender a construção de uma nova cultura política, marcada por umforte processo de politização do espaço intelectual organizado pela própria maçonaria. Paraele, no interior das lojas, os maçons construíam uma forma social própria, baseada naliberdade, igualdade e fraternidade.Mansur compreender que é preciso resgatar a Maçonaria como uma instituiçãoformadora de opinião e que isto implica a necessidade de pensa-la, antes de mais nada,como uma forma específica de sociabilidade que possui caráter secreto-fechado (1999, p.116). Segundo sua visão, a Maçonaria no final do século XIX se transformam em centrosde discussão e de formação de consenso sobre grandes temas que procuravam construiruma nova identidade nacional. Neste período os maçons tinham profundo interesse emintervir na resolução dos problemas nacionais, segundo Mansur, especialmente em relaçãoà questão servil e à idéia de República.Estas duas bandeiras foram elementos fundamentais para o posicionamentomaçônico no quadro político nacional. A campanha abolucionista se espalhava pelas LojasMaçônicas do Brasil. Os ideais republicanos vinham de encontro com as aspiraçõespolíticos dos principais expoentes da Maçonaria Brasileira. Os maçons compreendiam que:Constituição liberal e progressista, a Maçonaria, dentro de seus princípios,sempre teve em mira o bem estar do povo, a pureza do regimem, a grandeza dapatria, prestigiando com o seu poder e a sua força, os governos que se distiguempela sua operosidade em prol da causa publica, pela sua justiça, pelo seupatriotismo (Giusti, 1922, p. 92).No documento elaborado para a comemoração do Centenário da Maçonaria noBrasil fica bem claro o balanço historiográfico feito pelos maçons a respeito das açõesefetuados desde a organização até o centenário. O documento traz várias informaçõessobre o papel da Maçonaria nos seus cem anos de organização no Brasil. As 89 páginasiniciais do documento procuram mostrar os vários personagens da historiografia brasileiraque faziam parte da Maçonaria. Todo o documento é ilustrado por votos e informações dasLojas que se espalharam pelo Brasil durante os cem anos de organização.Na citação acima o autor afirma que a Maçonaria sempre lutou pelo bem estar dopovo, pela pureza do regime e pela grandeza da pátria. Reconhece o poder da Maçonaria ea sua contribuição para a emancipação do povo brasileiro. [Página 2 do pdf]

tipos de escolas) e campo maçônico (luta entre diferentes instituições). Os três conceitosde campos são importantes para o trabalho, porque representam praticamente os trêsinstrumentos utilizados pela maçonaria sorocabana. A permanência de um campo édeterminada pela ação dos indivíduos e dos grupos, constituídos e constituintes de força,que investem tempo, força, trabalho, dinheiro e outras ações que interessam ao grupo e quegarantem a sua hegemonia (Bourdieu, 1987:124).O campo também é entendido por Bourdieu como um espaço relacional. A posiçãode um sujeito dentro do campo determina a forma como ele usufrui o ensino, a política, acultura, a arte, a religião, a educação. Determina, igualmente, a forma como as produzimose acumulamos. O campo é um espaço social de relações objetivas entre indivíduos,coletividades ou instituições, que competem pela dominação de um cabedal específico(Bourdieu, 1984:197).A estrutura do campo é dada pelas relações de força entre os agentes (indivíduos egrupos) e as instituições que lutam pela hegemonia no interior do campo, isto é, omonopólio da autoridade que outorga o poder de ditar as regras, de repartir o capitalespecífico de cada campo. A forma como o capital é repartido dispõe as relações internasao campo, isto é, dá a sua estrutura (Bourdieu, 1984:114).A Maçonaria teve papel preponderante na consolidação da Abolição dos Escravos ena República no Brasil. O Manifesto Republicano de 1870 entre os signatários vinhaassinado pelos seguintes maçons: Quintino Bocaiúva, Salvador de Mendonça e SaldanhaMarinho, todos maçons. O longo documento exteriorizava o desejo de se construir umanova ordem política e social. Entre outras coisas, criticava a Monarquia, afirmando que asprovíncias não acreditavam mais no poder regido pelo Império. Atribuía ao novomovimento político a responsabilidade de construir uma sociedade mais moderna,totalmente contraria da sociedade postulada pelo Império. O Manifesto Republicanoassinado por várias pessoas que formavam a elite brasileira: médicos, capitalistas,jornalistas, advogados, negociante, fazendeiros e outros.

Na cidade de Sorocaba não foi diferente. A pequena elite procurava através daimprensa mostrar a importância da construção do novo regime político. Sorocaba nesteperíodo tinha pelo menos duas Lojas Maçônicas: Loja Constância e Loja Perseverança III.A Loja Constância era a Loja Maçônica mais antiga da cidade. Em 31 de julho de 1869, alguns membros da Loja Constância saíram e montaram a Loja Perseverança III. Segundo Aleixo (1999, p. 51), o grupo dissidente adotou o ideal proclamado pelo partidorepublicano.

O jornal diário de Sorocaba (19 de dezembro de 1889) fala sobre a política sorocabana em 1869:

Para Sorocaba, pois, Ubaldino do Amaral representa a fôrça e o gênio daRepública. Haja na memória de todos a lembrança grata de um jantar e reuniãopolítica promovidos pelo partido liberal e efetuados em casa do finado José LeitePenteado de saudosa memória, no dia 7 de setembro de 1868. nessa reunião,convocada expressamente para acentuar a atitude do partido liberal em face dosacontecimentos políticos que determinaram a subida dos conservadores a 16 dejulho daquele ano. Ubaldino do Amaral e Cândido Barata, arrojados e atrevidosobreiros do porvir, definindo as posições, concluíram apoteosando a República, ebrindando-a pelo partido, êmulos dos gloriosos heróis de 1831. a essa reunião efesta política pelo futuro glorioso da pátria brasileira: Dr. Olivério Pilar,estePresidente da Câmara Municipal; José Antônio Cardoso, vereador; Francisco deAssis Machado, juiz de paz; João Lycio Gomes e Silva, empregado público(tabelião); José Antônio de Souza Bertoldo, Jesuíno Pinto Bandeira e AntonioJoaquim Lisboa Castro. [Página 5 do pdf]

Ubaldino do Amaral aparece entre as pessoas citadas na nota colocada no jornalDiário de Sorocaba. Este homem representou a Província de Sorocaba na reuniãoorganizada pelo Partido Republicano em Itu em abril de 1873:Entre os componentes do Congresso, cada qual representante de um município,alguns já então se impunham no cenário da política provincial e posteriormenteocuparam posição relevante no cenário da política geral. Aludimos a AméricoBrasiliense, Francisco Glicério, Luiz Gama, Cerqueira César, Campos Sales,Ubaldino do Amaral (grifo meu), Américo de Campos, Quirino dos Santos,Martinho Prado Júnior (MORAES, 1985, p. 61).A Loja Maçônica Perseverança III teve papel decisivo na cidade de Sorocaba nãosomente na abolição da escravatura, na proclamação da República, mas também, nainserção do Presbiterianismo na cidade. Um dos seus membros, supracitado José Antôniode Souza Bertoldo cedeu sua casa para a pregação Presbiteriana. Em 01 de setembro de1869, o Rev. Alexander L. Blackford organizou na casa de José de Souza Bertoldo a 1aIgreja Presbiteriana de Sorocaba.A imprensa jornalística foi um dos principais instrumentos utilizado pelomovimento republicano na construção da consciência política. O período estudado foimarcado por um forte desenvolvimento da imprensa sorocabana. Em 1870 surgem váriosjornais na cidade. O Sorocabano (1870) cujo editor era Julio Ribeiro e Pereira Salles. Ojornal organizado por Júlio Ribeiro trazia vários assuntos relacionados a política local,maçonaria e presbiterianismo. Nas primeiras publicações Júlio combateu a discriminaçãoidealizada pelos católicos contra o protestantismo. Uma das crises estava relacionada aoenterro de protestantes em cemitérios católicos. Júlio juntamente com outros intelectuaisescreveu documento solicitando a Câmara municipal um lugar apropriado para enterrar osprotestantes.O jornal foi fundado em 13 de fevereiro de 1870. Vendido ao preço de “8$000 aoanno na cidade e 9$000 fora”, tinha por princípio “pugnar pelo bem público, comespecialidade pelos interesses do município. Dar voz a todas as reclamações justas ecomedidas. Reproduzir os clamores da lavoura e do comércio. Abrir espaços a discussõesde interesse geral” (Anno I, nº 01, 13/02/1870, p. 01). Era seu principal colaboradorUbaldino do Amaral, maçon, abolicionista e republicano. Em 01 de setembro de 1872,transformou-se em O Sorocaba, que teve em Júlio Ribeiro seu redator-chefe. Deixou deexistir em 1883.Ainda na década de 70, circulou o jornal O Americano (1871) tinha seuestabelecimento próximo a Escola Americana. Ele traz severos ataques ao catolicismo e seposiciona a favor da Maçonaria. Não se sabe ao certo a ligação deste Jornal com osmissionários americanos.O jornal A Gazeta Commercial, também era dirigido por Julio Ribeiro. O jornalchegou a circular diariamente. Este jornal apresenta vários artigos que ajudam acompreender com a imprensa enxergava a configuração política, econômica e social deSorocaba. O Vororantim (1877), jornal literário e instrutivo, cujo redator chefe era oprofessor Fidelis de Oliveira. Gazeta de Sorocaba (1878), de propriedade de Gaspar daSilva. O Ypanema - (18721892): com assinatura no valor de “8$000 por anno emSorocaba e 9$000 fora”, foi editado pela primeira vez em 25 de abril de 1872. Publicado “6vezez por mez”, o jornal se propunha a defender os “interesses morais e materiais domunicípio e do Sul da província”. E procura “dar na parte litterária alguns bons artigos evulgarizar os melhores escriptos de auctores nacionais” (Anno I, nº 01, 25/04/1872, p. 01). [Página 6 do pdf]

A Imprensa Sorocabana foi muito usada para divulgar os ideais republicanos.Naquela época circulava os seguintes Jornais: Diário de Sorocaba, 15 de Novembro, JornalIpanema, A Tribuna, O Sorocabano. Os jornais traziam calorosos posicionamentos sobre aimportância da República e acirradas críticas a Monarquia.O que se percebe na instauração do movimento republicano em Sorocaba é que aMaçonaria foi muito mais do que uma Instituição filantrópica, ela foi uma organizaçãopolítica muito bem articulada. Vários membros da Loja Maçônica Perseverança III tinhamprojeção nacional. Outros estavam imbuídos na inserção da industrialização na cidade. Porexemplo: Manoel José da Fonseca além de industrial, dono da Fábrica Nossa Senhora daPonte, criou uma Escola noturna para os seus operários, entregando-os ao cuidado doprofessor Horácio Ovídio de Oliveira.Como organização política, a Maçonaria sorocabana conseguiu os melhoresposicionamentos políticos e sociais na cidade. Ela estava muito bem articulada. Seusmembros estavam presentes nos mais variados setores da cidade: Câmara Municipal,Partido Republicano, Escolas, Industrias, Comércios, Gabinete de Leitura e outrasinstituições.

A MAÇONARIA SOROCABANA E A EDUCAÇÃO

A loja Perseverança III foi organizada sobre o lema: educação e liberdade. Na reunião do dia 7 de agosto de 1869, Ubaldino do Amaral faz uso da palavra, afirmando:

Trago, subscrita por essa presidência, por Leite Penteado e por mim, a seguinte proposição que esperamos merecer a aprovação da oficina:

1°) a jóia da iniciação será de 25$000;

2°) a mensalidade de 1$000;

3°) colocar-se-á na oficina uma caixa Emancipação, na qual os iniciados, a convite do venerável e de qualquer irmão, quando queiram, depositarão suas ofertas;

4°) o produto dessa caixa será exclusivamente destinado à libertação de crianças do sexo feminino de 2 a 5 anos de idade;

5°) as crianças assim libertadas ficam sob a proteção da oficina;

6°) serão absolutamente proibidos os banquetes, ceias, copo d’agua que o uso tem admitido nas iniciação, devendo o venerável convidar os recipiendários para converter em quantias que dispenderiam com isso em donativos à Caixa de Emancipação;

7°) serão criadas escolas para adultos e menores. As escolas serão noturnas; mantidas pela oficina para o ensino gratuito das primeiras letras.


A proposta redigida pelo Venerável Leite Penteado e por Ubaldino foi aprovada por unanimidade. A proposta sugere a libertação de filhos de escravos e a construção de escolas destinadas aos filhos de escravos e escravos. Para tanto, seriam proibidos os banquetes e foi sugerida a construção da caixa emancipatório destinada a libertação de filhos de escravos.

Sobre a égide do binômio libertação e educação, a Loja Maçônica Perseverança III distinguia-se da Loja Constância. Aleixo afirma: “Essa propositura mostra a distancia entre a Perseverança e aqueles que ficaram na Constância, teimosos em não se definir, no momento histórico em que a própria política nacional impunha ação e lutar pelas reformas da estrutura social e econômica do país (1999, p. 58).

A mesma luta vai ser liderada por Rui Barbosa na Loja América oito meses depois. Rui Barbosa apresentou no Grande oriente Brasileiro um projeto de Abolição com o intuito de torná-lo um projeto de lei geral e obrigatória para toda a maçonaria brasileira. O projeto composto de 12 artigos propunha entre outras coisas a educação popular destinada aos filhos de escravos. [Página 11 do pdf]

No primeiro artigo do documento, o texto afirma que a Maçonaria deveria propagar a luta contra o servilismo e expandir a educação popular, utilizando para tanto os recursos intelectuais da imprensa, da tribuna e do ensino. O segundo artigo afirma:

Todas as Lojas maçônicas sujeitas ao Grande Oriente do Brasileiro, assimpresentes como futuras, não poderão alcançar nem continuar a merecer o título eos direitos de oficinas regulares e legítimas sem que adotem pelo mesmo modoesses dois princípios sociais, compremetendo-se a trabalhar por eles com eficácia e tenecidade (Rui Barbosa, 1871).

O projeto de Rui Barbosa propunha punição as Lojas que não integrassem omovimento encabeçado pela Maçonaria. No artigo 5o, afirma:

Nenhum individuo poderá mais obter o título e os privilégios de legitimo maçomsem que primeiramente, antes de receber a iniciação, declare livres todas ascrianças do sexo feminino que daí em diante lhe possam provir de escrava sua.

O projeto procura cercar de todos os lados e construir uma consciência libertária a partir da obrigatoriedade. Este projeto fará parte, portanto, da construção do ideal maçônico no final do século XIX. O terceiro artigo propunha a capitação de recursos financeiros pelas Lojas e a construção de uma verba especial reservada ao alforriamento de crianças escravas.

Esta verba era destinada para a construção e escolas populares e escolas noturnas. As escolas populares deveriam ser freqüentadas pelas crianças e as noturnas pelos adultos.

A Loja Perseverança III antes do projeto de Rui Barbosa já havia estabelecido este projeto emancipatório e educacional. Em 7 de agosto de 1869, Leite Penteado, afirma:

A luta maior da nacionalidade se aproxima. Nós somos os obreiros precursores do movimento libertário e educacional no seio das lojas. Não há ocasião mais propícia ao início das atividades referidas do que o 7 de setembro. Nestas condições, submeto à apreciação da oficina a seguinte propositura:

a) que esta respeitável loja, comemorando a independência do Brasil, a 7 de setembro, nesse dia inaugure a escola noturna que se propôs estabelecer;

b) que nesse dia se esforce por libertar os menores escravos que os seus recursos permitirem; c) que se alugue uma casa e se compre mobília para a oficina e para a escola.


Ubaldino do Amaral na mesma sessão propõe um aditivo, que dizia:

no dia 7 de setembro de todos os anos é obrigatória a libertação de uma criança, ao menos. Na falta de fundos correrá uma subscrição entre os irmãos” (1o Livro de Atas – Perseverança III, 1869).

A proposta foi aprovada pelos membros presentes. Nesta mesma sessão os membros da Loja fazem uma arrecadação de 1$200 réis para a benemerência. Na sessão seguinte levantaram 10$000 réis para a libertação do escravo José e seus filhos, escravos de Ana do Sacramento. Nesta mesma sessão foi aprovado o regulamento da escola noturna (1o Livro de Atas, 29 de agosto de 1869).

Na sessão de 4 de setembro de 1869, os membros da Loja Perseverança III,confirmam a inauguração da escola noturna. Foram nomeados Antonio Joaquim Lisboa ePerciliano Marçal de Souza para cuidar da organização das salas e inauguração da escolanoturna. A ata da Loja Perseverança III afirma que houve grande número de matriculados.Foram contratados dois professores Leonel Jandovy de Abreu Sandoval e João Lycio.Leonel Jandovy foi professor até 27 de novembro do mesmo ano. [Página 12 do pdf]

Em 1o de novembro de 1870 foi inaugurado o 1o Templo da Loja Perseverança III.Nesta sessão os maçons presentes reafirmam o binômio discutido em Loja: liberdade eeducação: “De um lado da figura constituída corria de boca em boca, quase em sussurro, apalavra: Liberdade. Do outro, do mesmo modo, era repetida a sentença: Emancipação”(Ata de 01/11/1870). Nesta mesma sessão, Leite Penteado é questionado pelo venerável arespeito de quantas crianças a Loja conseguiu libertar, vejamos o diálogo:Consulto ao irmão Penteado se se desincumbiu, com êxito, da tarefa que lhe foiconfiada. Leite Penteado – Sim, ven. Mestre. Quatro são as crianças que a loja,hoje, pode oferecer à liberdade. Vicente Eufrásio – Congratulo-me com todospela aquisição que fizemos, visando um ideal maior. As condições e os preçosficarão para serem acertados na próxima sessão econômica, uma vez que a dehoje tem o fim especial e por isso extraordinária, de regularização e sagração dotemplo.A 1a Escola Noturna inaugura em 07 de setembro de 1869 começou a sofre osataques de um pequeno grupo que afirmava que o estabelecimento propagava osensinamentos do protestantismo. No dia 31 de julho, o jornal o Sorocabano, traz a seguintenoticia:Escola Noturna – matricularam-se desde 7 de setembro passado até 20 de julhodeste ano: alunos 117. Saíram 65. Ficam 52. São freqüentes, termo médio 35.Destes que saíram, a maior parte foi pelos boatos malèvolamente espalhados napopulação de ser a escola protestante; mas hoje, reconhecendo que não há alipropaganda religiosa de espécie alguma, e são admitidas todas as crianças, têmvoltado muitos dos que saíram. Tem-se notado grande aproveitamento dosalunos que entraram sem conhecimento o – A – lêem corretamente manuscritos elivros, fazem as 4 operações aritméticas e exercitam-se em outras contas. A off.’.Perseverança III dá aos alunos: mestres, livros, papel, penas, lápis, etc.A escola noturna não durou muito tempo, o jornal O Ipanema de 21/07/1870,noticiou o fim da escola criada pela Perseverança III.O historiador sorocabano José Aleixo Irmão atribui o fechamento da escola apropaganda anti-protestante que se espalhavam na cidade de Sorocaba. Concomitante aorganização da Loja Maçônica Perseverança III em 1869, aconteceu no mesmo ano, aorganização da 1a Igreja Presbiteriana de Sorocaba1. A organização desta Igreja se deu nacasa de um membro da Loja Maçônica Perseverança III: José Antonio de Souza Bertholdo.A maçonaria sorocabana apoiou a inserção da nova proposta religiosa em Sorocaba.Talvez, por isso, a escola foi associada ao movimento protestante que se inseria nesteperíodo em Sorocaba.Ao pensar sobre a ação política da Maçonaria Sorocabana não podemos alimentaruma visão romântica. Ao analisar o movimento político da Maçonaria Sorocabanapodemos construir uma ação filantrópica, sem contudo, compreender as reais motivaçõesque proporcionaram tanto o libertação dos Escravos bem como a solidificação dos ideaisrepublicanos em Sorocaba. Debaixo da bandeira do abolicionismo estava a configuração deum novo ideal na cidade, mas também a construção de um novo grupo social, a classeoperária. [Página 13 do pdf]
*Apontamentos sobre Maçonaria, Abolição e a Educação dos filhos de escravos na cidade de Sorocaba no final do século XIX. Ivanilson Bezerra da Silva Mestrando em Educação na USP História da educação e historiografia

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