Exatamente quatro quadras, com algumas casas e cercada por fazendas e sítios. Esta era a Vila Progresso no ano de 1940, quando Sidney Martins, 75 anos, nasceu e de onde nunca saiu. Literalmente, ele viu o progresso chegar à vila, que se expandiu com o loteamento das fazendas e sítios e a chegada de novas famílias para formar o bairro. Parte da história dessa região Martins conta no livro Vila Progresso nos anos de 1940 a 1960, que escreveu no ano passado. Cita, por exemplo, que a área era conhecida como Bairro do Lixo, na delimitação imaginária que servia de ligação entre as ruas Aparecida, Osvaldo Cruz (então estrada do Matadouro), João Ribeiro de Barros e o rio Sorocaba. Sidney Martins é aposentado da Prefeitura de Sorocaba, onde entrou em 1963 e saiu em 1988. Ele foi casado com uma vizinha, Tere (já falecida), e foi morar na casa que construíram ao lado daquela em que nasceu, onde vive até hoje com a segunda esposa, Marlene. Ele tem três filhos, todos do primeiro casamento.O livro são 178 páginas recheadas com informações e fotografias das famílias e imóveis do bairro, fruto de um trabalho de pesquisa e suas memórias. Martins informou que o fato motivador para que escrevesse o livro foi uma reportagem publicada publicado no dia 3 de maio de 2015 pelo Cruzeiro do Sul no caderno Direção Sorocaba sobre a zona norte, e especificamente a da Vila Progresso. Ele foi um dos entrevistados e estava com amigos na chamada "praça do Truco".Após a publicação do Cruzeiro, disse que os amigos, entre eles Celso Detogni e Antônio Fiorotto, o incentivaram a fazer o livro e pôs-se a pequisar material que tinha guardado e foi também às casas de moradores antigos. "Fui de rua em rua e lembrava quem morava, os filhos...", explicou. O objetivo foi de mostrar como era o bairro entre as décadas de 1940 e 1960 "para trazer ao conhecimento hoje da Vila Progresso antiga para não ficar esquecida no tempo. Se alguém não fizesse, ninguém iria mais lembrar". Foram produzidas 60 unidades do livro que Martins doou aos amigos moradores antigos e familiares. "Não fiz para vender. É só para registrar mesmo. Vou doar à Biblioteca Municipal para que lá também tenha", disse.
