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Um passeio desafiador pelas ruas de Sorocaba. Por Daniela Jacinto, jornalcruzeiro.com.br
4 de setembro de 201607/04/2024 21:10:27

Duas ruas em uma mesma via, sendo que do meio para cima começa a numeração de uma, com números pares do lado direito, e do meio para baixo a de outra, com os pares do lado esquerdo. Parece aquelas brincadeiras de adivinha, do tipo "o que é, o que é", mas essa é a descrição de um dos caminhos mais percorridos pelos sorocabanos: as ruas São Bento e 15 de Novembro, que se iniciam na metade da via, numa curva leve, mais exatamente onde tem uma travessa chamada Leite Penteado (no passado conhecida como o beco do Inferno).

Essa é uma das tantas particularidades de Sorocaba, que só quem mora aqui pode compreender. Há ruas que mudam de nome no meio do caminho, avenidas com nomes de ruas, e ruas com nomes de avenidas, praças que são conhecidas por apelidos e com monumentos que não correspondem a seus respectivos nomes, entre alguns exemplos. E apesar de ocasiões em que tudo isso gera confusão, chega a ser um registro curioso de como o sorocabano se vira em meio ao crescimento desordenado e a tantas mudanças de nomenclaturas de endereços ao longo dos anos.

O jornal Cruzeiro do Sul havia tratado do mesmo tema no dia 18 de março de 1978, quando foi publicada uma reportagem sobre essas contradições da cidade com relação às vias públicas e desde então, passados quase 40 anos, pouca coisa mudou. A avenida Paraguai, por exemplo, é uma rua, mas até hoje é conhecida como avenida, apesar de não ter nenhum canteiro central que justifique essa nomenclatura. Já a rua Chile, na Vila Hortênsia, é uma avenida.

Enquanto muitas ruas mudam de nomes quando chega a uma curva, como a Rui Barbosa, na Vila Hortência, que vira Constantino Senger um pouco antes de chegar na avenida São Paulo, outras mantêm muitas curvas e atravessam vias sem mudar o nome, como a Caracas, no Campolim. Mas há casos como o da Salvador Corrêa, no Vergueiro, que atravessa duas avenidas, passa por uma praça, faz curvas, quase muda de bairro, mas quando está chegando no fim, não vence outra curva e acaba tendo seu nome mudado.Acompanhe: a rua Salvador Corrêa é uma travessa da rua Santa Clara, no Centro, perto da conhecida "mão inglesa". Ali ela se inicia, depois passa por uma praça, cruza a avenida Juscelino Kubitschek, faz curva, passa pela avenida Barão de Tatuí e ao contrário de continuar até o final da via, já que estava prosseguindo, ela termina numa curva, quando passa a ser denominada de Silvio Romero.Nem no GPSA rua Salvador Corrêa vai até onde está um loja de doces, no número 873. Conforme a proprietária, Ana Paula Tosta Teixeira, 29 anos, mudar o nome na curva gera muitos problemas. "Esse trecho não aparece no GPS, não consta como Salvador Corrêa e então muita gente não consegue achar a nossa doceria. Chegamos ao ponto de dar o endereço de outro local, a rua da frente, para as pessoas poderem encontrar aqui", afirma ela, que já passa por esse transtorno há três anos.Com relação às ruas São Bento e 15 de Novembro, citadas no início desta reportagem, quem trabalha nessas vias é que ajuda diariamente as pessoas que ficam perdidas por ali. "Aqui o dia inteiro tem gente confusa, procurando numeração e querendo saber onde é a São Bento e onde é a 15 de Novembro", afirma Maurício Adriano Gonçalves, 39, que trabalha como promotor de vendas numa loja localizada na divisa entre essas duas ruas. Ele e os colegas é que acabam informando as pessoas.

Desencontros persistem há décadas na cidade

Outros desencontros podem ser observados em mais lugares. A reportagem de 1978 anotava que na praça Artur Fajardo, conhecida como jardim do Canhão ou praça do Canhão, os monumentos reverenciam Brigadeiro Tobias e a Revolução Liberal de 1842. Na praça Pio XII, conhecida como o jardim de Santa Rosália, o busto é de Pereira da Silva. Já a praça Ferreira Braga, popularmente chamada de largo do Rosário, ostenta monumento de Sud Menucci.

Oficialmente, a primeira rua a ganhar nome em Sorocaba, nos documentos da Câmara, foi a Constantino Senger, a antiga rua Aurora. “Primeiramente ali era a rua da Boa Morte porque no ponto onde é a esquina da rua Ataliba Borges, foi uma área doada aos escravos para construírem uma capela, que seria da Irmandade da Boa Morte, mas essa capela só chegou a meio metro de altura”, afirma o pesquisador Adolfo Frioli.

De acordo com Frioli, a rua da Boa Morte começava na rua dos Morros (Nogueira Padilha) e fazia curva, terminando na rua de São Paulo (hoje avenida São Paulo). Com o tempo é que passou a ser Rui Barbosa até a curva e depois desse ponto virou Constantino Senger.

O pesquisador, hoje com 73 anos, conta que sabe sobre as nomenclaturas da cidade porque seu pai fazia questão de chamar as ruas pelos nomes antigos. Outras informações, ele obteve por meio de pesquisa. “Eu vivi num tempo que seu eu falasse ´vou no bequinho´, estava dizendo que iria onde hoje é a rua Visconde de Porto Seguro”, recorda-se.
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