Avenida Antônio Carlos Comitre, bairro Campolim, umas das mais conhecidas e valorizadas da cidade, homenagem permanente ao radialista assassinado em 1990. Antes essa avenida se chamava Estrada do Quiló.
Eram 21h30 quando o radialista Antônio Carlos Comitre, então com 39 anos, parou com seu Monza em frente à EEPSG Brigadeiro Tobias, no bairro de mesmo nome. Ele aguardava a sua esposa, Elisabete V. Comitre.
Mas antes que Elisabete chegasse ao encontro do marido, ele foi morto com nove tiros disparados por Elionai Peres da Silva, 19 anos, e Antônio Marcos de Oliveira, 18 anos, que tinham por hábito frequentar os arredores da escola em bandos armados.
Revoltados com a falta de policiamento denunciada várias vezes, professores e funcionários resolveram fechar a escola.
O enterro do radialista, conhecido como Caio, foi marcado por revolta e indignação, tanto por parte dos familiares como pela classe do professorado.
Alunos, pais de alunos, professores e funcionários da escola e das Delegacias de Ensino compareceram ontem no velório do radialista para criticar a falta de segurança nas escolas.
Enquanto isso, no 7o. Distrito de Polícia de Brigadeiro Tobias, a equipe que esclareceu o caso um dias antes, comemorava eufórica, dando entrevistas pelas rádios da cidade.
A captura dos três dos quatro envolvidos foi possível devido ao apoio da equipe de homicídios da Delegacia de Investigações Gerais (DIG).
O crime
Enquanto o radialista esparava a esposa, Roberto Campos, encostou-se no seu carro para conversar com suas colegas. Caio não teria gostado e pediu para Roberto desencostar do veículo. Roberto também não gostou e começou um bate boca. Roberto contou à Polícia que durante a discussão, o radialista pegou uma arma e atirou para o ar, para assustá-lo. Roberto e as colegas teriam fugido correndo.
Percebendo que no interior do Monza havia um homem armado, Elionai e Antônio Marcos aproximaram-se do veículo e dispararam nove tiros. Antônio que teria ficado com a arma da vítima estava foragido até o momento em que esse texto foi escrito (em 1990). Elionai, que ficou com a bolsa e documentos de Caio, foi preso em flagrante, assim como Roberto e o menor R.C.S. de 16 anos, que apenas teria assistido o ocorrido, ficando com os Cr$ 400,00 da vítima.