Os espanhóis de Iguape, de que era chefe Ruiz García de Mosquera, ameaçados pelos portugueses de São Vicente (ver 22 de janeiro de 1532), fugiram para a ilha de Santa Catarina
1535
04/04/2024 19:16:27
Em 1535, os espanhóis de Iguape, de que era chefe Ruiz García de Mosquera, ameaçados pelos portugueses de São Vicente (ver 22 de janeiro de 1532), fugiram para a ilha de Santa Catarina, “cuja propriedade diz, sem razão, o senhor Luís Dominguez, ninguém contestava à Espanha”.
Portugal sustentava então o seu direito sobre todo este litoral, inclusive sobre a margem setentrional do rio da Prata, e, antes da ocupação transitória de Mosquera, as terras do continente e a ilha de Santa Catarina haviam sido doadas, com as de Santo Amaro e de Itamaracá, a Pero Lopes de Sousa (carta de doação, assinada em Évora a 11 de setembro de 1534).
Mosquera apenas esteve na ilha de Santa Catarina “alguns dias” (R. D. de Guzmán, Argentina, liv. I, 8), e com os seus companheiros foi logo transportado para Buenos Aires por Gonzalo de Mendoza.Em 1541, a expedição espanhola do adiantado Cabeça de Vaca deteve-se na ilha durante alguns meses, seguindo depois por terra para o Paraguai. Acompanharam-na dois franciscanos náufragos, Bernardo de Armenta e Alonso Lorón, que aí viviam desde 1538 (Comentários de Cabeça de Vaca, cf. Jaboatão, liv. Antepr. cap. 8).
Em dezembro de 1549, quando Hans Staden chegou a Santa Catarina, encontrou alguns espanhóis vivendo com os Carijó. Pela sua narração, sabemos que ele e os castelhanos da malograda expedição de Diego de Sanábria estiveram dois anos na ilha, até que em 1551 a abandonaram, marchando a maior parte para o Paraguai e saindo outros na pequena embarcação que naufragou em Itanhaém.
Em 1550, o padre Leonardo Nunes, da Companhia de Jesus, pregou o evangelho aos índios de porto dos Patos; o mesmo fizeram em 1618 os jesuítas João de Almeida e João Fernandes Gato, e, a partir de 1622, os padres Antônio de Araújo e João de Almeida. Em 1620, Martim de Sá, acompanhado de índios e de Francisco de Morais, depois jesuíta, visitou a ilha (certidão em Azevedo Marques, I, 204). Na ânua de 1624, o padre Antonio Vieira trata da“missão do rio dos Patos”, onde andavam dois jesuítas, que tambémforam à terra firme, e aí conheceram o principal Tubarão, cujo nomeficou perpetuado em rio daquelas partes. No seu Papel Forte, de 1648,diz o padre Antonio Vieira que a ilha de Santa Catarina contava 10 ou12 moradores portugueses. É pois, fora de dúvida, que Francisco DiasVelho Monteiro, tendo partido de São Paulo para Santa Catarina no dia18 de abril de 1672 (Azevedo Marques, I, 158), não foi o fundador doprimeiro núcleo colonial na ilha. No ano de 1680 é que deve ter ocorridoo ataque da povoação do Desterro por um pirata, ataque no qual VelhoMonteiro foi morto, pois o seu inventário fez-se no juízo de órfãos deSão Paulo no ano seguinte, segundo Azevedo Marques. Em 1712, apopulação do distrito da ilha contava apenas 147 habitantes brancos,além de alguns índios e negros, todos livres (Frézier). A povoação daLaguna é a segunda de Santa Catarina, por ordem de antiguidade. Foifundada em 1684 por Domingos de Brito Peixoto. [EFEMéRIDES BRASILEIRAS p.703]
*Os espanhóis de Iguape, de que era chefe Ruiz García de Mosquera, ameaçados pelos portugueses de São Vicente (ver 22 de janeiro de 1532), fugiram para a ilha de Santa Catarina