' “Capítulos da História Social de São Paulo”. Alfredo Ellis Junior (1896–1974) - 01/01/1944 de ( registros) Wildcard SSL Certificates
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“Capítulos da História Social de São Paulo”. Alfredo Ellis Junior (1896–1974)
1944. Há 80 anos
Os bandeirantes teriam escravizados 356.720 indigenas segundo os calculos do historiador Alfredo Ellis Jr. []

Graças a pesquisas que fiz nas fontes citadas consegui separar os seguintes exemplos de cruzamentos fecundos, os quais, pelo número, podem servir de regra:

João Ramalho e Bartira, filha de Tibiriçá: 8 filhos (conhecidos)

Pedro Dias e Teberé, filha de Tibiriçá: 13 filhos (conhecidos)

Domingos Luiz Grou e uma filha do cacique de Carapicuíba: 7 filhos, 32 netos, 80 bisnetos (conhecidos)

Braz Gonçalves e uma filha do cacique de Virapueiras: 4 filhos, 10 netos, 48 bisnetos (conhecidos)

Pedro Afonso e uma nativa tapuia: 4 filhos, 9 netos, 10 bisnetos (conhecidos)

Braz Esteves Leme e uma nativa: 14 filhos (conhecidos)

Braz Esteves Leme, o moço, mameluco 1/2 sangue, e uma nativa: 20 filhos, com 3/4 de sangue (conhecidos)

Manuel Fernandes Ramos, com Suzana Dias, mameluca 1/2 sangue: 8 filhos, 35 netos, 94 bisnetos (conhecidos).

Bartolomeu Bueno da Ribeira, sevilhano, casado com Maria Pires, mameluca, 1/8 de sangue nativo, teve: 7 filhos, um dos quais Amador Bueno, o aclamado, que se casou com Bernarda Luiz, mameluca descendente de Tibiriçá, teve 9 filhos, um dos quais Antonio Bueno, que se casou com a paulista de raça mameluca, Maria Aral S. Payo, tendo 13 filhos (conhecidos).

Diogo Bueno, outro filho do aclamado, casando-se com Maria de Oliveira Leme, também descendente de Tibiriçá, teve 12 filhos, um dos quais, Francisco Bueno da Fonseca, casado com Maria Jorge Velho, teve 8 filhos sendo Diogo Bueno da Fonseca um deles; este, casando-se com sua prima Joana Bueno, teve 12 filhos (note-se a consanguinidade); Manuel Xavier Bueno, outro filho de Francisco e irmão de Diogo, casou-se com sua prima Lucrécia Leme Borges de Cerqueira Bueno, tendo 10 filhos.

Domnigos Luiz, o carvoeiro, casando com uma mameluca, neta de Tibiriçá, teve dela 7 filhos, dos quais Inez Camacho foi uma, a qual se casou sucessivamente com dois portugueses (Francisco Teixeira e João da Costa Lima), deles tendo 13 filhos, dos quais João Machado de Lima, casado com a paulista Maria Leme da Silva, teve 11 e Isabel da Costa, casada com Francisco Sutil de Oliveira, deixou 8, sendo um deles João Sutil de Oliveira, marido de Maria Ribeiro; [Páginas 77 e 78]

Dos povoadores portugueses, oriundos do norte, sabemos os seguintes:

Da Galiza: Jorge de Barros Fajardo, Gaspar Gonçalves de Araujo e D. Francisco de Lemos, este de Orense; (os originários da Galiza, Peque Taques nos oferece como portugueses);

do Douro: Salvador Pires, Garcia Rodrigues e sua mulher Isabel Velho, Manuel Ferraz de Araujo, Braz Cubas, Gonçalo Nunes Cubas, Antonio Cubas, Catarina Cubas, os quatro irmãos Gaias, Madalena Feijó de Madureira (mulher de Estevão Ribeiro de Baião) e Sebastião Gil, quase todos do Porto;

do Minho: João Maciel, Simão Jorge, Gonçalo Camacho, Pero Colaço, Estevão da Costa, Martim da Costa (estes três últimos companheiros de Martim Afonso), Pero de Araujo, Gaspar Gonçalves de Araujo, Catarina de Siqueira de Araujo (mulher de Valentim Pedroso), Leonor de Siqueira de Araujo (mulher de Luiz Pedroso), Francisco Ribeiro e Manuel Francisco Pinto; [Capítulos da História Social de São Paulo, 1944. Alfredo Ellis Junior (1896–1974). Página 127]

De fato, é esta a impressão que ressalta do exame da obra de Taques e da análise dos documentos. Uma viagem a Portugal seria então coisa só realizável pelos muito ricos, como Luiz Dias Leme e outras exceções, que não abundaram em São Paulo. As primeiras minerações, ao redor de São Paulo, teriam sido tão limitadas e aproveitando somente os Sardinhas, a Antonio Bicudo e a Clemente Álvares, que não poderiam influir no ideal dessa gente como não importava na economia da região, podendo, quando muito, deixar admissível a possibilidade da existência, nesse formidoso sertão, de riquezas, as quais só interessavam, então, à gente baiana.

Eis o primeiro degrau da evolução do ideal paulista. É certo, porém, que logo no início do seiscentismo se começa a falar em São Paulo da "prata de Sabarabuçú", à cata da qual D. Francisco de Sousa fizera partir André de Lião, mas a morte desse fidalgo de Beringel adormecera de novo esse vislumbre, não chegando a acender as ambições de um ideal mais elevado, ao qual a alma paulista se conservava impermeável, apesar de espicaçada, de quando em quando, pelos rumores que se refleriam até nos documentos a respeito das pedrarias de "iecoagibira", ou mesmo pela própria prata de Sabarabuçú, em busca da qual foi, em 1654, o filho do velho Clemente Álvares, o capitão Alvaro Rodrigues do Prado, ou ainda pelo ouro de Paranaguá, que Gabriel de Lara e Heliodoro Eobanos demandaram após isso ou pela muito formosa serra resplandecente de Sabarabuçú, que D. Rodrigo procuro, em 1681, achando em seu lugar, no sumidouro, a tétrica figura da morte. [Páginas 149 e 150]

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