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Igreja se recusa a “abençoar” o falecido Frederico de Mascarenhas Camelo por ser maçom
7 de agosto de 192503/04/2024 21:57:43

Grupo de maçons da Perseverança III
Data: 01/01/1859
Créditos: Aleixo Irmão
Destaca-se, da esq. p/ a dir., de pé: Vicente Guariglia 2º, Leopoldo Machado 3º, João José da Silva 4º e, sentado, José Padilha de Camargo (*s) (£)((**)

Cerca de 500 casos de tifo em SorocabaQuinta-feira, 17 de Dezembro de 1925Fonte: O Estado (SC)

José Carlos de Aguirre tomou posse do Bispado de Sorocaba a 1º de janeiro

Temporal derrubou a torre da capela na Rua Monsenhor João Soares*Quinta-feira, 1 de Janeiro de 1925Depois disso a capela ficou em ruínas e sem mais protetores teve que ser derrubada um pouco antes de 1926

Iniciaram-se as obras para construção do Estádio Humberto RealePara que o estádio fosse erguido, vários grupos de torcedores e simpatizantes doaram materiais de construção e dedicaram horas de trabalho. As obras iniciaram-se no dia 1º de março de 1925

Frederico Mascarenhas Camello, pertencente a uma das mais tradicionais famílias de Sorocaba, descendente direto daquele que dotou a igreja matriz de sua torre, mais de 100 anos antes, faleceu dia 2 de agosto de 1925.

A igreja se recusou a abençoar o falecido. O motivo alegado seria pertencer a maçonaria.

Cinco dias depois, a família Mascarenhas publicou uma carta aberta, assinada por Renato Mascarenhas, na qual demonstrava profunda indignação.

Segue o conteúdo da carta ao Sr. Cônego Aristídes da Silveira Leite, vigário da paróquia de Sorocaba.

Senhor. O infra assignado, parte competente da família do finado Frederico Mascarenhas Camello, vem por meio da presente agradecer a V. S. a forma pela qual se dignou a proceder, com referência a encommendação do corpo daquele finado, e para cujo acto havia sido, no dia anterior aos funerais, feita a necessária petição.

Agradeço e ao mesmo tempo lamento que V. S. não tivesse a franqueza precisa para declarar que não procedia a essa parte do ritual de Roma por ser maçom o extincto, e para não usar de recados absurdos, e de última hora, em que averdade foi adulterada, affirmando não haver padres para aquelle acto, por estar V.S., segundo disse, dando communhão a um supposto enfermo e achar-se o coadjuctor fora da cidade;

Fugindo, escondendo-se em seguida – quando procurado por emissários meus – a fim de não dizer a verdade e fazendo que os padres de São Bento, depois de se prontificarem a efetuar o acto fúnebre, mandassem também recado idêntico, isto é, que não havia padres no mosteiro (sic).

Tolerante por principio e defendendo em todo o terreno a plena liberdade de consciência, não posso concordar com V. S. acerca de seu procedimento no caso, quando este poderia ter fácil e pronta solução si a sua atitude fosse sincera e leal, declarando “in limini” que os preceitos romanos não admitem a encommendação de maçons, sem precisar recorrer a subterfúgios.

Pertencente a tradicional família de Sorocaba, descendente mesmo daquelle que, há mais de cem annos, dotou a nossa atual catedral da velha torre que ainda se ergue ao seu lado;

Acostumado a guardar a sua tradição religiosa, não a religião de beateiro e disfarçadamente intolerante, ou fanática, mas a verdadeira, a cristã em sua pureza, que recomenda o amor a Deus e ao próximo, concorri, na esfera de minhas forças, para a reconstrução da velha matriz, quando procurado pelo honrado vigário de então, o digno sacerdote monsenhor Magaldi.

E também para ereção da maior parte dos altares, que foram feitos, quase todos, mediante subscrições, jamais negando o meu concurso monetário para as festas religiosas, o que tudo tem brotado de meu espírito tolerante, pois sou maçon convicto e aceito os princípios maçônicos sem discrepâncias.

Isto porque não há incompatibilidade entre taes princípios e a religião Cristã, a não ser quando a intolerância e o fanatismo vem tomar o logar desta última.

Se para a efetivação de certos actos da Igreja, como o de que se trata, os quais, seja dito de passagem, jamais foram negados a quem quer que fosse no passado desta Paróquia, em fase do elevado critério daquelles que a dirigiam;

Se para a efetivação daqueles atos, como dizia, - a qualidade de maçon constitui empecilho é dever de coerência, de justiça, não recorrerem aos maçons de Sorocaba, quando se tratar de obter dinheiro para as obras e pompas da Igreja, devendo ainda excluir os seus nomes, a começar do meu, dos cargos de membros, ou de membros honorários de associações que se inculcam obedientes aos preceitos de Roma.

Se tenho praticado atos que me tornam digno de figurar em quadros dessas sociedades religiosas, nunca o fiz com intuitos vaidosos, pois pratico a caridade, sempre que posso, sem alardes e sem humilhar o que pede com indagações vexatórias.

Ditas estas palavras, autorizo também a V. S. a excluir os nomes de minha esposa e de minhas irmãs, das irmandades religiosas locaes. Aoseu inteiro dispor, subscrevo-me. RENATO MASCARENHAS. Sorocaba, 7 de Agostode 1925. (ALEIXO IRMÃO, 1994, p. 488)
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