1918 foi um ano trágico para as fábricas de Sorocaba.
Até o dia 6 de Novembro haviam sido registrados 671 casos da gripe espanhola e 6 mortos. No dia 10 de Novembro os presos haviam obrigados à cavar as sepulturas para os mortos pela epidemia.
Em 17 de Novembro o Prefeito Augusto Cesar Nascimento Filho se reúne com os proprietários das Fábricas
Em 18 de Novembro, Frank Speers contraria os médicos e se nega a fechar Fábrica Santa Rosália
Até o dia 20 de Novembro, cerca de 900 pessoas morreram pela gripe espanhola, 20 apenas na Fábricas Santa Rosália
No dia 22 de Novembro Ermelino Matarazzo paralisa o funcionamento das Industrias Reunidas Matarazzo
No dia 23 de Novembro a Cruz Vermelha pede que as industrias de Sorocaba paralisem as operações devido às mortes
Artigo, de 24/11/1918, intitulado “A situação dos operários” descreve o seguinte:
Nos grandes balanços das empresas industriais o ônus duma quinzena de vencimentos pode ser suportado sem perigo de sua consistência financeira, em benefício de famílias inteiras de operários às quais a falta duma quinzena de salários quer dizer miséria, fome e mesmo, às vezes, expulsão da casa em que habita. (CRUZEIRO DO SUL, 24 nov. 1918, p. 2,)
O fato de o artigo mencionar a possível expulsão dos operários de suas casaspela falta ao trabalho, é sintomático, pela razão de que o texto poderia estar fazendo alusão ao caso da vila operária da fábrica Santa Rosália, em que as moradias dos trabalhadores pertenciam à empresa.
A Villa, anexa a fábrica Santa Rosália, era composta de 270 casas, escolas publicas, consultório medico, armazém, casa de diversões, etc, sendo magnífica a sua iluminação elétrica e perfeito o serviço de encanamento de água.
Fonte: A Gripe Espanhola em Sorocaba em 1918. João Paulo Dávila