Após a exposição do cenário epidêmico, o prefeito pediu ao médico Álvaro Soares que redigisse um parecer sobre a situação. Esse médico, que 18 anos antes desempenhara papel central no combate à febre amarela, afirmou em seu parecer que os gripados recém-curados e convalescentes não deveriam se expor a qualquer “intempérie sem gravame para si e para a população.”
O risco tinha relação com o convívio de pessoas em ambientes fechados e por isso Álvaro Soares determinou a interrupção do trabalho nas fábricas por prazo mínimo de 15 dias.
Uma comissão de médicos assinou o parecer: João de Almeida Tavares, Odilon Goulart, Gentil Fontes, Eduardo Augusto Pirajá, Ribeiro Neto e Luiz de Almeida. Todos os industriais presentes acataram o documento de Álvaro Soares com respaldo da comissão de médicos:
“Pela fábrica Votorantim, Pieri Roggieri; pela Companhia Nacional de Estamparia, Jorge Kenworthy; pela Companhia Fiação e Tecidos N.S. da Ponte, Italo Romano; pela Companhia Fiação e Tecidos Santa Maria, Eugenio Mariz”.
O estudo acrescenta que o industrial Frank Speers, coproprietário da fábrica Santa Rosália, não compareceu à reunião.
Procurado pela prefeitura, o industrial declarou “não concordar com a resolução tomada pelos seus colegas, baseando-se na opinião que adrede lhe dera o médico da fábrica Sr. Dr. E. Pirajá”.
Esse médico assinara o parecer de Álvaro Soares. E, com essa recusa de Frank Speers em acatar a decisão de seus “colegas” industriais, o prefeito decidiu que comunicaria todas as resoluções ao secretário do Interior e à diretoria do Serviço Sanitário.