Ocorre a intensificação e o crescimento populacional na cidade a uma taxa anual em torno de 1,6% e ganha contornos de explosão demográfica. Conseqüência da construção da via férrea foi o aumento de estrangeiros, muitos dos quais permaneceram depois da inauguração.
- 2493 adultos sabiam ler- 2315 menores de 15 anos- 631 frequentavam a escolaEm 15 anos, de 1857 até 1872, os 11. 359 sorocabanos passaram, a um total de 12.859, que mostra um crescimento de apenas 1.470 pessoas, muitopouco, tanto mais que na cidade, entre 1839 e 1872 , 33 anos, apenas aumentaram1.365, pois a cidade contava em 1872, o número de 4.793, dos quais estrangeiros eram 233.
Eis o recenseamento de 1872: Fogos na cidade: 889 moradores 4.793 Fogos nos bairros: 1.134 moradores 8.166 Total 12.959 Na população se contavam 761 estrangeiros, 2.884 pretos, 2.031pardos (brancos os restantes, sendo, pois, 2/3 mais ou menos), escravos 2.070, acatólicos 67, ausentes 182, hóspedes 122, solteiros8.820, viúvos 902. Mas entre os estrangeiros contaram-se 468 escravos velhos africanos.Havia 182 casas desocupadas na cidade, o que faz lembrar o seguinte: as feiras estavam em decadência e, não fôsse a estrada de ferro, não voltariam a ter moradores aquelas habitações, pois uma pequena cidade só por sí não podia manter-se
“Os nossos tupinambás muito se admiram dos franceses e outros estrangeiros se darem ao trabalho de ir buscar o seu arabutan [pau-brasil]. Uma vez um velho perguntou-me: Por que vindes vós outros, maírs e perôs (franceses e portugueses) buscar lenha de tão longe para vos aquecer? Não tendes madeira em vossa terra ? Respondi que tínhamos muita mas não daquela qualidade, e que não a queimávamos, como ele o supunha, mas dela extraíamos tinta para tingir, tal qual o faziam eles com os seus cordões de algodão e suas plumas.
Retrucou o velho imediatamente: e porventura precisais de muito? Sim, respondi-lhe, pois no nosso país existem negociantes que possuem mais panos, facas, tesouras, espelhos e outras mercadorias do que podeis imaginar e um só deles compra todo o pau-brasil com que muitos navios voltam carregados. — Ah! retrucou o selvagem, tu me contas maravilhas, acrescentando depois de bem compreender o que eu lhe dissera: mas esse homem tão rico de que me falas não morre? — Sim, disse eu, morre como os outros. Mas os selvagens são grandes discursadores e costumam ir em qualquer assunto até o fim, por isso perguntou-me de novo: e quando morrem para quem fica o que deixam? — Para seus filhos se os têm, respondi; na falta destes para os irmãos ou parentes mais próximos. — Na verdade, continuou o velho, que, como vereis, não era nenhum tolo, agora vejo que vós outros maírs sois grandes loucos, pois atravessais o mar e sofreis grandes incômodos, como dizeis quando aqui chegais, e trabalhais tanto para amontoar riquezas para vossos filhos ou para aqueles que vos sobrevivem! Não será a terra que vos nutriu suficiente para alimentá-los também ? Temos pais, mães e filhos a quem amamos; mas estamos certos de que depois da nossa morte a terra que nos nutriu também os nutrirá, por isso descansamos sem maiores cuidados.
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Alguns erros você sabe que são erros no momento em que você comete. E alguns erros nem são realmente erros quando você os comete. Eles só se tornam erros porque o mundo em que você vive mudou e de repente ele se torna o maior erro que você cometeu na sua vida.