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“Generoso”, o escravizado que voltou para vingar-se do mais “abastado”
28 de abril de 187504/04/2024 17:45:30

Antigo Casarão dos Vergueiro, atual Faculade de Direito*
Data: 01/01/1927
Créditos: Antônio Carlos Sartorelli
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"Generoso" foi escravo do tenente coronel Fernando de Souza Freire, vice- presidente da Câmara Municipal e o mais abastado cidadão de Sorocaba. Era proprietário da Chácara onde se localiza a atual FADI.

O coronel Fernando Lopes Freire era casado com a herdeira da Chácara onde se localiza a atual Faculdade de Direito de Sorocaba, Francisca Leopoldina, que era filha do primeiro cirurgião de Sorocaba: José Maria de Sousa.

Este casou-se com a sua prima Antonia Eufrosina e com ela gerou Francisca Leopoldina, esposa do coronel assassinado. Como todos os "bem nascidos" em Sorocaba, essa família possuía escravos.

Após a morte do coronel Fernando, a viúva, Francisca Leopoldina, casou com o Dr. Nicolau Pereira de Campos Vergueiro, daí o nome do Casarão, que viria a ser reformado e hoje abriga a FADI: Faculdade de Direito.

Generoso entrou para a História ao assassinar o seu senhor. Embora assassinato não deva servir de exemplo de conduta ideal, no entanto escancara, por sua vez, a radicalização das relações escravistas na cidade de Sorocaba, enterrando de vez a teoria da escravidão mansa e mitigada, sem crueldade.

Era 28 de abril de 1875.O tenente coronel Souza Freire, em frente à soleira do seu palacete, dialogava com diversas pessoas. De repente, o grupo percebe a presença de alguém, que da rua assiste ao colóquio. É um negro, com chapéu de abas largas e poncho.

Mantém-se estacado, em frente à roda dos conversadores. Era quase noite, dezoito horas e meia. A luz do sol enfraquecia consideravelmente. No entanto, Sousa Freire arregalou os olhos ao reconhecer aquela figura.

Não deu tempo de dizer nada: o negro puxou de um bacamarte que estava oculto sob o poncho e disparou à queima roupa. A "vítima" só teve tempo de dizer: "Eu morro... minha mulher... meus filhos.... é o meu escravo Generoso!"

Os amigos do tenente coronel,aturdidos, não sabiam o que fazer. Acudiriam o amigo ou prenderiam o escravo? Diante dessa hesitação, Generoso aproveitou para fugir.

Mesmo perseguido numa fuga espetacular, Generoso conseguiu escapar das mãos dos seus perseguidores. [...] A polícia bateu as matas circunvizinhas à cidade, voltando ao amanhecer sem conseguir captura-lo. Vários escravizados foram detidos como suspeitos de ser Generoso, mas a verdade é que ele nunca chegou a ser capturado.

Na realidade, Generoso estava foragido havia quinze e meses e, ao invés de empreender fuga para longe, correu o risco retornando para a cidade a fim de concretizar seu intuito, denotando claramente uma ação premeditada.
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Sandro Aranha - O filho dele, tenente Fernando Lopes de Souza Freire, casado com Francisca Leopoldina de Souza Freire, moravam na rua Dr. Braguinha, onde ele tinha o hábito de sentar-se na porta da frente de sua casa. Foi lá que um escravo o matou, fugindo em seguida. Sua mulher Francisca, depois de um tempo, foi morar em São Paulo, aonde veio a falecer aos 96 anos, no dia 26 de fevereiro de 1939.


Ás 18:30, deu-se um fato que encheu de consternação os habitantes de Sorocaba trouxe o luto á uma família numerosa.Estavam diversas pessoas conversando á soleira da porta do palacete do tenente-coronel Fernando de Souza Freire, vice-presidente da Câmara Municipal, quando de súbito um estrondoso tiro de bacamarte soou, lançando por terra o mesmo tenente-coronel, que apenas pode pronunciar estas palavras: - eu morro... minha mulher... meus filhos... é o meu escravo Generoso.O dr. Juiz municipal que descia a rua da Penha, aproximou-se do grupo, e perguntando ao tenente-coronel Fernando que estava prostado no chão: - o que é isso?Ainda ouviu-lhe aquelas mesmas palavras, perdendo logo o ofendido a fala.Referiu-nos o comendador Luiz Vergueiro, seu hospede, e que na ocasião conversava com o final, que estavam todos sentados á portando, quando passando alguns amigos ergueram-se para falar-lhes, e que, retirando-se estes, ficou só Fernando de pé com as costas para a rua, quando dai a dois segundos viu o clarão do tiro, e cair aquele, voltado para o lado em que fugia o assassino, pronunciando em alta voz as palavras que acima deixamos ditas.Generoso, o assassino, era escravo do finado, e achava-se foragido há 15 meses: na antevespera sendo entrado pelo capatas de tropas do comendador Vergueiro, sentado junto á encruzilhada, conhecida por Cruz de Ferro, armando de bacamarte e faca, foi por ordem de seu senhor espreitado por alguns escravos, dizendo estes que ele entrara em casa de Barbara de tal, no bairro da Terra Vermelha, o tenente-coronel obteve um mandato de prisão contra ele, sendo que a escolta já não o encontrou ali.É de admirar o sangue frio do malvado assassino: aproveitando a sombra da noite, foi pelo lado da rua da Direita, e á queima-roupa desfechou o tiro que deu em resultado a morte de um respeitável cidadão e estremecido chefe de família.Depois de ter disparado o tiro, houve um verdadeiro pânico, que fez com que as pessoas que ali estavam não perseguissem o malvado: mais adiante, porém, ele que retirava-se e meia carreira, foi perseguido por dois escravos do finado e dois moços pela luz que projetava o lampeão do hotel das Flores reconheceram ser o escravo Generoso: vendo-se este perseguido, parou na Travessa do Bom Jesus, e abrindo o ponche que estava, voltou-se de frente para os que o seguiem, e observando que estes também pararam, disparou em vertiginosa carreira, gritando também: péga , péga.Conseguindo escapar por um dos becos da rua do hospital, que conduzem ao brejo do Supiriri.A polícia bateu as matas circunvizinhas á cidade, voltando ao amanhecer sem conseguir capturá-lo.A 29 foi sepultado o assassino, sendo o seu "feretro" acompanhado por muitas pessoas gradas da cidade e por crescido número de irmãos da Misericórdia.Era o finado mais abastado cidadão desta cidade, genro do dr. José Maria de Souza e cunhado do dr. Assis Vieira Bueno.Correio Paulistano (SP)
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Pelo estudo feito neste parágrafo, baseado nos documentos autênticos locais, deve-se concluir que nenhum dos Afonsos Sardinhas teve propriedade em Jaraguá; que a fazenda de Afonso Sardinha, o velho, onde ele morava e tinha trapiches de açúcar estavam nas margens do rio Jerobativa, hoje rio Pinheiros, e mais que a sesmaria que obtivera em 1607 no Butantã nada rendia e que todos os seus bens foram doados à Companhia de Jesus e confiscados pela Fazenda Real em 1762 em São Paulo. Se casa nesta sesmaria houvesse, deveria ser obra dos jesuítas. Pelo mesmo estudo se conclui que Afonso Sardinha, o moço, em 1609 ainda tinha a sua tapera em Embuaçava, terras doadas por seu pai. Não poderia ter 80.000 cruzados em ouro em pó, enterrados em botelhas de barro. Quem possuísse tal fortuna não faria entradas no sertão descaroável nem deixaria seus filhos na miséria. [“Na capitania de São Vicente”. Washington Luís (1869-1957), 11° presidente do Brasil. Página 202
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