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Professor Toledo inaugura o Colégio do Lageado nos Campos do Utinga ou Itinga, próximo a Lagoa do Jundiaquara
24 de julho de 1859, domingo. Há 165 anos
Texto: Aluísio de Almeida
O COLÉGIO DO LAJEADO Localizava-se em área rural da antiga Vila de Campo Largo de Sorocaba (atual Araçoiaba da Serra) nos denominados Campos do Utinga ou Itinga, próximo a Lagoa do Jundiaquara, sendo inaugurado em 24 de Julho de 1859.

Era um estabelecimento educacional, cujo proprietário, diretor e professor era Francisco de Paula Xavier de Toledo; renomado e competente mestre de Latim e Francês.

O Professor Toledo, graças ao seu espírito empreendedor, foi na terra bandeirante, um pioneiro dessa nova modalidade educacional, inédita no país.

Desse modo, no inicio do 1º Semestre de 1859, principiava-se, uma serie de construções amplas, bem arejadas e iluminadas que no Sitio da Tapera seriam o futuro Colégio do Lajeado.

A velha e rústica vivenda já existente passou por reformas, tomando o novo aspecto, ao lado esquerdo dela, ergueram urna residência para o uso do Diretor, sua família e dos pensionistas.

Do lado direito foi erigida parte do Colégio, destinada aos alunos. Na frente ficava a sala do Diretor, as salas de aula, amplas e bem iluminadas, separadas por um amplo e longo corredor.

Aos fundos, a dispensa, a cozinha, o refeitório, a rouparia e dormitórios.

No final do corredor uma Capela com seu respectivo altar, tudo era simples, más confortável e acolhedor. Na frente do internato havia um amplo pátio para recreação dos alunos, todo cercado na parte frontal.

E nas laterais por alta cerca de lascas de guaratã, aos fundos das construções descritas encontrava-se a horta, o pomar e mais além uma soberba mata, onde os pássaros gorjeavam, alegremente. Saindo por um ladrão, a água despencava encachoeirada, ruidosamente sobre um leito rochoso.

Daí sem dúvida vem o nome de Lajeado em substituição ao Tapera, que não tinha mais razão de ser.

O Pároco Raphael Gomes da Silva, que congregava em Campo Largo, celebrou a missa inaugural, benzendo o estabelecimento no dia de São João do Lajeado, em louvor a São João Batista, patrono da Capela local.

Estiveram presentes ao evento, autoridades da época, inclusive o coronel Joaquim de Souza Mursa, diretor da Fábrica de Ferro de Ipanema.

Por este requintado Colégio, passaram vultos ilustres da História Nacional tais como Maria Angélica Baillot, Fernando Prestes de Albuquerque, Rubino de Oliveira, José Gomes Pinheiro Machado, Artur Gomes, Cesário Mota entre tantos outros.Ali cursaram alunos das localidades de Campo Largo, Sorocaba São Paulo, Campinas, Itapetininga, Tatuí, Itaberá, Piracicaba e de outros Estados como Paraná, Rio Grande do Sul, Bahia.

No afamado Colégio constavam como disciplinas o latim, francês, português, gramática, aritmética, inglês, geometria, desenho, etiqueta, prendas domésticas e religião.

O Professor Toledo lutava com garra e dedicação, mas as dificuldades e os problemas se avultavam, principalmente e unicamente o de caráter financeiro.

Os seus inúmeros credores exigiam o pagamento imediato de juros e capitais e estranhavam que o Diretor apesar de tantos alunos, não tratasse de pagar espontaneamente suas duvidas contraídas.

Ignoravam eles, que muitos alunos do Colégio recebiam instruções e tratamento gratuito e muitos outros os pais ficavam em atraso, nos seus pagamentos.

Sem dinheiro e sem crédito o Colégio foi paulatinamente perdendo aquele antigo vigor inicial de outrora e começaram as retiradas e evasões de alunos. O Colégio encerrou suas atividades no correr de 1866.

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