Ainda em 1637 implantou uma reforma administrativa e começou a tratar da tarefa de reativação do sistema açucareiro pois a quase totalidade dos 150 engenhos do Brasil holandês estava destruída pela guerra, 15 mil habitantes tinham fugido, dos quais 1/3 eram escravos.
A WIC não via com bons olhos a confirmação dos direitos dos luso-brasileiros, mas Nassau percebeu que sem eles, e sem o que chamava a classe média rural (lavradores de cana, mestres-de-açúcar, feitores, artesãos, lavradores de víveres) não seria possível recompor a indústria.
Entre 1637 e 1638 mandou leiloar os engenhos dos proprietários ausentes ao preço médio de 30 a 40 mil florins. Com isso arrecadou 2 milhões de florins. Os compradores foram sobretudo judeus, neerlandeses e luso-brasileiros, mas no decorrer dos meses os dois primeiros terminariam revendendo as propriedades aos terceiros - como no caso de João Fernandes Vieira, por exemplo.Estátua de Maurício de Nassau na Praça da República, RecifeA oferta de crédito ainda dependia da definição do regime de comércio a ser adotado no Brasil holandês. A intervenção de Nassau, com a influência de Amsterdã e dos Estados da Holanda, foi decisiva para que os Estados Gerais ratificassem em abril de 1638 (contra as pretensões da WIC) a política de livre-comércio adotada há quatro anos. Pois a Holanda era verdadeiramente a pátria do livre-comércio e a comunidade mercantil de Amsterdã não hesitaria em devolver o Nordeste do Brasil a Portugal só para ter o direito de comerciar nas colônias hispano-portuguesas. Nassau estava convencido de que o monopólio desejado pela WIC seria a perda do Brasil holandês, pois a fase era de escassez de açúcar e de preços crescentes, além de que daria estímulo à imigração de colonos neerlandeses, desencadeando um círculo virtuoso na economia.[3] E, favorável também a uma oferta abundante de escravos africanos, em 1637 enviou o coronel Hans Koin, à testa de uma expedição naval que conquistou o Forte de São Jorge da Mina, na África (28 de agosto). A possessão portuguesa da Mina foi colocada sob o controle de Recife, mas sua conquista não correspondeu às expectativas econômicas neerlandesas, já que o desempenho do escravo da Guiné era reputado pelos portugueses como inferior ao dos de Angola.