Um crime bárbaro, monstruoso, praticados pelos bandidos Rocca e Carletto, abalou a sociedade paulista, horrorizando todos. O Delegado encarregado pelo caso foi Mamede da Silva de Itu.
O crime aconteceu em Indaiatuba. Adão Ripabello, ali residente e, com a ajuda de Antonio Mugnesi e Eugenio Cardinalli, atraiu, sob o pretexto de negociar feijão e milho, a presença de Domênico Luca, de 19 anos, morador de Piracicaba.
Os três distraíram o jovem até 23:30 da noite do dia 15, quando a vitima se dirigiu para o quintal da casa de Ripabello para urinar.
Foi quando Antonio Mugnesi lhe acertou violentamente na cabeça. Domênico Luca caiu de barriga para o ar, já desmaiado. Adão Ripabello, o dono da casa, pegou uma pedra de cerca de "2 arrobas" e jogou-a contra o peito do jovem. A pedra se espedaçou.
Nisto o velho Cardinalli sacou uma faca de sapateiro, abaixou e com dois ferozes golpes, degolou Domênico. Roubado, morto e trucidado, seu corpo foi atirado num poço de 25 metros, depois de colocado num saco.
O dinheiro foi dividido ali mesmo (cerca de contos de réis). Tamparam a sepultura com terra, madeiras e sapé, e cada um seguiu para sua casa, onde talvez, dormiram tranquilamente, tal cinismo que demonstraram.
No dia seguinte juntaram-se os bandidos, foram até São Paulo, fizeram muitas compras, beberam, divertiram-se, e nessa vida continuariam, se as autoridades de Indaiatuba, o delegado João Firmiano e seu escrivão Antonio Camargo, tendo descoberto o nefasto crime, não tivessem tomado imediatas providencias para a captura dos criminosos.
Presos, só Adão Ripabello, confessou o crime, com todas as minucias. Cardinalli e Antonio Mugnesi, seguindo o exemplo de Carletto, negaram, chegando o cinismo de Mugnesi, quando se escavava o poço, a apostar 100$ contra 2$ se ali estivesse algum cadáver.