A Guarda Negra da Redentora foi instituída nos meses que se seguiram após a abolição da escravidão no Brasil, em 9 de julho de 1888.
Formada por ex-escravos que tinham como objetivo proteger a liberdade recém adquirida bem como o bem-estar da princesa Isabel, como um gesto de agradecimento pela libertação dos mesmos.
Segundo o publicado no periódico Cidade do Rio após a criação do grupo, as diretrizes e o estatuto da instituição eram:
1) Criar uma associação com o fim de opor resistência material a qualquer movimento revolucionário que hostilize a instituição que acabou de libertar o país.
2) Só poderão fazer parte, como seus sócios ativos, os libertos que se comprometerem a obedecer os mandatos de uma Diretoria eleita, por maioria absoluta, em votação que se efetuará em momento oportuno.
3) Poderão ser sócios efetivos unicamente os que considerem o ato memorável do dia 13 de maio, acontecimento digno de admiração geral e não motivo para declarar guerra à humanitária princesa que o realizou.
4) Pedir à Confederação Abolicionista o seu apoio para que esta sociedade se ramifique por todo o império.
5) Pedir à imprensa que participe desse sentimento o seu valioso concurso.
6) E último. Aconselhar por todos os meios possíveis aos libertos do interior que só trabalhem nas fazendas daqueles que não juraram guerrear o 3º Reinado.
O jornal de José do Patrocício defendia constantemente a Guarda, publicando no dia 5 de janeiro de 1889 uma matéria em que declarava a intenção não-violenta do grupo.
"É necessário que fique bem claro que essa congregação de homens agradecidos é a conseqüência lógica das bravatas publicadas nos manifestos dos seus exsenhores, e que o fim a que se propuseram, reunindo-se era e é provar ao país que com os seus corpos fazer uma muralha capaz de receber as balas que os neo-republicanos dirijam à sua redentora. É preciso que se saiba bem, que a Guarda Negra se organizou para resistir e não atacar."