Conde de Azambuja assume como Vice-rei do Brasil Colonial
17 de novembro de 1767
04/04/2024 15:59:25
Relatos Monçoeiros
Data: 01/01/1953
Créditos: Afonso de E. Taunay (1876-1958)
Página 81
Em 1767, foi vice-rei do Brasil. Atendendo à possibilidade de um ataque espanhol ao Rio de Janeiro, cuidou ativamente da reorganização militar e do melhor aparelhamento de defesa da cidade. Procurou principalmente fortificar o litoral. Pediu demissão do cargo dois anos mais tarde. [1]
Aliás, o Conde de Azambuja também escreve verdadeira necedade, ao afirmar que Abarémanduaba na língua da terra era a tradução de “lembrança do Padre Anchieta”. [Relatos Monçoeiros (1953) Afonso de E. Taunay (1876-1958) p.81]
Maendûara é um nome: lembrança, lembrado. O substantivo abstrato dele derivado é maendûaçaba, que, segundo Anchieta, se contrai para maendûaba, do qual manduaba pode ser corruptela. [“O Tupi na Geographia Nacional”, 1901. Teodoro Fernandes Sampaio (1855-1937). Página 86]
Outros dão o aspecto geral do relevo do solo, como: Inhoã (Nhûã), campo alto; Ybyã-para, extremo do escarpado; Ybytyetê, a serra por excelência. Outros, ainda, recordam simples episódios ou acontecimentos: Maran-goá-pe, no vale da batalha; Abaré-mandoaba, lembrança do padre; Caba-poama, vespas assanhadas; Avanhandava (Abá-nhandaba), a carreira da gente, ou onde a gente corre. [“O Tupi na Geographia Nacional”, 1901. Teodoro Fernandes Sampaio (1855-1937). Página 179]
Conde de Azambuja assume como Vice-rei do Brasil Colonial
“Os nossos tupinambás muito se admiram dos franceses e outros estrangeiros se darem ao trabalho de ir buscar o seu arabutan [pau-brasil]. Uma vez um velho perguntou-me: Por que vindes vós outros, maírs e perôs (franceses e portugueses) buscar lenha de tão longe para vos aquecer? Não tendes madeira em vossa terra ? Respondi que tínhamos muita mas não daquela qualidade, e que não a queimávamos, como ele o supunha, mas dela extraíamos tinta para tingir, tal qual o faziam eles com os seus cordões de algodão e suas plumas.
Retrucou o velho imediatamente: e porventura precisais de muito? Sim, respondi-lhe, pois no nosso país existem negociantes que possuem mais panos, facas, tesouras, espelhos e outras mercadorias do que podeis imaginar e um só deles compra todo o pau-brasil com que muitos navios voltam carregados. — Ah! retrucou o selvagem, tu me contas maravilhas, acrescentando depois de bem compreender o que eu lhe dissera: mas esse homem tão rico de que me falas não morre? — Sim, disse eu, morre como os outros. Mas os selvagens são grandes discursadores e costumam ir em qualquer assunto até o fim, por isso perguntou-me de novo: e quando morrem para quem fica o que deixam? — Para seus filhos se os têm, respondi; na falta destes para os irmãos ou parentes mais próximos. — Na verdade, continuou o velho, que, como vereis, não era nenhum tolo, agora vejo que vós outros maírs sois grandes loucos, pois atravessais o mar e sofreis grandes incômodos, como dizeis quando aqui chegais, e trabalhais tanto para amontoar riquezas para vossos filhos ou para aqueles que vos sobrevivem! Não será a terra que vos nutriu suficiente para alimentá-los também ? Temos pais, mães e filhos a quem amamos; mas estamos certos de que depois da nossa morte a terra que nos nutriu também os nutrirá, por isso descansamos sem maiores cuidados.
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A vinda do Apóstolo São Thomé á estas partes da América, e principalmente ao Brasil e ás regiões do Paraguay, está baseada em tais fundamentos, que d´ela não se pode duvidar.