Domingo, cerca de 8 horas da noite, um grande número de cidadãos percorreram diversas ruas da cidade aos gritos de "Fora os estudantes".
É o caso que, tendo alguns estudantes de direito e medicina, entre eles um filho desta cidade, andado por toda a cidade, em noites anteriores, causando grande algazarra, desrespeitando famílias, atirando fósforos acesos e foguetes no rosto de senhores que estavam em janelas.
Além de já terem durante a Semana Santa convertido a igreja Matriz em um circo de cavalinhos, a população sorocabana, da qual faziam parte muitos e distintos membros das antigas colonias portuguesas e italianas, em um impeto de justa indignação tentou puni-los severamente com castigos físicos que servissem de exemplo.
Correndo naquele dias os estudantes, o que de fato se dera, prometeram sair a noite e cometer novos desacatos às famílias, os rapazes daqui congregarão-se e começarão a seguir de perto o insolente grupo, que não tardou muito a iniciar a confusão.Imediatamente romperão vaias estrondosas e gritos: Fora canalha!
E em seguida houve uma enorme correria e saíram em perseguição aos estudantes.Um deles, querendo tomar satisfações com os perseguidores, levou diversas chicotadas.
Não satisfeitos com isso, muitos populares foram a procura dos foragidos no Grande Hotel, invadiram a cocheira do Sr. Francisco Abreu, indo em seguida a casa do cidadão Cândido Vianna, onde diziam estarem refugiados os estudantes.
Não encontrando ali, aguardaram a saída do trem misto, ás 5 da manha para ver se eles embarcavam, com o intuito de castiga-los antes que partissem.
Como não se embarcou pessoa alguma, as 11 da manhã mais ou menos, distribuiu-se pela cidade um boletim convocando o povo sorocabano a comparecer as 13:00 horas na estação de trem, afim de fazer uma manifestação de desagrado.
Na hora marcada, a estação ferroviária foi invadida por uma enorme massa de gente, estando muitos armados e dispostos a tudo.
Felizmente os estudantes, revestindo-se de humildade, mandaram por intermédio do Dr. Olivério Pilar, dizer que não tomariam o trem em Sorocaba, saindo escondidos na madrugada.