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A palavra “paulista” é empregada pela primeira vez pelo Visconde de Barbacena
27 de julho de 1671


Ele expede uma ordem em que emprega a "nova" palavra

Afonso Furtado, visconde de Barbacena, "ilustre pelo esplendor do sangue e gloria do seu valor" na frase cortesã de Rocha Pita, assumiu em 1671 o governo da colônia. Não é aqui a ocasião adequada para se estudar o governo de Afonso Furtado.

Nem a debosquejar a curiosa figura desse administrador honrado, tenaz, laborioso, enérgico, letrado, mas — por que não o dizer? — fantasioso, bastantemente precipitado, e, com isso, crédulo mais do que convinha a um governador-geral.

Repitamos apenas que viera com ele, decididamente arraigada, esta deliberação verdadeiramente obsidente: descobrir — custasse o que custasse! — aquelas duas serras, tão faladas, que foram as duas ambições supremas do século: a serra da Sabarabuçu e a serra das Esmeraldas.

Prata e pedras! Essa idéia fixa de Afonso Furtado de Mendonça idéia enrodilhante, que o perseguia dia e noite com ardor, ressalta impressionante das dezenas de cartas que escreveu. Porque Afonso Furtado, na sua desatada sofreguidão por enriquecer o Reino com as cobiçadas minas, escrevia abundantemente ao Príncipe, e abundantemente aos governadores, e abundantemente aos capitães-generais, e abundantemente aos pràticos de metais.

Que correspondência desenfreada! Dois grossos volumes contêm essas letras frenéticas Começou ele por mandar a Fernão Dias Paes Leme carta sobre carta. Eram tudo incitamentos, promessas atiçadoras, grandes e fogosas palavras para que o potentado paulista se botasse pelos matos em busca de esmeraldas e prata.

Sabarabuçu! Serra das Esmeraldas! "... por diferentes correios tenho dado conta a Sua Alteza do grande serviço que Vossa Mercê lhe vae fazer no descobrimento da prata da Sabarabussú e da serra das Esmeraldas!" Ou então: "... possa eu dar conta dessa prata a Sua Alteza; e emfim se dezenganem os ministros q. as minas da Sabarabussú não são como as de Itabaiana".

E mais: "... espero dar a Vossa Mercê o parabem das mercês que lhe ha de este serviço adquirir e que lhe hei de solicitar com todo o empenho..." Não vale continuar. Seria demasiado enfadonho transladar para aqui tudo quanto o governador assoprou à vaidade do paulista.

O certo é que, ao receber tais e tantos rogos, o velho sertanista deliberou partir. "... que partisse (clamava Afonso Furtado) que partisse com todo o calor e brevidade possível, a antecipar a felicidade que parece guardada ao Príncipe, senhor de nós ambos".

A jornada de Fernão Dias Paes Leme, tão aventurosa e tão tràgica, é a jornada mais fascinante da história do bandeirismo. Mas não cabe aqui neste relato. Ela pertence mais às esmeraldas do que à prata. Serà por isso, contada com minudências em outro livro: o Sonho das Esmeraldas.

No entanto, para o fio desta crônica, é necessàrio dizer-se que Fernão Dias Paes Leme, compelido pelas ferventes letras de Afonso Furtado, partiu. "... partiu Fernão Dias, diz Taques, para conquista e descobrimento das minas de prata da Sabarabussú e da serra das Esmeraldas do sertão..." Là foi o gigante, visionàriamente, atràs dos dois sonhos màximos do seu tempo: pedras e prata. Là foi, sertão afora, atràs daquelas duas ofuscantes miragens que escaldavam o ânimo aventureiro de todos os violadoresde-sertão...— Sabarabuçu! Serra das Esmeraldas!

PRATADeixemos Fernão Dias Paes Leme partir. Que o desempenado cabo se và a pervagar errabundo por aqueles ermos medonhos dos Cataguazes! Sete anos, com a flâmula atrevida desfraldada à frente da tropa, o sacudido rompedor-de-mato hà decorrer aquelas horríficas brenhas de além-Mantiqueira. Sete anos de sertão!

E enquanto, no correr desses sete anos, o inquebrantàvel sertanejo là està perdido no âmago mais abruptado das selvas, cà fora, no litoral, eis que, entre os episódios singulares deste romance da prata, intercala-se agora, com surpresa de toda a colônia, novo e enlouquecente episódio. Um dia, na cidade do Salvador, surgiu inesperadamente um sertanejo curioso. Trazia larga bruaca cheia de pedras brancas.

E, com as pedras, esta notícia fulgidíssima: havia descoberto minas de prata! Mas não eram, desta vez, as minas de prata da Sabarabuçu. Nem as minas de prata de Melchior Dias. "... veiu à cidade da Bahia um morador do sertão, cujas experiencias e procedimentos poderam abonar as suas attestações. Informou ao governador Affonso Furtado ter descoberto grandiosas minas de prata em parte muyto deversa de em que se presumira achara Roberio Dias, e com a mesma abundancia que este promettera a Castella".

Quem era esse morador do sertão que assim carreava notícia tão ridente? Um mensageiro de certo Antônio Lemos Conde. E quem era Antônio Lemos Conde? Era, là pelo sul, provedor-mor dos Reais Quintos de ouro. Mensageiro, bem se vê, de pessoa qualificada e de alta responsabilidade. E a notícia, por isso mesmo, merecedora do mais alto crédito. Mas onde — perquiriu logo Afonso Furtado — onde ficavam as tais minas? Numa região inteiramente inesperada: em Paranaguà. Sim, em Paranaguà, no atual Estado do Paranà!

Não era aquilo coisa de se estranhar, não! E isso porque, na voz do povo, por esse tempo, corria como certo que "S. Paulo do Pirateninga, 250 legoas da Bahia para o sul, achou-se humas grandes Minas de prata das quaes se fez este anno experiencia e mostra render a prata dobrada mais que as do Potosí". Levado por tais rumores, o então governador, Salvador Correia de Sà, jà se havia aventurado atràs daquela prata. Pois, entre os serviços que enumera ter realizado

[26876] “Notas sobre a evolução da morada paulista”. Luiz Saya (1911-1975)
Data: 1957

Para os hispano-americanos e os espanhóis, a designação dos paulistas sempre foi portugueses de San Pablo. O mais antigo emprego do gentílico de que temos notícia ocorre numa ordem do visconde de Barbacena a 27 de julho de 1671. Daí em diante generalizou-se rapidamente. A palavra bandeira vemo-la empregada pela primeira vez num documento do Conselho Ultramarino, datado de 1676 e pelo padre Altamirano em 1679 a falar em ‘banderas de certonistas’, meio século antes do que pensa Alcântara Machado.

Mas bandeirante parece ter-se tornado corrente mais tarde. Os espanhóis diziam ‘certones’, como em 1682 Juan Ortiz de Zárate. O mais antigo emprego do substantivo, como se nos deparou, data de 1640, quando Dom Luís de Mascarenhas, Conde d’ Alva, se referiu aos ‘bandeirantes’ de uma ‘bandeyra’ despachada contra os índios Pinarés. Os mais antigos documentos paulistas designam geralmente as bandeiras por viagem, entrada, jornada. Frota é mais recente e tornou-se inapagável para recordar a bandeira de João de Magalhães no Rio Grande do Sul.

[26412] Patrimônio Natural e Cultural em uma área de expansão urbana: O Caso da Granja Carolina*
01/02/2014

Em 1671 Fernão Dias Pais recebeu ordens do governador Afonso Furtado para penetrar no sertão em busca das esmeraldas da mítica serra do Sabarabuçu. Parte em 21 de julho de 1674, tendo já 66 anos, fazendo-se acompanhar por 600 homens mais (cerca de 40 brancos ou mamelucos, e o restante, índios), entre eles seu filho Garcia Rodrigues Pais, e seu genro, Manuel da Borba Gato, casado com Maria Leite, e numerosos outros sertanistas.
A palavra “paulista” é empregada pela primeira vez pelo Visconde de Barbacena
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