Na fazenda Santa Genebra, cujo dono era o Barão Geraldo Ribeiro de Souza Rezende, na Sexta-feira Santa de 1888, um dos escravos da lida da cana e do açúcar teve de ir ao pasto atrelar um boi para o arado.
Toninho era miúdo, porém obediente, e foi enfrentar o animal que estava descansando sob a sombra de uma árvore. O boi não queria nada com nada.
Depois de muita insistência de Toninho, o boi mugiu alto e disse: “Hoje é dia santo, é dia do Senhor, não é dia de trabalho”.
O escravo saiu correndo para a sede da fazenda, gritando: “O boi falô, o boi falô!”. Apesar de não ter cumprido a tarefa, o escravo não foi castigado.
E relatou o fato ao Barão, que concordou com o boi, e ninguém mais trabalhou nesse dia.
Com o fato, Toninho passou a trabalhar nas tarefas da casa do Barão. E parece que viraram bons companheiros, pois ele foi enterrado junto ao túmulo do Barão, no Cemitério da Saudade.
No Dia de Finados, Toninho é muito visitado por graças concedidas à população. Há quinze anos existe a Festa do Boi Falô que mantém viva a lenda por meio de encenações do acontecimento de 1888, no Distrito de Barão Geraldo.