Foi feito um pronunciamento das autoridades, buscando “esclarecer” os fatos
31 de março de 1973, sábado. Há 51 anos
Para o caso de Alexandre, a versão que prevaleceu diante das duas históriascontraditórias foi a de atropelamento. Isso porque no dia 31 de março de 1973 foi feitoum pronunciamento das autoridades, buscando “esclarecer” os fatos. Neste dia, oSecretário de Segurança Pública do Estado de São Paulo, o general Sérvulo da MottaLima, em resposta a uma solicitação de informação por parte do reitor da USP,professor Miguel Reale, redigiu uma nota oficial na qual explica as circunstâncias doatropelamento do estudante ocorrida em uma rua muito movimentada no bairro doBrás15. A nota também tinha por objetivo tentar controlar a agitação no meio estudantilcausada após a morte de Alexandre, principalmente na USP, que havia decretado oluto na universidade. O general, além de informar sobre as circunstâncias da morte, escreveutambém sobre o seu sepultamento, justificando a rapidez com que o corpo foienterrado.12 Aldo Vannucchi, op. cit., p. 38.13 Mariana Joffily, op. cit., p.272. Outra importante leitura sobre o assunto é o relatório da CNV.Volume 1. Parte III. Capítulo 11. Execuções e mortes decorrentes de tortura, 2014.Disponível em < http://www.cnv.gov.br/>. Acesso em 30/04/2015.14 Relatório da CNV. Volume 1. Parte III. Capítulo 9. Tortura. 2014, p.294.15 A nota oficial foi reproduzida no livro de Aldo Vannucchi, p.39. 6Após o prazo de 24 horas decorridas a contar de sua morte, nãotendo sido o corpo reclamado, foi enterrado. Tal praxe, utilizadaquando se trata de terroristas mortos, prende-se ao antecedente, jáhavido no Recife, onde terroristas da mesma organização realizaramuma ação no IML, visando a resgatar um corpo para posteriorexploração do fato16.