A dinastia de Salvador Oliveira Leme, o “Sarú-taiá”
5 de julho de 1802, segunda-feira. Há 223 anos
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Em 5 de julho de 1802, aos 81 anos de idade, falecia Salvador Oliveira Leme, o “Sarú-taiá”. Era de raça indígena, descendente muito próximo dos aborígenes, criado entre eles.
"Sarú" é a tradução do nome Salvador, os índios usam dessa palavra, cujo significado é incontestável. Taiá, é uma espécie de cará, e figura aqui como uma alcunha vulgar por ser um dos gêneros do seu comércio. [14]
Diziam que ele atravessava a cidade, descalço, vestindo grossa camisa e calças de algodão, com um largo chapéu de junco na cabeça e puxando o seu burrinho carregado de taiá, que apregoava e vendia de porta em porta, enquanto jaziam enterradas na parede ou no quintal as suas grandes riqueza: dobras e barras de ouro.
Dizia-se que na chácara que lhe pertencera, pouco adiante do cemitério de Sorocaba, ao meio dia em ponto rangia a cancela e batia com força, sem que se visse pessoa alguma movendo-a: era ele, que vinha contar os seus tesouros.
Apesar de sua riqueza, talvez por sua origem ou humildade, renunciou a vida simples e trabalhosa e dali viria a crença de sua pretendida avareza.
A cronologia do da sua vida é paralela à de Sorocaba. Sogro de Paulino Aires de Aguirre e bisavô de Rafael Tobias de Aguiar:
4 de dezembro - Espanhóis e Bandeirantes se aproximam das Missões
22 de dezembro - O Exército português do capitão-general Gomes Freire de Andrada marcha de São Gonçalo para se juntar ao do espanhol do general Andonaegui e forçar à obediência os guaranis das missões jesuíticas
- Casamento de Anna Maria de Oliveira Leme com o Tenente Coronel Paulino Ayres de Aguirre, de 21 anos
16 de março - Alexandre Luis de Sousa Meneses, então governador da praça de Santos, escreve ao capitão-mor de sorocaba, José de Almeida leme, informando ter rendido e dado baixa ao sargento Paulino Aires de Aguirre, devido a denúncia recebida
24 de novembro - O Capitão-Mor de Sorocaba, José de Almeida Leme, comunica ao governador que é contra à nomeação de Paulino Aires de Aguirre para sargento-mor
12 de dezembro - Paulino Aires de Aguirre escreve ao Governador tratando a resistência do capitão-mor de Sorocaba diante de sua missão de recrutar homens para formar uma companhia de infantaria auxiliar, e remete a lista dos recrutados
Filipe Fogaça de Oliveira vendeu ao Sarutaiá, antes de partir com a família, a sua chacrinha (terreno do Seminário), por 50 mil réis (imagem 2).
27 de junho - Prisão de Padre Jesuíta em Sorocaba [13]
11 de agosto - Paulino Aires de Aguirre toma medidas para a formação de uma companhia de infantaria auxiliar
16 de agosto - Sarutaiá comunica o Governador ter completado dez anos no cargo de administrador de impostos e pedindo orientação sobre como proceder para encerrar o serviço
17 de dezembro - José de Morais do Leme ordena à Paulino de Aguirre que enviasse sua companhia sua presença no dia 21
22 de dezembro - Paulino Aires de Aguirre escreve ao governador queixando-se de José de Almeida Leme que o havia humilhado
10 de novembro - Paulino Aires de Aguirre recebe a ordem para que prendesse sigilosamente o oficial de carpintaria Manuel Ferreira
15 de novembro - Sarutaiá pede ao Governador algum “emolumento” por se encontrar necessitado [1]
18 de novembro - Paulino Aires de Aguirre escreve ao governador Luís Antônio de Sousa Botelho Mourão relatando a prisão de Manuel Ferreira e de Antônio José Batalha
21 de novembro - Paulino Aires de Aguirre relata ao governador a resistência de pessoas diante da prisão de Manuel Ferreira
28 de maio - Capitão Paulino Aires de Aguirre escreve ao governador da Capitania de São Paulo, Luís Antônio de Sousa Botelho Mourão, dando parte do comportamento agressivo do sargento-mor João de Almeida Lara diante da prisão de uma mulher que protegia
- Salvador de Oliveira Leme é o Capitão-mor de Itapetininga, residente em Sorocaba
8 de agosto - Antonio Francisco de Aguiar passava de Porta-bandeira para Tenente. Logo depois foi enviado para Santos
23 de dezembro - Fazenda Santo Inácio foi "adjudicada" pelos sorocabanos, Capitão Paulino Aires de Aguirre e o Sargento-Mor Manuel Joaquim da Silva e Castro monsenhor [5]
- Construído o prédio da primeira Câmara Pública na esquina da Rua São Bento com a Rua Santa Clara (Rua da Ponte). Até então a Câmara funcionava em uma casa particular
- Câmara acusa de Paulino de ambição, ser de baixa esfera, fazer uso de pesos e medidas falsos e ter um gênio intrigante
- O cargo de Capitão-mór de Itapetininga era ocupado pelo Alferes Domingos José Vieira. Ele era assistido pelo conhecido Salvador de Oliveira Leme, o Sarutayá
- Após ter servir as tropas em Santos, durante a Guerra com os espanhóis, Antonio Aguiar foi encarregado de diligências para a captura de prisioneiros fugitivos e criminosos
- Família Aires de Aguirre tinha 163 escravizados, 1/10 de um total de 449. O maior ativo estava no inventário de Ana Maria de Oliveira, esposa do Tenente Coronel Paulino , e somava 2,8 contos de réis, um terço do total de Sorocaba
- Construção da cadeia na esquina das atuais Rua São Bento e Barão do Rio Branco. O inventário do Sarutaiá prova que foi ele quem dirigiu as obras da nova Câmara e Cadeia
6 de julho - Salvador de Oliveira Leme, o Sarutaiá, foi sepultado na Capela de Nossa Senhora do Rosário dos Homens (imagem 2).
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