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Entrada solene do general Lecór em Montevidéu
20 de janeiro de 1817, segunda-feira. Há 207 anos
1817 — Entrada solene do general Lecór em Montevidéu (ver odia antecedente). Às 9h, o jovem major Manuel Marques de Sousa (ver21 de novembro de 1824), à frente de um esquadrão de voluntários doRio Grande e de outros de cavalaria da legião de São Paulo, fez altojunto às trincheiras da cidade. Às 11h, chegou o general Lecór, com astropas portuguesas e brasileiras do seu comando. O síndico Bianqui,ao entregar a chave da cidade, disse: “De acordo com a vontade dopovo, de que somos representantes, entregamos a chave desta muitofiel, reconquistadora e benemérita cidade de São Filipe e Santiago deMontevidéu ao muito alto e poderoso príncipe dom João VI, rei doReino Unido de Portugal, Brasil e Algarves, invocando a proteçãode suas armas para esta província infeliz, certo de que sua majestadefidelíssima respeitará as nossas leis, usos e costumes, e esperando que,no caso de resolver sua majestade para o futuro a evacuação desta praça,devolverá ao cabildo estas chaves, que dele recebe.” O general, saudadocomo um libertador e acompanhado do seu secretário e conselheiro,o ex-ministro Nicolas Herrera, foi conduzido debaixo de pálio pelocabildo até a catedral, onde assistiu a um Te-Deum. As tropas da colunado general Sebastião Pinto guarneceram a cidadela, as trincheiras e osfortes; as do general Silveira acamparam a uma légua (cerca de 6,6km) da praça, cobrindo os subúrbios com os seus postos avançados; a EFEMéRIDES BRASILEIRAS71cavalaria de gaúchos, comandada por Frutuoso Rivera, estava à vistadas nossas avançadas. Segundo o inventário a que se procedeu, foramencontrados na praça e nos fortes da ilhas das Ratas e do Cerro, caindoassim em nosso poder, 292 canhões (19 deles inservíveis), 23 morteiros,grande quantidade de munições, um brigue, que acabava de ser armadoem guerra, e três balandras do arsenal. Em 9 de dezembro, dizia Lópezde Fermoso, em suas Notícias Diárias, escritas de Montevidéu: “Apraça tem 160 peças bem montadas de todos os calibres, 1.600 quintais(cerca de 23 toneladas e meia) de pólvora, 700 artilheiros, 800 libertos,mil cavaleiros do departamento de García, 200 cidadãos de Chuza,candeeiros prontos para iluminar todo o recinto e, enfim, todas aquelasprecauções que o zelo infatigável inspira para defender-se da irrupçãode invasores bárbaros.”— O general Francisco das Chagas Santos acampa em La Cruz(margem direita do Uruguai), de onde destaca força para perseguir as deAndresito Artigas e destruir as povoações de índios que o reconheciampor chefe.

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