1817 — Entrada solene do general Lecór em Montevidéu (ver odia antecedente). Às 9h, o jovem major Manuel Marques de Sousa (ver21 de novembro de 1824), à frente de um esquadrão de voluntários doRio Grande e de outros de cavalaria da legião de São Paulo, fez altojunto às trincheiras da cidade. Às 11h, chegou o general Lecór, com astropas portuguesas e brasileiras do seu comando. O síndico Bianqui,ao entregar a chave da cidade, disse: “De acordo com a vontade dopovo, de que somos representantes, entregamos a chave desta muitofiel, reconquistadora e benemérita cidade de São Filipe e Santiago deMontevidéu ao muito alto e poderoso príncipe dom João VI, rei doReino Unido de Portugal, Brasil e Algarves, invocando a proteçãode suas armas para esta província infeliz, certo de que sua majestadefidelíssima respeitará as nossas leis, usos e costumes, e esperando que,no caso de resolver sua majestade para o futuro a evacuação desta praça,devolverá ao cabildo estas chaves, que dele recebe.” O general, saudadocomo um libertador e acompanhado do seu secretário e conselheiro,o ex-ministro Nicolas Herrera, foi conduzido debaixo de pálio pelocabildo até a catedral, onde assistiu a um Te-Deum. As tropas da colunado general Sebastião Pinto guarneceram a cidadela, as trincheiras e osfortes; as do general Silveira acamparam a uma légua (cerca de 6,6km) da praça, cobrindo os subúrbios com os seus postos avançados; a EFEMéRIDES BRASILEIRAS71cavalaria de gaúchos, comandada por Frutuoso Rivera, estava à vistadas nossas avançadas. Segundo o inventário a que se procedeu, foramencontrados na praça e nos fortes da ilhas das Ratas e do Cerro, caindoassim em nosso poder, 292 canhões (19 deles inservíveis), 23 morteiros,grande quantidade de munições, um brigue, que acabava de ser armadoem guerra, e três balandras do arsenal. Em 9 de dezembro, dizia Lópezde Fermoso, em suas Notícias Diárias, escritas de Montevidéu: “Apraça tem 160 peças bem montadas de todos os calibres, 1.600 quintais(cerca de 23 toneladas e meia) de pólvora, 700 artilheiros, 800 libertos,mil cavaleiros do departamento de García, 200 cidadãos de Chuza,candeeiros prontos para iluminar todo o recinto e, enfim, todas aquelasprecauções que o zelo infatigável inspira para defender-se da irrupçãode invasores bárbaros.”— O general Francisco das Chagas Santos acampa em La Cruz(margem direita do Uruguai), de onde destaca força para perseguir as deAndresito Artigas e destruir as povoações de índios que o reconheciampor chefe.
Entrada solene do general Lecór em Montevidéu
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Pelo estudo feito neste parágrafo, baseado nos documentos autênticos locais, deve-se concluir que nenhum dos Afonsos Sardinhas teve propriedade em Jaraguá; que a fazenda de Afonso Sardinha, o velho, onde ele morava e tinha trapiches de açúcar estavam nas margens do rio Jerobativa, hoje rio Pinheiros, e mais que a sesmaria que obtivera em 1607 no Butantã nada rendia e que todos os seus bens foram doados à Companhia de Jesus e confiscados pela Fazenda Real em 1762 em São Paulo. Se casa nesta sesmaria houvesse, deveria ser obra dos jesuítas. Pelo mesmo estudo se conclui que Afonso Sardinha, o moço, em 1609 ainda tinha a sua tapera em Embuaçava, terras doadas por seu pai. Não poderia ter 80.000 cruzados em ouro em pó, enterrados em botelhas de barro. Quem possuísse tal fortuna não faria entradas no sertão descaroável nem deixaria seus filhos na miséria. [“Na capitania de São Vicente”. Washington Luís (1869-1957), 11° presidente do Brasil. Página 202
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Vou lutar Não por mim, mas para erguer meus irmãos que dormem no chão hoje na América. Negros que não tem o que comer, que não tem futuro.