POVOADORES DE SÃO PAULO - DIOGO DE LARA, O VELHO, data da consulta em Asbrasp
3 de fevereiro de 2024, sábado.
I- DIOGO DE LARA, nascido por volta de 1550, veio para a Capitania deS. Vicente cerca de 1590, casado ou viúvo, trazendo um ou mais filhos, menores. Conforme informação transmitida por seus netos, foramorador em Zamora, Espanha, e tinha o nome completo de Diogo Ordonhez de Lara.
Em 1590 registrou marca de gado na Câmara da Vila de S. Paulo (RGCSP, I,25) e no ano seguinte serviu o cargo de almotacel (ACCSP, I, 429).
Entre os anos de 1592 e 1600 assinou na Câmara, com osprincipais moradores da vila, diversos termos de ajuntamentos,quando se requeriam "das cousas pertencentes ao bem comum": em maioe a 20 de setembro de 1592, a 5 de junho de 1593, a 5 de fevereirode 1595 e a 22 de novembro de 1597.
A 16 de janeiro de 1600, como sendo um dos "homens do regimentoda terra" (em número de treze nesse termo) assinou acordo para seestabelecer a autoridade dos capitães e juizes ordinários sobre osíndios e, a 24 do mesmo mês, pela manutenção das antigas posturas daCâmara (1).A 14 de novembro de 1598, tendo requerido à Câmara, obteve umadata de chãos para fazer casas e quintal "indo para o Pequiri dosegundo ribeiro a mão direita até o rio Tamendoatei". Alegou na petição ter mulher e filhos e que lutara nas "guerras e rebates daterra" (RGCSP, VII, 52).
Diogo de Lara havia casado a 2ª vez em S. Paulo por 1595 com ANTONIA DE OLIVEIRA, viúva, nascida por 1575, irmã, segundo Silva Leme e outros autores, de Antonio de Oliveira ou Antonio de OliveiraFalcão, o velho (INV. E TEST. XXVII, 91 etc.) "povoador e conquistador" da Capitania de S. Vicente, o qual foi casado com Ângela Fernandes, filha de povoadores da Capitania, tudo conforme declarou oCap. João Missel Gigante, genro do dito Antonio de Oliveira, no seu requerimento de sesmaria em 1638 (SESMARIAS, I, 265, DAESP).
Outro irmão de Antonia de Oliveira foi Manuel de Oliveira, casado no Rio de Janeiro a 4 de outubro de 1617 com Sebastiana (?) de Mariz, fª de Francisco de Mariz (PFRJ, III, 39). Deve tratar-se do mesmo Manoel de Oliveira Falcão, nascido em 1596 (INV. E TEST., XLIII, 270) e que foi juiz de órfãos em Taubaté em 1649 (2).
Faleceu Diogo de Lara antes de 29 de junho de 1602, ocasião em que, estando nomeado almotacel, assentaram os oficiais da Câmara que fosse o cargo exercido por seu "sucessor", André Fernandes (ACCSP, II, 107).
A viúva, Antonia de Oliveira, casou a 3ª vez em S. Paulo em 1602 com o Cap. André Fernandes (irmão inteiro da mencionada Ângela Fernandes) nascido em 1578, filho de Manuel Fernandes (Ramos)natural de Portugal, e de s/m. Susana Dias, esta, irmã do bandeirante Cap. Belchior Dias Carneiro, filhos de Lopo Dias Machado, benfeitor dos Carmelitas, e de s/m. Beatriz Dias, povoadores da Capitania de S. Vicente.
Faleceu Antonia de Oliveira com testamento em Parnaíba em 1632,deixando do 3º matrimônio um filho, padre Francisco Fernandes deOliveira, que foi o 1º Vigário de Santana de Parnaíba, em 1653, compatrimônio sacerdotal doado pelos pais. O Cap. André Fernandes haviasido o instituidor da capela de Santana de Parnaíba. [Página 1 do pdf]