' A CONSTRUÇÃO DO SER CANELA: dinâmicas educacionais na aldeia Escalvado. Por MÔNICA RIBEIRO MORAES DE ALMEIDA. UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO CENTRO DE CIENCIAS HUMANAS­ CCH PROGRAMA DE PÓS­GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS SOCIAIS MESTRADO EM CIÊNCIAS SOCIAIs - 01/01/2009 de ( registros) Wildcard SSL Certificates
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A CONSTRUÇÃO DO SER CANELA: dinâmicas educacionais na aldeia Escalvado. Por MÔNICA RIBEIRO MORAES DE ALMEIDA. UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO CENTRO DE CIENCIAS HUMANAS­ CCH PROGRAMA DE PÓS­GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS SOCIAIS MESTRADO EM CIÊNCIAS SOCIAIs
2009. Há 15 anos
Entretanto, o nomeado não herda só o nome, mas tudo o que ele representa. Criam­se formas de relações estabelecidas pelos termos de parentesco. O que quer dizerque os homens tratarão por quêtti àqueles que possuem o mesmo nome que o seu. Domesmo modo as mulheres tratarão por tyiré aquelas que possuem o mesmo nome que oseu. Quêtti e tyiré são os termos empregados aos nomeadores homens e mulheres, respectivamente. Sendo assim, as formas que o quêtti e a tyré designam as pessoas e porelas são designados, através da relação de parentesco, serão as mesmas utilizadas pelos nomeados. Aproveito um exemplo utilizado por Ladeira (1982 b, p.32) para esclarecer oque digo: [...] o portador do nome Pànhi, por exemplo, [...] de imediato tratará por quêtti aqueles que, sendo mais velhos do que ele, possuem o mesmo nome que oseu. A partir daí passará a designar os parentes próximos do seu quêtti pelos mesmos termos empregados por este. O quer dizer que será chamadode inxu [pai] por todos os filhos dos homens tambémportador do nome Pànhi, cujas mulheres (desteshomens) o tratarão por ipjê (marido); será chamadode ituaré­me­hum pelas mulheres cujos filhos tenham o nome de Pànhi e de imbàjê (le) pelos pais desse indivíduos. Do mesmo modo, em qualquer das aldeias Timbira, a portadora do nome sendo Ty hác, sendo atycmãakra ou cààmãakra saberá como se portar em determinadas situações cerimôniais. Reconhecerá de imediato seus amigos formais e tratará por tyiré aquelas mulheres que, sendo mais velhas que elas, possuem o mesmo nome que o seu, estendendo aos parentes próximos das suas tyiré os mesmos termos empregados por estas. Assim, será chamada de inxê [mãe] pelos filhos das mulheres portadoras do mesmo nome Ty hàc e de ipro(esposa) pelos maridos destas mulheres; será chamada de ituaré­me­inxi [irmã] pelos homens cujas filhas tenham o mesmo nome que o seu e detoctyyjê (irmã do marido) pelas mães destasmulheres. Percebemos que através da nominação se ampliam os laços de parentesco, poispossibilita que não somente irmãos consangüíneos dêem o nome aos sobrinhos, mas amplia a possibilidade para que parentes classificatórios também o façam. Ou seja, [Página 30]

A mudança em relação à autorização dada ao Pro­khâm­mã é vista de forma negativa por alguns, bem como a interferência na autonomia que o Mehapyncatedispunha para castigar os jovens: Tem mulher hoje se quiser fazer o filho é pela vontade dela não e não pela escolha do ituaré mehu~, irmão. É como que José Gregório e a Jandira. São ituaré meh~u(irmão), ituaré mety (irmã). Se o José Gregório quiserbotar o filho do Jandira, ele tem que pedir licença, ai fala com irmã Jandira, resolve tudo combina direito depois ele pode colocar. Primeiramente era assim, que sempre me ouviu do passado. Finado Davisão, era meu tio, que gosta de dizer do passado do tempo dele. Sempre reclama otempo de nós, o tempo de novo (...) Mas por mim se eutenho adolescente pra ser Khêêntúwayê, eu dava licença pro meu ituaré mehu~, tendo como eu tenho tio do meufilho eu respeito ele. Pode ficar tranqüilo. Se meu irmãome pede, irmã, eu vou dá o meu sobrinho pra fortalecer, pra ganhar força, ou ele ser corredor, ou ele vai sergrande alto, ou ele ganha a oportunidade de ser pajé, ouser corredor eu aceito. Pode mandar brasa. Eu quero que ele ganha mais oportunidade de ficar forte, sabe mais educação importante, o planejo do nosso passado, oupensamento; eu posso aceitar. Outra coisa é que nesse tempo o Mehapyncate, o comandante dos Khêêntúwayêfica com medo dos pais do Khêêntúwayê. Se quandocastiga com pimenta malagueta os Khêêntúwayê é já que a mãe dos Khêêntúwayê fica sabendo e vem logo brigarcom Mehapyncate. Não sei como ele pode darinformação do passado. É isso que acontece. Agora se eutenho adolescente Khêêntúwayê eu respeito. Se ovassoura (Mehapyncate) quiser da pimenta malagueta na boca dele não tem nada não. Por que ele ta fazendosempre coisa errada. Ele nem respeita o cacique doKêêntúwayê, nem respeita o vassoura. Porque ele gosta de malinar, é desse jeito, ganhou castiguinho, morreunada. Ele sempre ganhou sobre respeito é isso que euaceito assim. Mas nesse tempo tem gente que nementende, sem educação na cabeça. Logo mais tarde ofilho vai ter erro fazer muitas coisas erradas ou briga comos outros ai a mãe dela mesmo assim cria raiva com os outros. Isso que acontece às coisas fora a lei do passado. (J.Jilot) Estas mudanças são vistas com desconfiança, pois alteram a ordem disciplinar. Antes os jovens estavam sujeitos a uma hierarquia tanto familiar quanto política, sujeitos aos tios e ao pro­khâm­mã [Páginba 50]

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